Segredos do Circo [DEGUSTAÇÃO]

II

Calmamente, Emma se dirigiu para o grande gramado nos arredores da cidade, que era usado apenas para grandes celebrações, como o quatro de julho, Natal e Ano novo.

E lá estava: aquela tenda gigantesca, preta e branca. Os boatos eram de que tinha aproximadamente um quilômetro quadrado. No início, ela achava que as pessoas estavam exagerando, afinal, a maior estrutura da cidade era a prefeitura, que, para ela parecia particularmente minúscula se comparada com o que se via em filmes, séries e até em seus próprios sonhos. Porém, agora que chegara perto, percebeu como estava enganada.

Ela não pegou um quilo de alimento não perecível ao sair de casa, então, teria que entrar escondida. Rodeou um pedaço da tenda, notando detalhes que passaram despercebidos à primeira vista. Nas partes onde a tenda exibia um preto orgulhoso – não tinha outro adjetivo para descrevê-lo –, ela percebeu minúsculas estrelas bordadas, tão pequenas que só um grande curioso perceberia. Olhando de perto, ela se sentia entrando no céu.

Era de se esperar que as partes brancas estivessem amareladas com o tempo em que ficavam expostas na poeira, na grama ou mesmo no caminhão onde devia ser transportada. Porém, com espanto, Emma percebeu o branco imaculado, completamente perfeito. Foi assim que começou a estranhar o lugar. Como se fosse controlado por mágica...

Tateando para ver quais partes da tenda pendiam para dentro, podendo revelar uma entrada, ela encontrou uma parte aparentemente oca.

Olhou para os lados: limpo. Olhou por debaixo do pano, rapidamente: limpo. Finalmente ser baixinha estava rendendo algum proveito!

Com rapidez impressionante, ela conseguiu adentrar o espaço. Reparou em tudo o que conseguiu: tinha muito para assimilar e absorver. À direita, avistou um grupo de pessoas com a pele parda e cabelos extremamente lisos. Todos tinham um pedaço de madeira com fogo na ponta – uma espécie de tocha, porém ela podia ver algumas curvas – e faziam malabarismos particularmente impossíveis, como se treinassem aquilo há centenas de anos.

À esquerda, uma mulher de olhos puxados estava dançando, sem música. O estranho era que sua cabeça estava na altura do quadril, enquanto ela erguia o mesmo para o alto. As duas pernas não tocavam o chão e se envolviam com os braços de uma maneira pouco natural. Os dois grupos eram observados por uma pequena multidão – que ela reconhecia como os White, os Smith e os Palmer.

~~~~~~~

A menina entrou sem pagar – ele tinha percebido o olhar de medo no rosto dela, e depois de alívio quando achou que não tinha sido vista. Parecia presunçosa, o pior tipo de pessoa. Ele partiu em seu encalço, sempre escondido nas sombras, como era de costume. Seus pés, seus melhores amigos, como sempre, não emitiam nenhum barulho. Ele sabia ser invisível, quase como um fantasma.

~~~~~~~

Emma notou que o chão era como um piso listrado nas cores que se viam na tenda: preto e branco. Ela não viu rejunte, o que a fez pensar em como eles removiam a coisa toda. Apesar da falta de cor na estrutura do circo, as pessoas reluziam em uma aquarela ou até uma pintura abstrata.

Era bonito de ver os borrões vermelhos, verdes, laranjas, amarelos, roxos e etc. Alguns artistas até se vestiam com uma roupa colada ao corpo, da cor da pele, como uma meia calça gigante. Tudo brilhava, e Emma se sentiu literalmente dentro de um mundo novo: com milhares de coisas que poderia explorar. Arrependeu-se de seu orgulho, pois, se soubesse como seria aquilo por dentro, teria vindo todos os dias, durante os três meses de estadia do circo.

-------

Oi gente <3

Consegui chegar antes de meia noite para postar o capítulo II, aê!

Então, só faltam mais três dias, três capítulos, e aí... Só mês que vem!

Estão curiosos pelo personagem novo que apareceu ali no meio? :o

Mal vejo a hora de ouvir teorias de vocês, então... Comentem? Hahaha eu adoro quando alguém lê algo que escrevo e expressa as coisas que sente!

Enfim, muitas estrelas! <3

Beijos e até amanhã!