Capítulo 33

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Depois de provarem um excepcional cardápio escolhido pela própria Anna que assim como Tyler, também conhece Ashley até demais, ficando por dentro do que lhe agrada – com relação à comida, e o que não lhe agrada tanto assim. Desde a sua entrada preferida em um jantar, como também, desde a sua sobremesa que diferente de todos os outros jantares que o casal tivera, não se foi algo, digamos, grã-fino demais: o sorvete de quando ela era jovem, ainda continuava a ser o seu favorito.

E entre tantas conversas, entre tantos beijos que deram durante as horas que passaram dentro da pequena casa que ao passar dos segundos, foi se transformando mais em um refúgio do resto do mundo do quê qualquer outra coisa, pois, a cada vez que o homem a olhava durante a refeição que fazia, regada por um bom vinho, ele podia ver claramente que ela estava contente. E por ela estar contente, ele sabia que tinha feito a melhor de suas escolhas.

Agora, estavam sentados na areia, aproveitando da brisa leve que chocava-se contra seus rostos ao mesmo tempo em que se sentiam seguros por estarem um nos braços do outro. Mais precisamente, melhor dizendo, ela se sentindo segura em seus braços já que ele era o responsável por abraça-la por trás, não perdendo nem mesmo a chance de se sentir inebriado pelo perfume que emanava de seus cabelos longos que fez ou outra chocavam-se contra os olhos dele, deixando-o meio incapaz de olhar as ondas que chegavam à areia e voltavam, como uma breve explicação de como tudo que um dia vai, pode vir a voltar.

E foi com esse pensamento em sua mente que Ashley se confortou nos braços de um Tyler que com seu rosto descansando no ombro dela e seus braços seguros ao redor da frente do seu corpo, a ouviu dizer as palavras que se formam dentro de sua cabeça que àquela altura da noite, não estava mais tão confusa assim quanto estava no instante em que ganhara o presente dele.

- Você tem noção de quantas vezes já nos afastamos e voltamos a nos aproximar durante todos esses anos em que nos conhecemos?

- Sim. E é uma das coisas que não gosto tanto assim de lembrar.

- Por que? – Segurou uma de suas mãos e começou a brincar com os dedos dele, distraída.

- Porque não gosto de lembrar das vezes em que te queria por perto e precisava me fazer de forte pra não parecer um idiota que não consegue controlar os próprios sentimentos.

- Orgulho masculino. Não queria ser ferido...

- Não é isso. – Riu fraco e ela o olhou, fingindo estar séria. – Tudo bem. É isso.

- Claro que é isso. Vocês homens não conseguem quebrar essa barreira.

- Não é questão de quebrar essa barreira e sim saber lidar com ela.

- Então...

- Então eu estava tentando lidar com isso. Estar perto de você e não te abraçar como costumava ou brincar com você como costumávamos brincar, droga, era difícil.

- É, era difícil.

O silêncio se instalou entre eles e só o mar era o responsável por fazer barulhos, misturando-se com a fogueira que fazia pequenos barulhos que denunciavam a força do fogo sobre as lenhas que fazia parecer tudo aquilo como um luau.

Um luau a dois.

- Eu lembro que... – Ela voltou a falar, agora, com sua cabeça descansando no ombro dele, olhando o céu meio nublado. – Quando nos afastamos pela primeira vez, não consegui lidar bem com isso e me sentia como uma daquelas menininhas idiotas que não sabe agir diante do cara de quem está afim. Digo, que mulher de vinte e um anos age dessa forma?

- Ash, a idade não importa tanto assim quando sentimos algo por alguém.

- Você acha?

- Claro que eu acho. – Ele segurou sua mão esquerda e começou a brincar com o anel que reluzia em seu dedo. – Nós sempre achamos pra amar tem idade ou que se comportar mal, no amor, também tem idade. Quero dizer, qual o sentido disso tudo?

Nobody Compares - Find a way. (2º Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora