Nobody Compares - Find a way. (2º Temporada)

Capítulo 16 (Parte II)

Há quem diga que alguns casais se apoiam um no outro quando estão passando por tempos difíceis ou simplesmente não conseguem lidar sozinhos, em particular, com a pressão que está acontecendo em suas cabeças. Então, será isso o que Ashley Benson e Tyler Blackburn estão fazendo, enquanto, tranquilamente se dirigem até a casa da mãe do rapaz onde ele passara parte de sua vida antes de finalmente entrar de cabeça ao mundo louco que é Hollywood?

Enquanto o rapaz dirige ao som do rádio numa estação popular qualquer, Ashley tenta encontrar nele indícios de que está seguro do que quer, embora, é claro, ele tenha feito o possível para fazê-la acreditar que sim, está tudo ok em fazerem isso por mais assustado que pareça estar. Mas, Tyler não está assustado por estar levando-a para ver a mulher que o criou e sim por estar levando-a ao lugar onde está escondido parte de seu bem mais precioso, embora acredite que ela poderá roubar suas memórias, acredita que ao deixa-la entrar, definitivamente, ela vai enxergar partes dele que nenhum outro já pôde ver em algum momento de sua vida.

Pessoas às vezes podem ser como um lugar bem escondido ou então, como um tesouro. É. Pessoas podem ser como tesouros que estão protegidos por muros ou simplesmente obstáculos que impedem alheios a chegarem até ele e desvendá-los por completo. Mas qual é o sentido em se chamar tesouro se não puder descobri-lo em algum momento? Foram feitos para serem expostos, não? Então, qual a razão para mantê-lo seguro e longe dos olhos?

A resposta é uma só: nem todos estão preparados para olhar dentro de uma caixa e ver o que ela esconde e qual sua verdadeira história.

Não, não é como se Blackburn escondesse seu verdadeiro eu da mulher que ama, todavia, pessoas conhecem pessoas por completo? Por mais amor que exista num relacionamento, se pergunte: todo mundo conhece todo mundo cem por cento? Conhece seus piores medos? Sua maior fraqueza? Sua maior força? Ou até mesmo, conhece de onde surgiu essa vontade de isolar sua personalidade dos olhos de terceiros?

É, não. Ninguém conhece o outro por completo e talvez, ou melhor, sem talvez, esse é o único motivo que faz Tyler se sentir assustado ao levar Ashley para o lugar onde passou tantas fases, boas e ruins, com sonhos realizados e até mesmo fracassados. Todavia, em algum canto de seu interior, ele sabe que ela acredita nele e tenta ao máximo não avançar o limite que ele propôs sem nem mesmo avisar, mas, o que lhe falou antes de saírem de casa, foi real, é real: há sempre uma grande mulher por trás de atitudes de um bom e grande homem. E definitivamente, a mulher que está sentada ao seu lado enquanto o vê dirigir e batucar os dedos ao ritmo da música, no volante, está tanto ao seu lado quanto atrás dele, em tudo. Principalmente quando o vê segurando um riso que a obriga quebrar o silêncio e perguntar:

- Do quê você quer rir? Porque sério, conheço esse seu jeito esperto de longe.

- Jeito esperto? – Virou o olhar rápido para ela, rindo. – Qual é o meu jeito esperto

- Você sempre entorta a boca para os lados como se quisesse rir mas não pode. E seu olhar, muda.

- Você nem mesmo está olhando nos meus olhos pra saber se meu olhar está mudado.

- Desde quando preciso estar olhando em seus olhos para saber a forma como eles estão?

Ao ouvir a confissão dela, Blackburn não pôde se conter ao encará-la rapidamente e vê-la dar aquele sorriso de lábios fechados que deixavam suas covinhas amostra, fazendo assim, seu rosto parecer angelical. Mesmo com aquele vermelho forte em sua boca que sempre parecia estar chamando-o.

- Que foi? – Agora foi ela quem riu, achando graça no jeito que ele a olhou. – Só conheço você bem o suficiente pra dizer que...

- Estava pensando na razão pela qual nunca levei nenhuma outra mulher até a Burbank.