Capítulo 17

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A distância entre Burbank e Los Angeles não era muita, mas, nas condições em que Ashley Benson e Tyler Blackburn se encontravam, bom, digamos que passar trinta minutos dentro de um automóvel em movimento, em pleno silêncio, não é algo do qual uma pessoa pode gostar muito, até porque, naquela ocasião, não havia nada mais insuportável do quê lidar com a pressão de um jantar fracassado, um homem irritado, enquanto, consequentemente, dirige com certa raiva lhe cegando por completo, fazendo-o correr, literalmente e não literalmente.

E se tratando do seu pequeno trauma pós-acidente, Ashley não estava conseguindo lidar muito bem com a maneira com quê Tyler estava manejando a direção, então, resolveu finalmente quebrar o espaço que dera a ele, virando seu rosto em sua direção e o olhando; Apenas se deparando com as sombras de um homem que parecia atormentado demais para responder qualquer pergunta que lhe fosse feita sobre tudo o que aconteceu minutos atrás. Em contrapartida, ou ele reduzia a velocidade, ou falava qualquer coisa que lhe viesse à mente. Por mais que não o quisesse fazer, é claro...

- Tyler.

O som da voz da mulher entrou pelos tímpanos de um homem que de tão raivoso, apertou a direção até deixar os nós dos dedos brancos, sentindo-se tempestuoso demais para olhá-la e responder ao seu chamado. Porém ela não desistiu, tentando mais uma vez depois de alguns segundos...

- Tyler, eu já te dei tempo o suficiente para tentar se acalmar. Então, agora, por favor, você pode falar comigo ou vamos chegar a Los Angeles assim? Mudos?

Era terrível vê-lo daquela maneira, pois o rapaz não era do tipo calado sempre. Das vezes que o viu assim, ou era por ciúmes que gerava raiva, ou o caso mais grave como uma doença qualquer, então, no momento, não era nem uma coisa e nem outra.

- Ok! – Exclamou batendo as palmas das mãos nas pernas, começando a perder sua paciência. – Tudo bem que você se ache na droga do direito de ficar mudo, mas daí resolver fazer isso justo comigo, quem não entendeu nada do que aconteceu lá atrás, não, eu não aceito isso.

- Ashley... – Ele sussurrou, mas ela nem se quer escutou.

- Não tenho nada a ver com o que a sua mãe falou nem mesmo tenho a ver com o fato dela não segurar a maldita língua dentro da própria boca quando resolve agir como se eu fosse a pior pessoa do mundo pra estar com você. Então, da próxima vez que ela resolver me atrair para o ninho de cobra que parece viver, me recuso a ir, ouviu bem? Me recuso a ir!

- Ashley...

- E tem mais! Eu não sou obrigada a ver alguém sentar na minha frente, sorrir pra mim e fingir que me aceita quando claramente é tudo ao contrário. Então, Tyler, seja lá qual for o problema que tivemos esta noite, só quero que você entenda que não tenho culpa da louca da sua mãe não saber...

- Cala a boca!

Tyler não exclamou num sussurro e sim num grito. Num grito que foi seguido de um susto por parte de uma mulher que sentiu seu corpo ser jogado para frente graças a uma freada brusca dada pelo automóvel que parou no segundo em que o homem soltou com todas suas forças, fazendo assim, com quê Ashley o olhasse boquiaberta, trêmula e agradecendo encarecidamente por ter entrado naquele carro e posto o cinto de segurança, mais uma vez.

- Você ficou louco, porra?

Ela não tem costume de xingar, mas, em situações como aquela em que sua pressão eleva mais do que o normal, simplesmente entra em estado de choque e diz as palavras automaticamente. E o automático nem sempre sai num tom baixo porque às vezes, como nesse caso, ele sai como um grito no escuro, desesperado.

Tão desesperado como o homem que com as mãos no rosto, trêmulo, profere palavras como xingamentos, que fazem com que Benson fique mais atordoada ainda e com medo de falar. Falar seja lá o que possa vir a ser dito por sua língua descontrolada.

Nobody Compares - Find a way. (2º Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora