Capítulo 7

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Joey

- Você disse o quê? Porque

Caramba! Ainda bem que eu estava bem aqui pra ver a cara dela. Porque se eu não estivesse e alguém me falasse depois, eu não acreditaria.

- Isso mesmo que você ouviu filha.

- Não acredito. _ ela falou baixinho e ficou muito pálida. Foi só o prazo de eu correr e pegar ela.

Ela literalmente se estabacou nos meus braços. Ainda bem. Por muito pouco ela não foi pro chão.

- Querido?

- Sim, tia Martha.

-Leva ela lá pra cima que eu já vou subir com um remédio pra ela e algumas compressas geladas. Isso só deve ter sido a pressão dela que caiu. A viagem foi longa, deve ter sido estressante e ela precisa descansar e digerir tudo isso.

- Ok.

Subi pro quarto com ela nos meus braços. Como eu senti falta do perfume dela, é incrível ela ainda usar o mesmo perfume.

Está ainda mais linda. Não acredito que eu fui tão idiota a ponto de por tudo a perder, fazer ela sofrer por todos esses anos longe dos pais e dos irmãos e ainda deixar ela ir embora chateada comigo, sem saber o que realmente aconteceu.

- Ai minha cabeça. Tava no meio de um pesadelo horrível amiga. Você não...

- Oi!

- Ai. Acho que eu ainda estou sonhando. Só pode ser um pesadelo bem horrível.

- Você não está tendo um pesadelo. Fique tranquila. Sua mãe já está vindo com um remédio pra você.Sua pressão baixou e você desmaiou. Tive que te trazer pra cá. Está se sentindo melhor?

- Estaria. Se você não estivesse aqui!

- Não precisa me tratar assim. Eu sei que eu errei. Mas já que vamos conviver poderia pelo menos ser um pouco educada.

- Não tenho necessidade de ser educada com você. Não sou eu a intrusa aqui. Se eu fosse você já teria me mancado e tomado um chá de sumiço.

- Você não diria isso se me deixasse explicar.

- Teve sete anos pra ir atrás de mim e fazer isso. Se não foi não tenho necessidade alguma de te ouvir. E se você tem um pingo que seja de vergonha nessa sua cara, você vai sair daqui agora.

- Tá bem. Mas alguma hora você vai ter que me ouvir.

- Ah, mas não vou mesmo.

Saí de lá e deixei ela falando sozinha. Percebi que ela está mais chateada comigo do que eu pensava. Vai ser difícil fazer ela me ouvir. Mas eu vou conseguir. Não vou desistir tão rápido.

Cecília

Minha mãe apareceu assim que ele saiu.

- Você poderia dar uma chance a ele de se explicar. Eu sei que vocês não acabaram bem à sete anos mas teria que pelo menos ouví-lo pra saber o que aconteceu.

- Pra você falar assim, acho que pelo menos ele já te contou o que foi que ele fez.

- Não. Mas eu acredito que a culpa não foi dele. Senão ele não teria tido todo esse trabalho pra conseguir falar com você.

- Se você realmente soubesse o que aconteceu, não diria isso.

- Sei que você não quer nem saber dele, mas deveria pelo menos escutar o que ele tem a dizer.

- Não estou a fim. E se for pra insistir nesse assunto é melhor você sair daqui. Estou aqui pra passar o natal com vocês mas só o que você fez trazendo ele pra cá me deixou muito chateada.

- Não deveria. Você melhor que ninguém deveria saber que eu só quero o seu bem.

- Se você realmente quisesse o meu bem não teria deixado isso acontecer. Mas como eu te conheço, aposto que foi plano seu fazer isso só pra me obrigar a falar com ele. Mas se você esta achando que eu vou ficar aqui e suportar esse muleque está enganada. Vou para um hotel assim que eu estiver me sentindo melhor.

- Não, você não vai. Está agindo feito uma criança mimada.

- Engraçado porque foi você quem me criou assim.

A porta do quarto foi aberta e um Joey muito raivoso entrou no quarto.

- Me desculpe tia Martha. Eu não queria causar desentendimentos. Estou indo embora. Não se preocupe Sissi. Mas você está agindo pior do que a Selene quando fazia pegadinhas com as garotas no colégio.

- Não fala o nome daquela idiota perto de mim. E some da minha vida. Eu te odeio. E sai do meu quarto você também mãe. Vou pra um hotel e ninguém vai me impedir. Assim que o Natal passar eu vou voltar pra Londres e você Joey se quiser pode ficar aqui. Não vou mais precisar desse quarto.

Caminhei até a porta e a abri deixando o caminho livre.

- Agora se me derem licença, eu não estou nem um pouco a fim de ficar perto de nenhum de vocês. Quero ficar sozinha.

Eles ficaram me olhando na maior cara de paspalhos.

- SAIAM, AGORA.

Eles saíram e eu finalmente pude ficar sozinha. Deitei na cama de novo e tirei um cochilo. Quando acordei tomei um banho e o remédio que minha mãe tinha deixado pra mim mais cedo, peguei minhas malas, liguei pra um táxi e desci as escadas com as minhas malas nas mãos.

- Onde você vai querida? - meu pai perguntou

- Pergunte pra mamãe. Se precisarem de mim sabem o número do meu telefone. Volto na hora do jantar. Não se preocupem comigo. Vou para um hotel mas vou passar o maior tempo que eu conseguir aqui.

Saí pela porta e fui pra um hotel. Chegando lá eu organizei as minhas coisas peguei meu telefone e liguei pra Camille.

- Oi amiga. Como foi a recepção dos seus pais aí?

- Nem te conto a última da minha mãe.

- O que foi que aconteceu?

- Ela trouxe o Joey pra nossa casa. E de quebra colocou ele pra dormir no meu quarto junto comigo. Eu me assustei tanto quando eu vi ele que desmaiei. Briguei com a minha mãe e nesse momento estou em um hotel. Queria que você estivesse aqui pra me ajudar a segurar essa barra.

- Poxa amiga. Você sabe que eu queria ter ido. Mas como você não vai estar por aqui esse fim de ano, os trabalhos que eram pra você foram todos passados pra mim então está completamente fora de cogitação eu sair daqui até a próxima semana. Talvez na outra se por acaso você ainda estiver por aí. Bom que eu aproveito e conheço os seus pais. Já contou pra eles?

- Ainda não tive oportunidade e nem sei como chegar nesse assunto com eles. Eu sinto muito. Estou aqui te enchendo mas como é que está aí?

- Está correndo tudo bem. Só o de sempre né. Ele é um fofo e não dá trabalho. Mas você tem que contar pelo menos pros seus pais.

- Eu sei. Queria estar aí com meu pequeno. Mas vou dar um jeito de vocês dois virem pra cá na próxima semana. Michael ainda está pegando no seu pé?

- Sim. Aquele fotógrafo me tira do sério. Ele é um mala sem alça.

- Aposto que ele está a fim de você.

- Nem brinca. Ele é gostosinho e tal. Mas não quero saber de homem por agora. Tenho que focar mais na minha carreira.

- Você tem razão. Tem que focar mais.

- Bom amiga. A gente tava falando no idiota e ele apareceu. Tenho que ir depois a gente se fala.

- Ok. Até mais.

- Qualquer novidade me liga.

- Pode deixar. Vou ligar sim.

Desligamos o telefone. Peguei outro táxi e voltei pra casa dos meus pais.

Do Passado Ao Para SempreOnde histórias criam vida. Descubra agora