Capítulo 14

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Qual a sensação de acordar numa cama diferente, num quarto diferente e se sentir como se estivesse em casa? Qual a sensação de abrir os olhos, respirar fundo, se espreguiçar e ao tocar o lado da cama, se deparar com o fato de que não foi, de fato, o lado em que adormeceu? E qual a sensação de vir flashes em sua memória de uma noite que pôde ter sido boa se não fosse pelos obstáculos que nela, apareceram?

A sensação pode ser de frustração total quando por um segundo, ao levantar seu corpo pesado e cansado da cama, você tem aquele sentimento de que tudo o que viveu não passou de um sonho.

E então, ainda sabendo que não está em sua própria casa, você caminha meio sonolento até o lado de fora do quarto e vai se dando conta que está, sim, na casa de outra pessoa. Mas não uma pessoa qualquer. Aquela pessoa.

Aquela pessoa que te faz sonhar quando está dormindo, mas principalmente quando está acordado; Aquela pessoa que te faz adormecer em questões de segundos, com um cafuné ou então com um abraço desajeitado; Aquela pessoa que te olha nos olhos antes de pegar no sono e te diz em voz baixa um simples "eu te amo, dorme bem" e então, você dorme. Mas alguma hora depois acorda e se encontra sozinho em uma cama que de tão grande, parece te sufocar.

E o sentimento de se estar sonhando permanece até que a passos preguiçosos você segue o som de objetos batendo, fazendo um barulho absurdo que incomoda sua dor de cabeça, e aí, você, o homem por quem aquela pessoa está esperando, se depara com a imagem mais surpreendente que pode ter às 8:00 horas da manhã de um Sábado: Ashley Victoria Benson usando nada mais nada menos do quê um pequeno short, uma leve regata cavada e os cabelos presos no topo da cabeça, de costas para a porta enquanto parece concentrada mexendo algo dentro de uma tigela a medida que mexe os quadris com uma música um pouco animada mas não o suficiente para que a fizesse dançar daquela forma. Ainda mais, para àquela hora da manhã.

E então, hipnotizado com tal cena, Tyler Blackburn encostou-se ao vão da porta, cruzou os braços e prendeu os lábios entre os dentes enquanto a analisava, a estudava. Vendo-a tão moleca e ao mesmo tempo tão mulher com aquele corpo que pode dar inveja a qualquer mulher e principalmente a qualquer homem que deseja tê-la, mas não pode pelo simples fato de que pertence a outro. E ela, bom, ela não parece nem um pouco se importar com nada mais do quê preparar aquilo em que tanto está prestando atenção enquanto mexe o corpo e cantarola baixinho algum refrão desconexo da música no sistema sonoro da casa:

- You gave my life direction. A game show love connection. We can't deny...


(Você deu direção a minha vida. Uma conexão amorosa de programa de televisão. Não podemos negar...)

A voz desafinada e ao mesmo tempo doce. A forma como as palavras "programa de televisão" soaram com uma voz risonha e ainda como se movia no ritmo de Hey, Soul Sister, enfim, tudo isso e muito mais fez com quê Tyler não segurasse sua vontade de interrompe-la, aproveitando a pequena deixa da canção e chamando-a atenção com sua voz sonolenta, soando rouca, mas sendo o suficiente para dizer as palavras que de um jeito ou de outro, demonstravam exatamente o que sentia.

O que sempre sentia quando se tratava da mulher por quem nutria fortes sentimentos.

- The way you move ain't fair, you know. Hey, soul sister. I don't wanna miss a single thing you do tonight.

(Ei, alma gêmea. Eu não quero perder nada que você faça essa noite)

- Tyler! – Exclamou ela num grito, virando-se para ele e soltando a tigela para por a mão no peito, nervosa. – Meu Deus, você quer me matar do coração, homem?!

Nobody Compares - Find a way. (2º Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora