Construindo Minha História 3 - O Fim é apenas o Começo!

Cap. 21

Katherine

Eu já estava perdendo as esperanças em ter notícias de Leonardo, desde que nos conhecemos eu não tinha ficado tanto tempo sem falar com ele, além do sequestro.

Mas me senti muito mal, como pode um amor tão bonito acabar assim sem explicações?

As coisas para mim só melhoraram quando ele me ligou! No começo achei que era engano mas depois vi que era realmente o meu namorado.

- Léo? É você mesmo? - falei feliz por saber que ele não me esqueceu.

- Sim! Desculpa não ter te dado satisfações desde o pedido!

- Como assim desde o pedido? E o dia do campo de futebol? A mensagem que te mandei? - eu disse indignada.

Será que todo esse meu esforço foi em vão? Ou ele está fingindo para evitar problemas? Não, acho que não... Léo não faria isso comigo.

- O quê? Ah não! Eu não acredito! - ouvi ele irritado.

- Em que você não acredita? - perguntei cautelosa.

- Meu pai! Foi ele de novo Kath! Ele tomou o meu celular para que nós não tivéssemos contato. Não quer que fiquemos juntos de jeito nenhum.

- Mas ele não pode fazer isso! Você já é adulto!

- Sim, só que eu nem tenho onde cair morto. - disse desanimado.

- Claro que tem! E o restaurante?

- Vendi.

- Como assim você vendeu? Até isso ele tomou de você? - fiquei irritada ao saber que o sonho dele estava sendo impedido e ainda por cima pelo próprio pai!

- Pois é meu amor, muita coisa mudou. Eu não moro mais aí, não tenho um emprego e não posso te ver.

- Onde você está Leonardo?

- No Rio de Janeiro!

- Rio, tipo a cidade maravilhosa que passa na televisão?

- Sim. Cheguei faz uns dias, e estou procurando por emprego.

- E sua faculdade de Culinária?

- Ah, tem isso também. Eu tive que trancar.

- Mas esse meu sogro é um mau caráter mesmo! Como pode ser tão egoísta?!

- Calma. Eu sei que estou na pior. Só que eu continuo te amando e não vou desistir de você, custe o que custar, nós ficaremos juntos!

Meu coração palpitou de alegria ao ouvir isso, é como tivessem tirado uma sopa quente da minha boca e coloquessem um picolé. Um alívio total.

- Como é bom saber disso! Pode ter certeza que vou batalhar para ficarmos juntos e termos nossa vida.

- Eu farei isso, e claro que aceito sua ajuda. Mas...

- Diga... - Eu sabia o assunto que seria abordado.

- Aquele pedido de casamento foi real?

- É claro que foi! - sorri.

- Uau! Eu nunca imaginei que poderia ser pedido em casamento.

Fiquei envergonhada, não que eu tivesse vergonha do que fiz, mas por timidez mesmo.

- E eu nunca imaginei te pedindo em casamento. Aliás qual a sua resposta?

- Acho que você vai ter que pedir ao meu pai a minha mão em casamento. - ele zombou.

Gargalhamos juntos e continuamos a conversar, até que ele teve de desligar pois temos que conversar escondido.

Leonardo

Foi muito bom conversar com Katherine, e estou muito irritado com o meu pai. O problema é que se eu me revoltar agora, Antônio vai descobrir que estou tendo contato com ela.

Depois que desliguei a ligação, senti um imenso vazio. Qual é o motivo para eu sofrer tanto? O que eu fiz? Tudo que eu queria era ter o meu restaurante, e ter uma vida com a garota dos meus sonhos. Mas agora...

Preciso pensar em alguma forma de fazer meu pai ficar sem autoridade sobre mim. Só que isso é bem difícil já que moro com ele.

***

Finalmente consegui um emprego, depois de um bom tempo procurando! Aproveitei o horário de almoço e liguei para Kath.

- Oi amor.

- Oi linda! Tenho uma ótima notícia!

- Me conta! - dava para notar a curiosidade no tom de sua voz.

- Arrumei um emprego!

- Sério? Que bom! E como é?

- É de garçom, o salário não é uma fortuna mas já ajuda. - fui sincero.

- Com certeza! E quando você começa?

- Já estou no trabalho, é o horário de almoço e aproveitei para conversar com você.

- E sua família já sabe? - perguntou preocupada.

- Não. Vou contar hoje.

- Estou com muitas saudades! Não vejo a hora de poder te ver!

- Eu também, meu amor. Vai dar tudo certo, agora vou começar a juntar dinheiro.

- Que bom! Agora sem o restaurante, não tenho onde trabalhar, mas estou procurando. - ela falou desanimada.

- E os estudos? Não vai fazer mais nada? Nenhum curso?

- Não sei. Eu não achei algo que me identifique,só sei que gosto de escrever.

- Existem várias possibilidades com esse seu hobby.

- Verdade. - percebi que ela está pensativa.

- Tenho que desligar agora. Hora de voltar ao trabalho. Beijo, e... Eu te amo! Nossa felicidade está mais perto do que você imagina!

- Tomara! Também amo você. Bom trabalho!

Retornei ao trabalho e o dia foi excelente, nenhum problema com clientes, nem com reclamações da comida. O restaurante é bem sofisticado, ainda bem que tem ar condicionado pois o calor do Rio de Janeiro não é mole, não!

Cheguei em casa, fui direto para o meu quarto tirar essa roupa social, a gravata eu já tinha arrancado no ônibus mesmo.

Meus pais estavam na sala assistindo Jornal, acharam estranhp eu estar com aquela roupa, pois saí de casa com uma roupa normal... Acontece que levei meu uniforme na mochila, eu não sou bobo.

Então tomei um copo  suco de laranja e me sentei no sofá também.

- Pessoal tenho que contar algo para vocês. - anunciei.

- Fale meu filho! - minha mãe disse com empolgação.

- Eu consegui um emprego!

- Que maravilha! Onde é meu filho?

- É em restaurante sofisticado, sou garçom.

- Garçom. - Antônio debochou com uma risada nada sutil.

- Pare de implicar com nosso filho! Renan já saiu de casa, imagine se Léo resolve fazer o mesmo!

Na verdade, eles nem desconfiam que eu vou fazer isso. É tudo uma questão de tempo.

- Antônio, eu só quis informar sobre meu emprego. Não me importa o que você acha sobre isso. Suas atitudes não te dão moral para palpitar em algo da minha vida! - falei de modo firme.

Minha mãe encheu os olhos com lágrimas, sempre foi muito sentimental. Porém não tenho culpa dele ser um péssimo pai.

Antes que começasse mais discussões e especulações, resolvi ir me deitar. Só preciso aguentar firme, assim que tiver uma boa quantia de dinheiro, meus sonhos vão se realizar.