Cap. 15

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Leonardo

Todos dormimos na casa da Kath. Arrumamos um jeito na sala, e minha família dormiu.

Ainda corremos riscos pois os caras querem o dinheiro, então preferimos não ficar na minha casa, pois a noite já tinha sido ruim o suficiente.

Assim que acordei cheio de dor no corpo, fui com Kath para o hospital. Meu braço agora está bem cuidado, era horrível a dor que eu sentia.

Pegamos o dinheiro com a mãe de Melissa e seguimos juntos para minha casa, no horário marcado. Os caras tinham ameaçado chamar a polícia, mesmo sabendo que eles também estariam encrencados.

Avistei o carro deles e fui junto com Kath entregar a mochila com dinheiro, percebi então que estávamos fazendo outra loucura pois não havia segurança nenhuma ali.

- Valeu filhinho de papai! - zoaram e cantaram pneu pela rua, quando foram embora.

- Graças à Deus, eles aceitaram e foram embora! - Kath disse e me abraçou.

- Verdade. Agora vamos buscar meus pais, quero voltar para casa.

- E o restaurante Léo?

- Ah meu amor, eu nem sei se vou continuar com esse negócio.

- Por favor, não desista. Você ama culinária!

- Eu sei, minha formação é nesse ramo. Mas talvez eu feche o restaurante temporariamente.

- Poxa, amor. Se precisar eu posso ajudar com os custos.

- Minha linda, eu sei que você me apoia em tudo. Só que muita coisa vai mudar a partir de agora.

Eu sabia que mudaria. Sempre foi assim. Toda vez que meu pai se metia em confusão, eu tinha que abrir mão dos meus sonhos e conquistas para ajudar nossa família. Se eu cansei disso? Sim. Mas não posso deixar minha mãe sozinha com ele.

Mudei de assunto com Kath e buscamos meus pais.

Quando eu já estava em casa, descansei um pouco, ela ficou perto de mim o tempo todo, disse que não queria me deixar sozinho neste momento.

Fiquei grato apesar de não querer que ela tivesse descoberto isso da minha família, porém as aparências sempre caem.

Quando eu acordei, ela não estava me olhando, observava o porta-retrato no meu criado-mudo.

- Que linda está menina! Quem é? - disse sorridente.

- Minha irmã. - falei e suspirei.

- Você tem uma irmã? Achei que fosse só você e o Renan.

- Ela faleceu. Era para ser a mais velha...

- Poxa! Eu não sabia! Você nunca me falou sobre isso.

- Desculpe, é que não gosto de lembrar. Eu queria ter tido a chance de conhecê-la. Minha mãe disse que ela era uma menina encantadora.

- Imagino, ela está belíssima nesta foto.

- Eu não gostava de olhar para as fotos dela, me sentia mal. Só que hoje em dia, já acho que ter esta foto bem aqui, me faz sentir mais irmão dela, entende?

- Entendo, qual era o nome dela?

Kath se levantou e veio para perto de mim, me abraçando.

- Sem querer atrapalhar vocês dois. Mas seu pai pediu para irem para sala. - minha mãe entrou no meu quarto.

- Vamos? - puxei Kath para se levantar junto comigo.

- Vamos.

Katherine

Ainda bem que tudo foi resolvido. Apenas não entendo o que Léo quis me dizer com toda aquela história de fechar o restaurante por um tempo.

Quando eu o observava enquanto ele dormia, fiquei imaginando o tempo em que poderei acordar e vê-lo ao meu lado. Léo é um menino encantador.

Foi então que analisei seu quarto, é bem normal para um homem. Tons neutros na parede, móveis básicos e apenas um relógio de parede preto, e um porta-retrato enfeitam o ambiente. Além do nossa foto juntos colada na porta de seu guarda-roupa.

Mas o porta-retrato me chamou atenção, era a foto de uma menina linda, aparentava ter uns cinco anos, pele bem branca, cabelos louros com cachos e bochechas rosadas. Será que era alguma prima dele?

Fiquei curiosa e quando ele acordou decidi perguntar, ao descobrir que era sua irmã, fiquei surpresa.

Nunca passou pela minha mente que Clarice havia tido uma filha. Porém quando eu ia saber o nome dela, fomos convocados a ir para a sala.

Eu e Léo nos sentamos no sofá e entrelaçamos nossos dedos.

- Quero dar um anúncio a vocês. - Antônio disse de forma autoritária.

- Diga. - Léo respondeu.

- Iremos nos mudar novamente! - anunciou e foi como se alguém socasse o meu estômago.

- O quê? - meu namorado susurrou.

Logo sua expressão mudou, de surpresa para ódio.

- NÃO! É SEMPRE A MESMA COISA PAI!

- Meu filho eu...

- NÃO QUERO SABER! EU NÃO VOU DESISTIR DA MINHA VIDA PARA VIVER A QUE VOCÊ DESEJA!

- Filho! - Clarice disse assustada - Ele prometeu que esta foi a última vez.

- Não interessa mãe! EU NÃO VOU DESISTIR DA MINHA VIDA.

Permanci calada, era uma briga de família e eu não era parte dela ainda.

- O que quer dizer com isso? - Antônio indagou.

- Não quero deixar a Kath. Ela é minha vida.

Meu coração ficou mais agitado que escola de samba quando ele disse isso. Fiquei sem reação, porém sorri.

- Filho você é jovem. Pode ter outras...

- Não complete a frase. Sabe que já perdemos uma Katherine. Não posso perder mais essa!

Outra Katherine? Ah meu Deus... Esse era o nome da...

- Não compare sua irmã a ela! - meu sogro gritou.

Começou então uma discussão rápida e cheia de informações, não consegui reter muita coisa.

Apenas que Léo não queria me deixar para trás, e é óbvio que isso não aconteceria pois eu não iria abrir mão do amor da minha vida.

Pensando nisso, me levantei e tomei uma atitude que nunca achei que tomaria.

- Leonardo! - assim que ele olhou para mim, continuei - Casa comigo!

Construindo Minha História 3 -  O Fim é apenas o Começo!Onde histórias criam vida. Descubra agora