Capítulo 3

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Eram onze horas da manhã quando Troye acordou com a voz de sua mãe o chamando. Assim que levantou da cama, sentiu uma dor de cabeça horrível. Estava de ressaca por causa da noite anterior.

Pegou o celular atirado no chão, e desbloqueou a tela para ver se tinham mensagens do Connor. Nenhuma.

Troye saiu da festa sem ele, pois queria ficar mais tempo. Mas fez Connor prometer que ia pegar um táxi e mandar uma mensagem avisando que chegou em casa, pois ficou um pouco apreensivo de o deixar sozinho na primeira noite que havia se mudado para a cidade, mas Franta insistiu em ficar.

Troye resolveu então ligar para ele, mas na segunda chamada, decidiu desligar. Estava se sentindo a mãe de Connor, e não um amigo.

***

Assim que a dor de cabeça melhorou, Troye pegou seus óculos escuros e foi até a praia. Dessa vez, optou por ficar caminhando na beira do mar. Pegou seus fones de ouvido no bolso para ouvir música enquanto andava pela areia, e deixava a água molhar seus pés.

Após alguns minutos, sentiu uma mão tocar seu ombro. Virou imediatamente, e se deparou com Connor, ofegante. Provavelmente havia corrido até o garoto. Ele usava as mesmas roupas da noite passada, e seu cabelo estava bagunçado. Troye tirou seus fones imediatamente, para ouvir o que Connor tinha a falar.

– Troye, desculpa não ter ligado. – Disse enquanto tentava recuperar o fôlego.

– Onde você estava, Connor? – Perguntou Troye, num tom de irritação que não conseguiu esconder.

– Acabei ficando na casa do seu amigo. Sei lá, acordei no chão da cozinha. Tinham outras pessoas dormindo lá, e quando me dei conta que era de manhã, saí e fui pegar um táxi. Nem quis entrar em casa, com certeza meus pais iam ficar reclamando que eu desapareci. Então perguntei à sua mãe onde você estava, e quando ela avisou que veio aqui, vim correndo.

Troye assentiu, aliviado por Connor estar ali.

– Não acha melhor avisar sua mãe que está tudo bem? – Perguntou.

– Acabei de mandar uma mensagem.

Os dois ficam por um tempo olhando o horizonte. Mas Connor nunca deixava o silêncio predominar entre eles:

– Essa praia é tão linda, e não tem quase ninguém.

– Pois é, por isso é meu lugar favorito daqui. – Respondeu Troye.

– Você poderia me apresentar a cidade um dia, não é?

– Combinado. Já estou te mostrando a praia, começamos pelo melhor lugar.

Troye se virou para continuar caminhando, e esperou que Connor ia o seguir, mas em vez disso, sentiu a água gelada do mar molhar sua calça. Olhou para trás, e Connor estava rindo, se preparando para jogar mais água nele. Troye começou a correr, rindo também.

– Acho melhor você tirar o celular do bolso! – Avisou Connor, correndo atrás do garoto. Troye então jogou seu aparelho na areia, junto com seus tênis. Franta fez a mesma coisa.

Os dois garotos riam enquanto jogavam água um no outro. Troye queria derrubá-lo, mas não conseguiu. Connor acabou fazendo seu amigo cair, e ficando por cima do pequeno e magro corpo de Troye.

Troye conseguia imaginar uma cena perfeita em que beija os lábios de Connor. Mas nunca iria se atrever a fazer isso. E também, uma onda veio logo em seguida por cima dele, estragando qualquer clima que poderia existir.

Connor continuava rindo, e agora que ambos estavam completamente molhados, correram juntos para dentro do mar.





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