– Onde nós vamos ir, Sage?
– Na casa de uma amiga minha, ela está dando uma festa bem grande. Quer mesmo ir? – Perguntou a irmã pela terceira vez aquela noite.
– Sim, sei que é estranho eu estar pedindo isso, mas vamos.
Troye queria fazer qualquer coisa para tirar Connor da cabeça, e não ia conseguir fazer isso deitado em sua cama.
A casa da amiga de Sage era praticamente uma mansão, e ficava perto da praia. Sage estacionou o carro e guiou Troye para dentro da festa, onde a maioria das pessoas estavam.
– Sage, pode me deixar aqui. – Avisou Troye quando percebeu que ela estava procurando suas amigas, enquanto não sabia muito bem o que fazer com o irmão.
– Você não se importa de ficar sozinho?
– Não, estou bem. Qualquer coisa te ligo.
Então Sage sumiu em meio de todas as pessoas. Troye não conhecia ninguém, e nem estava afim de conhecer. Era um pouco desconfortante estar no meio de pessoas estranhas, mas era melhor assim. E a música era tão alta que quase impedia Troye de "ouvir" seus pensamentos sobre Connor.
Uma garota apareceu ao lado de Troye com dois copos, e sem oferecer, colocou um deles na mão do garoto, enquanto sorria.
– Você tem lindos olhos azuis, sabia?
Troye podia perceber como estava bêbada, e não queria perder seu tempo com ela, então apenas agradeceu pela bebida e foi para outro lugar da casa, esperando que não fosse seguido por ela
Já era perto da meia noite, e Troye já estava no seu quarto copo. Como não era acostumado a beber, começou a se sentir meio mal, e foi para a frente de casa, onde tinham menos pessoas.
Ele não queria acabar com a diversão de Sage e pedir para ir pra casa, então apenas tentou enviar uma mensagem avisando que ia voltar a pé, mas não conseguia digitar, só conseguia ver todas as letras embaralhadas. Como não estava pensando direito, desistiu e guardou o celular no bolso.
Apesar de ser verão, a noite estava fria com o vento. E aquela brisa fez Troye lembrar da praia, e que nunca mais tinha ido nela durante a noite. Então optou por ir pelo caminho da praia para voltar para casa, por mais que fosse mais longe.
Troye se sentia tonto enquanto caminhava, e não conseguia manter o foco na beira da estrada. De repente um carro surgiu em sua frente. Troye não percebeu que estava caminhando praticamente no meio da rua, e não conseguiu desviar. Por sorte o motorista conseguiu reduzir a velocidade, mas mesmo assim acertou o corpo de Troye.
– Troye!
O garoto estava no chão e via tudo distorcido, enquanto sentia uma dor imensa vindo de sua perna. Como que aquela pessoa sabia seu nome?
Então Troye reconheceu a voz. Connor.
– Troye, meu Deus, você tá bem? – Pedia Connor enquanto saía rapidamente do carro. Correu até o garoto, tentando ajudar.
– Connor que porra você tá fazendo aqui? – Perguntou Troye enquanto franzia os olhos para tentar enxergar melhor.
– O pneu do carro da minha... Minha ex namorada furou, então eu tinha ido levar ela para casa.
A cabeça de Troye já estava confusa com tudo aquilo que estava acontecendo, e quando ouviu "ex namorada" ficou mais bagunçada ainda.
– Ex? Mas eu vi ela te beijando...
– Troye isso não importa agora, sua perna está sangrando e tem um pedaço de vidro nela, a gente precisa lavar isso.
– Não consigo levantar.
Connor então voltou no carro e estacionou ele em um lugar apropriado. Depois, voltou para onde Troye estava jogado no chão, olhando para as estrelas, e o pegou no colo.
Como Troye estava bêbado, não conseguiu deixar de sorrir com a situação.
– Vou te levar para a praia, não tenho água no carro pra lavar sua perna.
Troye não falou mais nada, e apenas aproveitou aquele estranho momento que estava sendo carregado por Connor. Era a última coisa que podia imaginar que ia acontecer naquela noite.
Quando Franta chegou na beira do mar, largou cuidadosamente Troye na areia, e limpou o corte, enquanto ouvia as reclamações de dor.
– Pronto, agora vou te levar para casa. Você tá bêbado Troye? – Pediu Connor enquanto estendia a mão para ele se levantar.
– Não, você que tá e me atropelou.
Connor riu do jeito como Troye estava falando. Quando ele ficou de pé, os dois ficaram próximos, e quase podiam sentir a respiração um do outro.
– Se não fosse eu, poderia ter acontecido algo muito pior com você andando sozinho a essa hora. – Disse Connor enquanto chegava mais perto, colocando a mão no cabelo de Troye, para tirar a areia dele.
– Mas eu não queria ver você, estava te evitando Con. – As palavras saíam da boca de Troye antes mesmo dele poder impedi-las.
– Eu também estava te evitando, mas percebi que isso é impossível, ainda mais agora, aqui.
Então os dois se beijaram, e dessa vez, com muito mais intensidade do que antes. Troye parou de tentar ignorar seus sentimentos, e Connor não estava fazendo nada de errado.