Cap. 19

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Katherine

Chegamos no tal campo de futebol, haviam garotos jogando e Fábio logo se enturmou com eles. Ficando apenas eu e Melissa.

- Ele combinou vir de que horas?

- Mandei o Fábio dizer que era às 10:00 horas. Faltam cinco minutos, vai dar tudo certo.

- Tomara.

A cada segundo minha mão suava frio, meu corpo tremia, acho que nunca fiquei tão tensa assim para ver o meu namorado.

Porém a minha expectativa só foi ficando cada vez maior, passaram dez, vinte, trinta minutos e nada dele aparecer. Arrasada resolvi mandar uma mensagem.

Eu só queria conversar, sei que o que fiz foi loucura, mesmo assim você não foi capaz de nem ao menos me dizer uma palavra! Quem ama está sempre ao lado, não desaparece assim. Achei que fosse um homem.

Enviei com toda a minha raiva e fui na direção de Melissa.

- Obrigada por tentar me ajudar, só que agora preciso ir para casa,ok?

- Eu não devia ter feito isso... Ele não veio e agora você está triste.

- Não Mel! Que bom que fez isso, assim tenho uma resposta dele.

- Está bem, vou com você. Vamos dizer tchau ao Fábio.

Andamos até onde o garoto estava jogando bola, ele estava todo suado. Eca.

- Nós já estamos indo, até mais Fábio. - Melissa disse e acenou.

- Espera! Eu vou com vocês!

- Não, imagina. Aproveite o jogo. - Eu tentei impedir.

Esse garoto quer andar com a gente o tempo todo? Que chatice.

- Tchau galera! - ele disse para os caras que estavam no time dele.

Me afastei um pouco dele, e cochichei para Mel que não estou gostando nada disso.

Mesmo assim, fomos em direção às nossas casas, na metade do caminho segui para a minha e Mel continuou até a dela com o Fábio.

Cheguei em casa arrasada, a única vontade que eu tenho é de chorar. Ao mesmo tempo que quero xingar demais o Léo, acho estranho ele não ter aparecido e nem ao menos me responder. Ele nunca foi assim.

Tomei um bom banho e segui a rotina do meu dia, a tarde um número estranho me ligou, mas não atendi. Durante a noite quando fui dormir, chorei. E não foi pouco. Eu tinha achado tudo que eu queria numa pessoa, mas agora estava sozinha. Me acostumei tanto em ter Léo por perto, não somos só namorados, ( aliás nem sei se somos mais ) somos amigos...Melhores amigos!

Lembranças do dia do cinema veio a minha mente, aqueles olhos azuis me fazem parar de pensar nos problemas me concentrar numa felicidade futura. Futuro esse que estou esperando que aconteça.

Leonardo

Meu pai é um imbecil! Estou enfurecido com ele, além de me obrigar a mudar de estado, ainda tomou meu celular. Pelo menos sei o número da Kath, de tanto ligar para ela acabei gravando.

Assim que eu desembarcar, vou comprar um novo celular e um chip, escondido dele. Eu preciso falar com ela. Não estou aguentando mais!

- Meu filho, sei que é difícil mas tudo vai dar certo.

- É fácil falar mãe, agora eu nem sei se a Katherine vai querer continuar com nosso namoro. Eu já perdi uma Kath e não quero perder mais uma, não suportaria.

- Eu entendo, mas é claro que ela vai querer continuar, ela ama você, não vai desistir facilmente. Seu pai é uma pessoa complicada, mas mesmo assim eu continuo com ele... Por amor.

- Não entendo isso. Ele já fez tantas coisas ruins para você!

- Eu sei meu filho, só que o amor suporta todas as coisas. - Ela falou e apertou meu ombro.

- Vamos, o pessoal já está descendo. - eu disse mudando o assunto.

Quando desembarcamos, vi meu pai de longe perto de uma lanchonete do aeroporto falando com alguém no telefone, depois veio todo sorridente para o meu lado.

- É meu filho, agora nós vamos ser realmente felizes. - dava para ver a animação dele.

- Quanta hipocrisia, Antônio! Eu não vou ser feliz aqui.

- Só por causa daquela coitada que se faz de boa moça?

- Engraçado, você acabou de se descrever, só que colocando ela em seu lugar. - falei irritado.

- Eu não sou um coitado! Eu tenho dinheiro!

- Mas você é pobre de espírito. E quer saber, não vou te chamar de pai até que faça o papel de um.

Acelere meu passo e me afastei dele. Não quero ficar morando com meus pais, preciso arrumar um emprego já que ele me obrigou a vender o restaurante.

Cheguei na minha nova casa, sem nenhuma empolgação, arrumei minha coisas e saí de casa.

Com o dinheiro do restaurante devolvi ao Antônio tudo o que ele tinha usado para ajudar, o resto eu trouxe. Então comecei a andar pela cidade a procura de uma loja de eletrônicos, assim que achei comprei um celular.

Fui até uma cafeteria, e liguei para o número de Kath, espero que ela atenda, pois sei que não gosta de falar com estranhos.

Infelizmente ela não me atendeu.

Assim comecei a procurar oportunidades de emprego, já sei o que vou fazer para voltar. Preciso voltar.

***

Já se passaram alguns dias e não consigo conversar com Kath, uma vez ela me atendeu e a ligação ficou ruim, nem consegui dizer que era eu.

Comecei a fuçar nas configurações do celular, então achei o problema, meu número estava privado. Não tem como ela retornar. É difícil ligar para ela pois não posso fazer isso em casa e para sair preciso de uma desculpa muito boa.

Felizmente hoje minha mãe me pediu para ir ao shopping com ela, fazer compras para casa. Confesso que nunca fiquei tão feliz para fazer compras com uma mulher.

Quando estávamos andando, vi uma loja de roupa masculinas, era a minha deixa!

- Mãe, onde você vai fazer compras?

- Ali naquela loja! - ela apontou.

- Vou dar uma olhada naquelas roupas ali, não trouxe muita coisa, daqui a pouco te encontro.

- Tudo bem, cuidado.

- Tá bom.

Entrei na loja, peguei algumas peças e fui ao provador. Perfeito!

Liguei para ela e implorei mentalmente que ela atendesse.

- Alô? - é ela!

- Oi amor. - falei com um alívio imenso.

- Desculpe, acho que ligou para o número errado.

- Não Kath, sou eu, o Léo!

- Léo? É você mesmo?

- Sim! Desculpa não ter te dado satisfações desde o pedido!

- Como assim desde o pedido? E o dia do campo de futebol? A mensagem que te mandei?

- O quê? Ah não! Eu não acredito!

Se antes minha paciência com meu pai estava se esgotando, agora ela simplesmente se acabou!

Construindo Minha História 3 -  O Fim é apenas o Começo!Onde histórias criam vida. Descubra agora