Capítulo 2

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Assim que os garotos decidiram comparecer na tal festa, ambos se arrumaram rapidamente. Troye desceu de seu quarto e foi até a cozinha, onde seu pai Shaun estava.

– Pai, tudo bem se eu pegar seu carro emprestado? – Pediu Troye.

– Claro filho – Respondeu Shaun, estranhando o fato dele estar saindo naquela hora, coisa que raramente acontece.

Troye pegou então as chaves e foi para a garagem. Quando abriu o portão e saiu dirigindo para a rua, avistou Connor já parado em frente a sua casa, esperando enquanto usava o celular. Não conseguiu ver o que ele vestia por estar escuro, mas assim que ele se aproximou do carro, Troye não pôde negar em como ele estava lindo, mesmo que estivesse usando roupas simples.

Connor entrou no carro e seu perfume invadiu o pequeno ambiente. Nem muito forte; nem muito fraco. Era perfeito. Troye queria chegar mais perto para senti-lo, mas afastou esse pensamento, voltando à realidade.

Para não surgir um silêncio constrangedor, Troye ligou o rádio, e começou a tocar Bridge, de Broods.

– Eu amo essa música. – Connor comentou. Então ambos começaram a falar sobre músicas e artistas, e acabaram descobrindo que tinham um gosto musical parecido.

– Vou te mandar depois minha playlist no Spotify, tenho certeza que vai gostar. – Falou Troye, enquanto chegavam em frente à casa onde estava acontecendo a festa. Ele então estacionou o carro e os dois saíram.

O que Troye achou que ia ser um percurso constrangedor, com um menino que mal conhece, foi na verdade completamente divertido. Ficou até um pouco decepcionado quando chegaram no fim do trajeto, pois por ele, os dois podiam ficar horas andando de carro por qualquer lugar, conversando sobre qualquer coisa.

Naquela hora, a maioria das pessoas na festa já estavam bêbadas, algumas vomitando no quintal. Haviam copos espalhados pela grama, e a música era alta. Típica festa "meus pais foram viajar".

Os dois garotos pagaram para entrar, e então Troye guiou Connor pela sala de estar lotada, até chegar em seus amigos. Cumprimentou todos, enquanto ouvia frases do tipo: "Troye? Você por aqui?", "Sentimos sua falta amigão"; "Finalmente você resolveu vir Troye!".

Logo após, apresentou Connor, que como era sociável, não teve dificuldades para se entreter no grupo.

Apesar de Troye não gostar muito de festas, estava se divertindo naquela, e a presença de Connor deixava tudo melhor. Os dois trocavam olhares durante a noite, Connor sempre sorridente, e Troye com um sorriso tímido.

Se ele tinha alguma dúvida de que estava atraído por Connor, a partir do que tinha acabado de acontecer, não tinha mais. Eram três da manhã enquanto todos dançavam, então Troye percebeu que uma linda garota chegou perto de Franta, e o empurrou para um lugar mais reservado. Uma onda de ciúmes percorreu todo seu corpo, ele sabia o que estava por vir; Connor ia beijar a garota, que se jogava para cima do corpo dele. Troye não queria ver isso, mas não conseguia desviar o olhar de onde os dois estavam.

Mas para sua surpresa, viu Connor falando algo no ouvido da menina, e se distanciou dela, apenas passando educadamente a mão no seu braço. Após isso, um pensamento surgiu na cabeça de Troye, uma esperança: "Será que ele também era gay?"


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