Capítulo 39

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Ao acordar, a cabeça de um certo homem parecia ser feita somente de chumbo pois tudo o que conseguia sentir era um peso insuportável e dor por todos os cantos de seu corpo. Todos os cantos mesmo. Sem exagero algum, desde sua cabeça até a ponta de seu pé, estavam doloridos. Virar para o lado? Por Deus, aquilo parecia ser uma tortura, porém, ainda assim, ele fizera porque estava tendo um sonho bom com a mulher que dominava não só seus pensamentos como também todo o seu coração e sua vida.

Mas ao entender que estava mesmo sonhando, Tyler Blackburn sentiu um aperto no coração ao encarar o criado-mudo ao lado de sua cama assim que despertou abruptamente, já se deparando com um anel e um pequeno papel-lembrete que não havia se dado conta de que estava ali, ao dormir; Na verdade, ele nem mesmo conseguia raciocinar direito sobre como e quando, teria ido parar na cama e nem mesmo como teria ganhado aqueles curativos em sua mão e em seu rosto que pareciam estar escondendo algo bastante feio.

Não. De forma alguma estava passando por um blackout pós bebida, mas, não conseguia se lembrar de algumas coisas a não ser do fato de ter tido uma conversa com Ashley que, ele sabia, prometera ficar durante toda a noite, mas, não: ela não estava em lugar algum. Embora, seu anel, estava.

Seu anel estava e junto dele, um papel com letras que pareciam ter sido escritas com pressa demais: a pressa de um alguém que está fugindo do inevitável. E se estava fugindo do inevitável, por que diabos ela precisava ter feito isso? E por que diabos ela precisou mentir para ele, dizendo que ficaria?

Ler o bilhete fez com quê o rapaz escondesse um lado de seu rosto em sua mão e respirasse fundo, sentindo-se um inútil por sempre conseguir o que não quer nem mesmo fazer:

"Me perdoe por ter ido, mas, se lembra quando fizemos um acordo sobre pensarmos quando acharmos que não somos mais os mesmos? Então. Eu preciso pensar. É difícil, mas, preciso pensar."

Pensar, pensar, pensar. Pensar em quê? Pensar pra quê? Eles não tinham nada para se pensar. Ao menos ele, não tinha nada para pensar porque tudo o que desejava era tê-la nos braços e fazê-la perdoá-lo porque ele sim, quem precisava de perdão. Ele sim quem precisava de perdão pois de um jeito que não desejava, a afastou. A fez pensar coisas que não são reais e não há nada que mais dói em Tyler do quê ter noção de que agora, Ashley leva em sua mente palavras que ele dissera em momento de raiva e ciúmes.

- Droga! – Rasgou o papel em todos os pedaços possíveis, jogando-se para trás e sentindo dor em suas costelas. Mas, não se importando nem um pouco com as mesmas porque tudo o que precisava era apenas vê-la, era apenas estar ao lado dela. – Droga, droga, droga. Você é um burro, Tyler. Você é um burro!

Se encontrava perdido e nem mesmo sabia que horas seriam até que o telefone sem fio, ao lado da cama, começou a tocar e com mau humor, embora, rezasse para ser ela, ele avançou o mais rápido que pôde até que ouviu a voz de Kurt dizer:

- Seu filho da mãe! Como você não me avisou que sua namorada estaria fazendo campanha para lingeries? Tyler, porra, você é muito sortudo, irmão. Muito sortudo.

Ao invés de responder o melhor amigo, o rapaz apenas fechou os olhos, sentindo seu maxilar travar a cada palavra que escutava do outro que não se poupava em comentários ridículos:

- Ashley Benson definitivamente é uma mulher para se apreciar. Agora entendo porque você não conseguiu esquecê-la até hoje. Agora sim, eu entendo, cara, agora sim. Você está de parabéns e...

- Kurt, cala a boca.

- Agora o mundo pode ver o que só você via. Qual a sensação de saber que é um cara sortudo?

Nobody Compares - Find a way. (2º Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora