A voz

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Não havia para onde fugir, estava cercado por três homens cinza que estavam indo me matar ao mesmo tempo, e para melhorar, não havia ninguém para me ajudar, teria de me virar sozinho.


Quando os três vieram de meu encontro, sai correndo em direção de uma mesa grande que havia ali no saguão, provavelmente aquela mesa servia para servir as refeições do dia.
Eles eram rápidos demais, os três já estavam bem ali atrás de mim. Dei a volta na mesa e ao ver que eles haviam se atrapalhado para ver quem iria primeiro me picar em picadinhos, reuni todas as minhas forças e ergui a mesa para que pudesse jogar em cima deles, e quem diria, deu certo. Todos acabaram debaixo da mesa enorme e pesada, pareciam estar desmaiados por conta do peso e do forte impacto que a queda causara a eles.


- Certo, isso deve segurá-los por enquanto - Disse olhando para eles desacordados no chão -.


"Tenho que achar um jeito de acabar com eles, senão estarei em perigo todo esse tempo em que eu estiver aqui em Yelloville". Peguei o elevador que estava ali no saguão da recepção, fui até o único andar que tinha além da recepção naquele hotel.


Ao sair do elevador vi que aquele hotel só tinha luxo na parte da recepção, porque naquela parte a palavra luxo não iria se hospedar nem tão cedo. Seus corredores estavam cheios de pó, teias de aranha e o tapete que tentava esconder os pisos de madeira que faltavam no chão, estava todo rasgado. As janelas estavam tampadas com madeiras pregadas, deixando o corredor no escuro. Ao meu lado, na parede, eu encontrara um interruptor para ascender as luzes do corredor.


Ao apertar o interruptor vi que somente uma lâmpada havia ascendido, a lâmpada do quarto 08. Fui até lá para ver encontrava algo para acabar com os três dorminhocos lá de baixo.


A porta do quarto estava destrancada. Ao entrar no quarto vi que ele estava arrumado, quase como se alguém me esperasse... por anos!


Sua decoração parecia não ter sido mexida em nada, os móveis eram antigos, bem antigos. Ao bater o olho pude ver um rádio a pilhas, lamparinas a vela com fósforos do lado, castiçais, candelabros, tudo como se fosse novo em folha, tudo ali como se ninguém houvesse entrado naquele quarto nem mesmo para limpar.


"Finalmente você, já não era sem tempo! ", disse uma voz em minha cabeça.


Olhei ao redor procurando alguém, mas eu estava sozinho naquele quarto, não tinha como os dorminhocos lá embaixo terem subido tão rápido, eles podiam ter ganho muitos poderes, mas inteligência não estava incluso no pacote.


"Pare de enrolar, rápido! Eles estão começando a acordar! "


Aquela voz de novo... não, poderia ser coisa da minha mente, devia estar delirando por alguma pancada na cabeça que eu devia ter levado na cabeça.


- Quem está aí?


"Rápido, vá em direção a cama e olhe debaixo dela".


Ótimo, agora eu estava ouvindo coisas. Se depois de tudo aquilo eu ainda sobrevivesse, iria eu mesmo me internar em um hospício. Mas o momento não era para se recusar nenhuma ajuda, mesmo que vinda da minha cabeça.


Fui em direção a cama e com cuidado olhei para baixo dela, e para minha surpresa, eu havia encontrado algo lá além de um pouco de poeira e teias de aranha, uma adaga.


"Pegue a adaga, ela lhe pertence! Rápido, vá até o saguão, eles acordaram e estão te procurando... na verdade discutindo para ver quem era o culpado, mas enfim, vá rápido. "


Mas como...? Chega de perguntas, aquela não era a hora. Sai correndo do quarto para o elevador. Ao entrar no elevador pude olhar melhor a adaga que carregara em minhas mãos, parecia muito bem afiada, sua lâmina metálica reluzia ao bater de frente dos feixes de luz do elevador, mas ao olhar para o punhal dela, estava escrito nome nela.

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