Capítulo 10

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Quando se está dormindo e se é acordado de supetão, por Deus, isso parece ser a pior maneira de ser despertado pelo seu subconsciente que te trai quando tudo o que você deseja é dormir tranquilo e sem resquício algum de remédios, como calmante, correndo pelo seu sangue na intenção de te fazer apagar completamente.

Porém, desta vez, Ashley Benson não tomara nenhum remédio porque tudo o que precisava era se acalmar por conta própria e apenas isso, nada mais. Contudo, sua maneira de acordar foi a pior possível ao sentir um peso recair sobre seu ombro, induzindo-a para o lado do mesmo jeito que ocorrera no acidente algumas horas atrás.

Só que agora, ela estava numa cama de hospital e aquele ocorrido continuava a passar em sua mente perturbada.

Continuou com mais força ainda no momento em que despertou e gritou, assustando o rapaz que estava dormindo encostado ao seu lado, fazendo-o abrir os olhos abruptamente e ficando em pé num pulo, procurando de onde saíra aquele grito e por qual motivo fora.

- Ashley! Meu Deus, calma.

Apressou-se em ir para próximo dela que já começava a tremer e a chorar, transtornada.

- Amor, calma! Está tudo bem. Eu estou aqui. Foi só um pesadelo. Calma.

- Tyler!

Assim que o rapaz se aproximou da mulher, ela o tomou nos braços e o apertou com toda a força que ainda restava em seu corpo cansado e machucado.

- Hey, calma, babe, calma. Eu estou aqui. Calma!

- Me tira daqui, por favor. Me tira... – Sua voz saia entre soluços num choro que só ficava mais carregado. – Eu preciso sair daqui. Por favor, me tira daqui!

- Fique calma. – Ele a apertava com cuidado em seus braços a medida que fechava os olhos e evitava de deixar suas próprias lágrimas escorrerem de seus olhos abatidos. – Tudo vai ficar bem. Tudo já está bem, meu amor. Já passou.

- Não, não, não! – A súplica era eminente na voz da mulher que o apertava mesmo já sem força. – Eu preciso sair daqui. Me tira daqui.

Tyler não sabia o que fazer. Não sabia se chamava algum médico, algum enfermeiro ou até mesmo, chamava Shannon Benson que com certeza ficaria tão em choque quanto ele estava.

Como poderia ver a mulher que amava dessa forma e não fazer nada? Como poderia ficar ali, abraçando-a, repetindo diversas vezes que tudo ficará bem quando parece que para ela, nada está bem? Quanto mais, para ele... Nada está bem mas precisa fazê-la acreditar que tudo está bem. Ou ao menos, enquanto estão ali abraçados, pode chegar a ficar bem.

- Eu vou chamar o médico!

A voz do homem parece ter feito-a despertar de um torpor já que ao mesmo tempo em que o ouvira dizer tais palavras, separou-se de imediato e o olhou com os olhos caídos e inundados de um choro que agora estava preso, entre uma respiração pesada demais.

- Não. Não, por favor, não. Não me deixa outra vez.

- Ashley...

Vê-la daquela forma, tão frágil, estava deixando-o machucado. Mas não tão machucando quanto aqueles arroxeados que existiam no rosto da mulher que continha uma pequena faixa rodeada em sua cabeça, escondendo o machucado superficial que existia no canto de sua testa.

Contudo, ainda assim, droga, isso seria doentio da parte dele pensar que mesmo daquela forma, ela estava linda? Ainda que não houvesse o sorriso que tanto amava, naquele rosto, ela estava linda; Ainda que não houvesse o brilho no seu olhar, agora dando lugar as lágrimas, ela ainda estava linda. E a forma, a forma como ela levava a mão machucada, protegida por uma bandagem, na direção da mão dele e segurava-o, trêmula, ela parecia mais do quê nunca precisar dele e não de médicos, de enfermeiros ou até mesmo, de sua própria mãe.

Nobody Compares - Find a way. (2º Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora