Capítulo 9

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*Charlie narrando*

Depois de me desvencilhar de toda a multidão, acabei encontrando meu tio (pai de Harry) conversando com um homem moreno de olhos verdes e o início de fios grisalhos na cabeça cheia de um cabelo castanho.

O homem vestia uma veste simples. Um terno. Preto, com uma gravata borboleta vermelha. Aparentava ser mais novo que titio. E mais animado, pelo modo como sorria.

Eu me juntei ao grupo e o homem fez uma leve reverência e depois disso, conversamos normalmente. Até que uma mão morena, demasiadamente delicada toca o ombro do homem, de nome Gerald. Quando ele se vira, é possível ver quem era a pessoa que chamara sua atenção.

Emma.

A noiva de Harry abraçou o pai de olhos fechados por pouco tempo, quando abriu-os, me encarou novamente com aquela intensidade que só ela sabia controlar. Não deu tempo de muita conversa, as cornetas soaram por todo o Salão e Emma apressou-se a andar em direção ao centro do Salão, onde Harry esperava-lhe para a Grande Dança.

Meus olhos acompanharam tudo. O momento em que Harry se curvou levemente, enquanto ela fazia um delicado movimento de cumprimento. Harry então, passou um braço por sua cintura e com a mão livre tomou uma das mãos da moça. A outra mão dela, a mesma que tocou o ombro de Gerald, segurou uma parte do vestido, levantando a barra, facilitando os movimentos dos dois.

Ela rodopiava maravilhosamente naquele vestido amarelo de princesa. De princesa, não de lady. Emma era, definitivamente, um exemplo de porte, postura e imponência. Tão suave sobre aqueles sapatos de saltos curtos, balançava com Harry ao compasso da música instrumental que reverberava nos ouvidos de todos.

Ela sorria nervosa. Eu percebia quando ela fechava os olhos rapidamente e depois abria-os novamente. A música acabou depois de uns cinco minutos. E então todos no Salão aplaudiram entusiasmados a grande performance do novo casal. Eu continuei estático. Olhava para ela com atenção, quando uma mão forte tocou meu ombro e uma voz rouca e jovem disse:

-Encantado, irmão? -Me virei e encontrei Chace sorrindo ironicamente.

-Com o que eu estaria encantado?

-Com a senhorita, noiva de Harry? -Rebateu ele, respondendo minha pergunta com outra pergunta.

-Claro que não! Estava apenas reparando sua singela beleza.

-Singela, tudo bem. Mas, porque você não a tira para a próxima dança?

-Não sei. Por qual motivo eu faria isso?

-Assim, talvez, não ficaria só a trocar olhares com ela e poderiam conversar! -Disse ele, debochado.

-Tudo bem! Boa ideia! Vou lá! -Nesse instante, fui caminhando calmo até perto de primo Harry e, quando perto o bastante, pigarriei, chamando sua atenção.

-Será que eu poderia ter o prazer de ser o acompanhante de sua noiva na próxima dança?

*Emma narrando*

Aquela frase atingiu meus ouvidos como um raio. Tão simples, tão fácil de falar. E, ao mesmo tempo, de tão difícil entendimento para mim. Eu estava conversando com Harry, fingindo entusiasmo com seus novos negócios, quando alguém pigarreou atrás dele.

Um alguém com cabelos ruivos desarrumados no alto da cabeça. Um alguém que esboçava um sorriso mais luminoso que dez mil candelabros. Um alguém que ostentava vestes magníficas e um palavreado rebuscado. Um alguém que possuía uma voz rouca e aveludada, que poucos teriam o prazer de escutar, devido à sua ocupação nas grades sociais. Alguém que carregava consigo um brasão real e patente de príncipe. Alguém que comandava o próprio mundo e lançava no ar uma magia, quando seu nome era pronunciado.

Charlie. Príncipe Charlie, de Méssia.

E sua voz maravilhosa transmitia uma mensagem que fez meu coração pular e minha respiração parar. Algo que fez minha mente sair fora de controle.

