Capítulo 4 - Crescente Paixão

39 6 0
                                    

30 de Novembro de 2014

Domingo

07:00AM


Acordo com o barulho do meu celular tocando e vejo que alguém está me ligando. Ted. Meu cérebro demora a perceber o que está acontecendo. Ted está me ligando de Mato Grosso! Desperto repentinamente e atendo. Ouço o barulho de um instrumental no fundo.

- Ted? – pergunto com minha voz de sono. Então começa. Do outro lado da linha ouço Ted começar a cantar Domingo de Manhã. Dou uma risadinha. E não é gravado, é ele mesmo que está cantando. E continua assim no decorrer da música. E a voz dele é perfeita, angelical e perfeitamente harmoniosa com o ritmo. É tão lindo, a ponto de fazer meus olhos lacrimejarem. Não demora muito para eu estar em prantos e ter que me secar com o lençol. Ele termina de cantar.

- Bom dia, anjo – ele diz. E eu me derreto novamente. É a primeira vez que conversamos por telefone. Nos últimos dois dias eram apenas áudios, emojis e mensagens de textos. Acho que poder conversar com ele diretamente é muito bom depois do incidente das bicicletas. Ted não era daqui de Minas Gerais. Ele veio passar um tempo com a família, por isso o DDD dele é diferente. Ele viajou naquele dia para Mato Grosso, então nem deu tempo de marcar um novo encontro. – Dormiu bem?

- Não muito. – digo para ele e controlo a voz.

- Ué, por que não? – o tom de voz dele mudou para preocupado.

- Porque eu tenho tudo, menos você. – digo numa forma de lamento. Ele da uma risadinha e imagino-o sorrindo do outro lado da linha.

- Pois é eu também queria ter dormido de conchinha com você. Falando nisso, eu sonhei com você essa noite. – diz ele do outro lado da linha.

- Sonhou? E como foi? – fico curiosa.

- Você estava belíssima em um vestido branco de casamento, com um anel no dedo e nele escrito nosso nome.

Tapo a boca e começo a chorar. Se for verdade ou não, eu não sei, mas aquelas palavras mexeram comigo a ponto de desejar ele aqui ou eu lá. Mas eu sempre desejo isso, só que agora mais ainda.

- E você, com dormiu? – pergunto mudando de assunto.

- Bem, mas poderia ser melhor. Mas agora, estou muito melhor. Acho que nunca me senti assim antes.

- Assim como? – questiono.

- Bem. Muito bem.

- Nunca sentiu isso antes?

- Não, não há alguém que me faça tão bem como você faz. É diferente de tudo.

De novo. Se eu continuar conversando com ele desse jeito, vou ficar sem água no corpo. Mas não dá. Ninguém nunca me fez tão bem quanto ele, ao entrar na minha vida. E não foi um pedido como Ah, eu sou Lara. Apaixone-se por mim. Mas foi algo natural. Quanto mais conversávamos, mais nos apaixonávamos. Ele mandava fotos dele, tomando achocolatado e me convidando. Eu mandava foto comendo um misto-quente e separava um pedaço só para ele. É tanto que eu nem comia e Mama Thorea teve que jogar o resto no lixo. Era incrível essa crescente paixão, por mais artificial que seja o amor virtual, era verdadeiro. Em menos de dois dias, eu estava apaixonada por esse homem que eu conheci por acidente.

- Preciso ir amore. Depois conversamos pelo whatsapp. Beijos.

- Beijos. – ele diz e fica assim. Nem um nem outro desliga. Isso fica por mais ou menos um minuto, quando ele diz – Quem vai desligar primeiro?

Lara Apaixonada...Onde histórias criam vida. Descubra agora