Capítulo 30

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Duas semanas depois.

*Narrador*
Era talvez a semana mais agitada da vida de Emma. Quando se noivou de Harry pela primeira vez, não se lembrava de ter sido assim tão corrido. Mas, de certo, não fora.

Agora, acima de qualquer preparação para o casamento, Emma era Rainha e tinha responsabilidades para com seu povo. E, apesar de toda a ajuda de sua mãe, ela ainda estava se acostumando com toda a rotina de decisões (que incluíam também os preparativos para seu matrimônio).

O que a dava forças para segurar a barra que é ter de lidar com tantas coisas ao mesmo tempo era o apoio de Harry que, depois de muita insistência, acabou aceitando se mudar para o Castelo Bellair. Para ele, era tão simples aceitar os pedidos de Emma, já que sentia seu coração amolecer ao escutá-la e dedicava seu ser para honrar o seu "sim".

Era um amor construído. Não foi repentino, muito menos fácil, mas se estabeleceu, deixando claro sua força, já que passou por tantas provações e turbulências. Mas, agora, depois de tudo e enfim juntos, tudo parecia calmo e melhor desde que estivessem um com o outro.

Charlie fortaleceu sua relação com Harry novamente, nessas duas semanas. Os dois voltaram a se entender e a se falar, como os quase-irmãos que são e talvez isso tenha ajudado os dois a entender melhor a si mesmos e a esquecer seu orgulho que os impediam de conversar civilizadamente.

Eram primos que se amavam, final e novamente.

Catherine ainda sofria. Podia sentir a presença de Rudolph em todos os lugares ainda e todas as noites sonhava em tê-lo ao seu lado novamente, mas sabia que aquilo ainda demoraria. Sobrevivia com as forças que seu coração lhe fornecia e com a nova relação com sua filha. A saudade que a dominava lhe enfraquecia em alguns momentos, mas a dedicação e o amor que se lembrava de sentir por parte do seu Ruddie a mantinha firme. Era tão puro aquele amor que se manteve intacto até depois do fim.

*Chace narrando*
São dois tons de castanho. São duas alturas diferentes. São duas mulheres distintas, mas ainda assim não era triângulo amoroso porque o observador só olhava para um ângulo.

E esse tinha uma altura mediana, pele branca, olhos castanho-escuros e um cabelo preto que lhe escorria como cascatas pelos ombros e costas. Era um anjo à luz do dia e também à luz da noite.

Era claro que eu tinha demorado tempo demais para perceber que estava apaixonado por Gaia. Na verdade, estava apaixonado por ela antes mesmo de "apaixonar-me" por Meredith. Eu a amava desde o dia que a conheci, mas só senti esse amor da maneira correta quando percebi que ela seria dama de companhia de Emma.

Num reino diferente. Com pessoas novas. Só descobri que a amava e era apaixonado por ela quando a possibilidade de perdê-la chegou à minha mente.

E algo ainda me impedia de tê-la. Meu passado. Passado este que ela conhecia muito bem e que viveu junto comigo, ajudando-me a superar. Passado este que ela não reconheceu quando a viu. Passado que carrega o nome de Meredith e que era a outra dama.

Mas o mundo precisa de pessoas corajosas e eu sabia disso. Por tal razão, ao mesmo tempo em que tinha medo de me jogar de cabeça em algo com Gaia, aquilo era tudo o que eu mais queria e desejava para a minha vida e meu futuro.

Imaginar uma vida com ela era surreal. Um palácio mediano, na cor salmão (ou a cor que ela preferir) com assoalho de mogno ou ébano, um quintal largo e verde, um balanço numa mangueira carregando uma menininha loira com os olhos castanhos mais lindos do Reino, outro garotinho moreno correndo com uma bola pela grama.

Se eu estava me iludindo demais pensando assim? Claro que não. Gaia era a minha garota e eu tinha plena consciência disso.

Devo admitir que não fora muito inteligente de minha parte refletir sobre tudo isso depois de ter batido na porta do quarto. Então, em consequência disso, ergui os olhos e percebi que estava encarando uma Gaia de expressões confusas.

Um Beijo EncantadoOnde histórias criam vida. Descubra agora