Separados por um muro

9. Capítulo

Em cima foto de Selena com 14anos
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Narração de Rita

Não sei bem o que se passou na cabeça de Cameron, mas mesmo assim fui ter com ele para ver o que se passava.
Esta coisa de ter o telemóvel até era boa, eu e a Selena tínhamos prometido uma á outra que falaríamos todos os dias, mas infelizmente era proibido o telemóvel na escola ( mas eu nem sabia ). Mas agora com o telemóvel da pedra conseguia mandar lhe de vez em quando uma mensagem. Ai como eu tinha saudades dela! Enfim... Estavam quase a chegar as férias grandes por isso daqui a nada já estou com ela. Continuando...
Fui ter com ele ao tal campo de futebol, era proibido ele estar ali, visto que aquele campo pertencia ao lado das raparigas. Havia dois campos de futebol ali, um dos rapazes e outro das raparigas. Mas havia um muro a separá-los, era esse muro que dividia a escola. Mas apesar disso, lá estava ele com os seus lindos olhos castanhos a olhar para mim super descontraído com as mãos nos bolsos.
Fui ter com ele e perguntei o que se estava a passar, ele percebeu o meu nervosismo, pôs-me a mão no ombro e com a maior calma do mundo disse:
- Bem, não querias estar mais vezes comigo? Não tinhas medo da separação? Então aqui estou eu!
- Hm... Pois mas como estás aqui? E o que é suposto fazer?
- Estou aqui devido a uma passagem secreta que há nesta escola. O meu avô descobriu-a, contou-a ao meu pai quando ele veio para cá e este contou-me a mim. Podemos estar juntos sempre que quiseres, basta mandares-me uma mensagem e eu venho cá ter ou tu vens ter comigo ao campo dos rapazes.
- Isto é de loucos! Onde vais agora? - perguntei eu ao vê-lo a afastar-se.
- Então, mostrar-te a passagem. Mas não podes contar a ninguém! Nunca a mostrei a ninguém, estou a contar contigo. - respondeu ele confiante. Nem disse mais nada, apenas o segui.
Passámos a rede que cobre o campo e fomos em frente, em direção ás casas-de-banho. Por instantes pensei que ele precisasse de ir fazer as suas necessidades porque entrámos na casa-de-banho das raparigas. Mas quando o vi a dirigir-se para os lavatórios tirei essa ideia da cabeça. Assim do nada ele disse:
- O quê? Achavas que eu vinha para cá sem ir á WC primeiro? - dei uma gargalhada ao ouvir isto mas ele olhou para mim confuso e eu calei-me.
Baixou-se á frente do lavatório e abriu um buraco que estava tapado por grandes blocos de pedra, aquilo estava mesmo bem disfarçado! Parecia o chão.
Entrou lá para dentro e eu segui-o. Tentei decorar o caminho, vamos em frente, depois á esquerda, depois á direita e depois outra vez á esquerda.
Chegamos a um beco sem saída onde ele começou a dar pancadas no teto. Saíram pedras de chão iguais á da casa-de-banho das raparigas mas em vez de serem vermelhas eram azuis. Subimos por aí e fomos parar á WC dos rapazes! Do outro lado do muro!