IV

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Emma não sabia quantas horas tinham se passado, mas, quando acordou, ainda se sentia cansada

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Emma não sabia quantas horas tinham se passado, mas, quando acordou, ainda se sentia cansada. Deixando de lado o sono, levantou-se, colocou a mochila nas costas e decidiu explorar o labirinto.

            Depois de quinze minutos andando de um lado para o outro, esquerda e direita, sentia-se entediada: o labirinto não foi nada como tinha imaginado. Não havia nada atrativo ali, nenhuma surpresa. Pensando em dar uma olhada em outras tendas, começou a procurar pela saída.

            Andando sem rumo certo, Emma virou à esquerda, entrando em uma passagem estreita. Sentiu uma diferença ali, quase como no ar. Sim, definitivamente, a temperatura havia abaixado. Sentiu os pelos da nuca se levantarem, em um arrepio súbito. Conforme ela seguia, tudo foi escurecendo, como o crepúsculo no fim da tarde.

            Ela nunca sentiu tanto medo; o impulso era de se virar e sair correndo para o lugar mais longe possível. Porém, algo a estava impedindo; alguma força sobrenatural. Ela se sentiu invadida, a sensação era horrível: como se colocassem pensamentos em seu próprio cérebro.

            Pé ante pé, parecia um caminho para a morte, tamanho era o medo. Podia sentir o suor escorrendo, mesmo naquele frio. Sua desolação era tangível, o pavor escorria pelos dedos como água. Estava em estado de torpor, tudo era percebido ao longe. Sabia que as mãos tremiam, mas a informação lhe era enviada tardiamente.

            E então, algo mudou. As sebes se encolheram ao redor dela, aprisionando-a. Ao olhar para frente, Emma viu. A moldura de madeira era rústica, algo que parecia milenar. Havia uma mesinha de mogno, também transportada do século XX. Mas isso era o de menos.

            Seus olhos se prenderam no que percebeu ser o objeto que instigava seu pavor. Aquilo parecia vivo, como se tivesse uma alma e sentimentos. Não pôde admirar o espelho por muito tempo, pois, do nada, foi sugada por uma imagem.

            A primeira coisa que percebera foi seu rosto. Ela parecia mais velha; não adulta, mas não com dezoito anos, com certeza. Suas olheiras eram acentuadas e uma ruga de preocupação marcava sua testa permanentemente.

            Tentou reconhecer o lugar onde estava, mas tudo corria rápido demais, intenso demais. Viu de relance uma cadeira, folhas espalhadas ao chão, um jornal, uma caixinha pequena e uma gaiola com um pássaro. Ela se viu correndo rapidamente, em câmera lenta, como se visse um filme. Se viu parando para respirar, as mãos apoiadas nos joelhos.

            Então, reparou em um caderno que pendia em suas próprias mãos, cujos nós dos dedos estavam embranquecidas, tamanha a força com que o segurava. Seus sentidos pararam de funcionar nesse exato instante.

            Agora ela própria corria, só que de alguma forma, sabia que aquilo não era real. Suas evidências foram várias: era noite e a chuva castigava seus cabelos, que ela percebeu estarem muito maiores. Também se sentia mais assustada do que nunca, e o cansaço pesava em seus ombros. Além de tudo, percebeu novamente suas mãos, a esquerda entrelaçada com outra mão, de um desconhecido.

            Seus sentidos pararam mais uma vez, mas agora, definitivamente, Emma estava inconsciente. Desmaiada.


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Oi gente <3

Então, algo aconteceu nesse capítulo. O que será que tudo significa? :o

Também quero avisar que já liberei a sinopse e que, finalmente, consegui deixar a capa bonitinha aqui na plataforma. Aliás, mil agradecimentos para a @gigas_ pela arte maravilhosa (sou fofa, viu?)!!! Gostaram? *-*

Hoje estou postando mais cedo pois vou sair e não queria deixar vocês (se pronunciem, gente) sem nada por hoje! Promessa é promessa! :p

Então, amanhã é o último capítulo para degustação ): depois só ano que vem!

Nos vemos amanhã com várias estrelinhas no céu? Beijos!

Segredos do Circo [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora