10. Feelings

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Ok... Tá tudo certo. Ele está dirigindo com uma mão e com a outra está acariciando minha perna.
Falei que era pra lembrar de respirar.
Tive que abrir a janela. A brisa fria soprou levemente em meu rosto e inspirei bem. Meus cabelos começaram a ficar um pouco desordenados e fechei o vidro.
Fiquei numa tentativa desesperada de tentar ajeitar minha juba.

— Amber... — ele cortou o silêncio e fez uma leve pressão na minha perna.

— Sim? — o olhei.

— Antes de chegarmos, — suspirou. — eu gostaria de saber se você ainda o ama. — falou sem tirar os olhos do trânsito.

Eu sabia muito bem que quem ele estava falando. Christian havia parado de falar comigo como Justin. Eu pensei que ele iria me apoiar, ser meu ombro amigo... Mas não, ele fez o mesmo. Os dois não imaginavam o quanto tinham me ferido com isso.

— Há muito tempo não o vejo. — respondi. — Mas pra quê essa pergunta agora?

— Só quero saber onde estou me metendo. — estacionou em frente à sorveteria.

Estava frio, mas eu queria tomar sorvete. Até que um chocolate quente cairia melhor. Mas sorvete é amor, sorvete é vida. Principalmente de morango.

Desci do carro e fui pra dentro, Justin me acompanhou e fomos fazer os pedidos no balcão.

Enquanto esperávamos, trocamos olhares intensos e sorrisos tímidos da parte dele.
Ele não havia mudado, disso eu tinha certeza. Era quase um homem, mas ainda com mente de criança.
Me perdi um pouco olhando os olhos dele.

— Hey. — ele chamou minha atenção estalando os dedos na minha frente. — você anda mais voadora do que de costume. — riu.

— Ahm? Não, não. Eu tou bem, eu acho. — sorri. Estava rezando pro Justin parar de me olhar da queda forma, com desejo e ternura. Ow droga.

Pegamos nossos sorvetes e nos sentamos.

— Então... — ele começou após dar uma colherada no seu sorvete de flocos. — o que fez nesse meio tempo?

— Estudei, passei no vestibular e entrei na faculdade, apenas. — fitei meu lindo sorvete rosa.

— Hm... — disse de boca cheia e assentiu.

— E você? O que fez? — perguntei.

— Meio que nada. Minha mãe abriu um restaurante e eu ajudei ela durante esses anos.

Quase me engasguei.

— O quê?! Você? Cozinhando?

— Não, não. — riu e tomou mais. — Ajudei mais na parte da recepção ou com as finanças. O empreendimento que ela fez deu muito certo.

— Você não fez faculdade ou coisa do tipo? — o olhei. Ele negou e me olhou também. Meu coração deu uma batida em falso. — Er... Tá então. — desviei o olhar. Juro que se ele não parar eu vou ter um ataque. Voltei a tomar meu sorvete.

— Como anda a faculdade?

— Bem, Justin. Nada que seja algo do tipo emocionante ou como fantasiei que seria.

— Entendo... — ele abaixou a cabeça. — você ainda fala com as garotas, Kat, Chloe e Caitlin?

— Chloe é minha colega de quarto. Kat... Bem, ainda nos falamos, mas não é como antigamente.

— Está esquecendo de uma. — falou

— Caitlin? Ela é tão insignificante que não faria diferença falar, mas como insiste... — respirei fundo — não a vejo desde o dia da nossa formatura do terceiro ano. Dou graças a Deus todo dia por isso.

Parece que o assunto morreu ali. Apenas tomávamos o sorvete calados. Percebi que uma tensão estava se formando ali... Vi Justin terminar o seu e fiz questão de acabar o meu também.

— Ahm... Você vai voltar pro dormitório? — perguntou.

— Vou sim, tenho aula ainda. — bufei.

— Esse final de semana você está livre? Sei lá, pra gente sair com mais calma... Daí você aproveita e chama a Chloe.

Eu tinha uma penca de trabalhos para fazer...

— Estou sim. — péssima mentira. — vou avisar pra ela. Você bem que poderia me passar seu número novo, não é? — sorri.

— Claro, Amber. — entreguei meu celular à ele que digitou seu número e me entregou o celular de volta. — agora vamos, não quero fazer você perder aula de novo. — levantou-se e me levantei também.

— Se bem que eu não me incomodaria de perder aula pra ficar com você. — murmurei indo em direção à saída.

— Oi? — ele perguntou e depois deu uma risadinha. — Não entendi o que disse.

Apenas neguei com a cabeça e fomos pro carro.

Fomos novamente em silêncio durante todo o percurso. Dessa vez eu dirigia. Quando chegamos ele segurou minha mão antes de sair. O olhei. Aqueles olhos que brilhavam devido a luz, estavam mais intensos do que nunca. Me vi tentada a aproximar nossos rostos e beija-lo... Mas ele recuou.

— Então... Ahm... Nos vemos depois? — soltou minha mão.

Eu ainda estava um pouco inebriada. Senhor dos céus.... Depois de um tempo assenti, tirando o foco dele e o vi sair do carro. Ele foi tomando distância até sumir completamente do meu campo de visão. Desci do carro e fui o mais rápido que pude pro dormitório e quando entrei me joguei em minha cama.

Foi bom ter revisto ele? Sim, obviamente foi. Todo aquele sentimento, toda aquela emoção de antes voltou mais forte. Meu coração estava disparado até agora e meus pensamentos estavam nele. Mas... Ele ainda me evitava. Não sei ao certo o porquê, mas ele deve ter seus motivos.

Quanto a Christian... Eu realmente não sei se o amo ou se deixei de amar. E se ele também — por sorte ou azar meu — resolvesse voltar e todos meus sentimentos por ele voltassem também assim como aconteceu com Justin? Suspirei pensando. Mas, como diria Katherine Pierce; Não há problemas em amar os dois. Ou será que há?

-^-

N/A: Gente do céu.
Depois de meses eu finalmente voltei.

Deem graças, meu bloqueio criativo passou.

Ou não, ele pode voltar a qualquer momento.

Me digam o que acharam do capítulo, seres de purpurina ou seres das trevas.

Beijos de luz e escuridão. :*

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⏰ Última atualização: Dec 22, 2015 ⏰

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