Harry sorriu para ele. E fez um gesto com a mão concordando com a sentença. Os dois se cumprimentaram e Harry saiu caminhando. Eu respirei fundo e olhei-o nos olhos.

Ele estava me encarando. Suas feições eram realmente mais lindas do que minha mente conseguia imaginar antes de conhecê-lo. As moças de minha idade na aldeia sonham em vê-lo, pelo menos uma vez na vida, e eu, logo eu, vou fazer parte de sua família.

Ele disse com sua voz aveludada:

-Madame, me concederia essa dança?

E se inclinou, num movimento de pedido e tomou a minha mão, beijando-a. Eu afirmei com a cabeça. Ele se ergueu e colocou um braço na minha cintura e a mão segurando a minha. Segurei a barra de meu vestido e nos aproximamos num abraço. E a voz dos cantores começou a soar.

"Do jeito que eu cheguei,
Ela teve que ir.
Mas você está linda
Parada aí, sozinha."

-Charlie, prazer. -Disse ele.

-Emma, o prazer é meu.

-Você está muito elegante com este vestido. Se me permite, elegante o suficiente para uma princesa.

-Obrigada. Suas vestes estão muito bem em você também.

-Essa beleza que vês, vem de seus olhos que, devo dizer, são muito bonitos.

-Ora, majestade. Assim, faz-me enrubescer.

-Será um prazer vê-la com as bochechas ardendo. Deve ficar muito charmosa.

Eu torci a boca, envergonhada. E eu realmente, fiquei vermelha. E ele sorriu, um sorriso brilhante e tão grande que chegava aos olhos.

"Então vem, vem
Aproxime-se mais um pouco agora.
Vem, vem
Não há jeito de fugir.
Vem, vem
Mostre-me do que você é capaz."

-Estou encantado com sua beleza. -Disse ele, acanhado.

-Devo admitir que sua beleza muito me encanta também.

-Encontre-me hoje após a festa! -Disse animado.

-Não sei se devo.

-Vamos, por favor! Podemos encontrar-nos numa macieira no morro atrás do Palácio.

-Eu já fui lá. É bem calmo. Mas, não sei se é certo. Nem conheço- te direito, majestade.

-Mas eu preciso conversar com você a sós, de verdade!

Eu olhei pra ele e seus olhos azuis me suplicavam para que eu concordasse. Então, eu não consegui falar não para o pedido naqueles olhos. E concordei com a cabeça.

"Yeah!
Tenho te observado a noite inteira,
Tem algo em seus olhos.
Então venha, venha e dance comigo.
Yeah!
A música está muito alta,
Eu quero ser seu agora.
Então venha, venha e dance comigo!"

-Estarei esperando por você! -Ele disse e saiu andando, logo após a música terminar.

Eu fiquei alguns milésimos parada, no meio do Salão. Talvez, eu tenha cometido um grande erro aceitando o convite de Charlie, mas eu decobriria mais tarde.

Nesse momento, eu deveria me concentar no meu noivo e nos convidados. E em meu pai. Deveria esquecer meu encontro secreto com o príncipe na macieira atrás do Palácio.

Concentra Emma, concentra. A festa logo acaba.

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Olááá pessoinhas do meu coração! Mais um capítulo! E hoje, um especial de Natal!

Bem, eu queria desejar um feliz natal pra vocês, muitas felicidades, muitas realizações!

Bem, se gostaram não se esqueçam de curtir, comentar, compartilhar com os coleguinhas, pois isso me ajuda, e MUITO! Me deixem saber o que você está achando da obra e da continuidade da história.

Minhas indicações para leitura são:
-Histórias Cruzadas
-Amor de Cowboy
E tem uma que eu estou gostando DEMAIS e que é super boa:
-Minha Para Adorar.

Eu vou ficando por aqui, beijos de Nutella pra vocês....

Fui!

Um Beijo EncantadoOnde histórias criam vida. Descubra agora