Cecília
Acordei novamente sem saber direito onde eu estava. Olhei a minha volta e vi que tinham várias máquinas ligadas a mim.
Me lembrei que estava no hospital e provavelmente tinha tido uma parada. Ainda não estava vendo nada, mas apesar disso tudo o que eu queria era ao menos ouvir a voz do meu filho de novo.
Estava perdida em pensamentos quando entrou um médico no quarto e constatou que eu estava acordada.
- Doutor onde está a minha família?
- Estão na recepção esperando que você acorde. Quer que eu chame por algum deles?
- Poderia chamar o meu filho e o pai dele por favor? Eu sei que foi por causa deles que dei a parada, mas nesse momento tudo o que eu mais quero é ouvir a voz do meu filho e sei que ele não pode entrar aqui sem acompanhante.
- Claro. Chamo sim. Só procure não se exaltar ok? Seu estado de saúde está estável mas ainda variando.
- Pode deixar.
Joey
Não acreditei quando o médico disse que ela queria nos ver. Ainda mais sabendo que devido aos sedativos que ela tomou, nem deveria estar acordada agora.
- Oi meu amor. Vem aqui na mamãe.
- Mãe você tá bem? Aquele dia você tava se tremendo toda e depois o médico não quis deixar a gente ficar aqui.
- Agora eu estou bem meu amor. Foi só um susto.
- Igual aqueles de quando eu caía tentando andar de bicicleta?
- Igualzinho. Não precisa mais se preocupar.
- Joey? Precisamos continuar a nossa conversa do outro dia.
- Acho que você precisa descansar.
- Não. Eu já disse que estou bem. Só quero que você saiba que eu sinto muito mesmo. Olha, você de certa forma não me deixou muita escolha. Toda aquela confusão, eu tinha que ir embora e se você soubesse não iria deixar eu ir e nem ficar com o nosso filho.
- Que tipo de monstro você acha que eu sou Sissi? Eu realmente não te deixaria ir embora mas por outro motivo. Eu te amava, ainda te amo. Naquele dia, eu fui atrás de você assim que me dei conta da idiotice que eu havia feito. Nunca gostei dela. Eu sempre amei você. Claro que quando a aposta começou eu queria o prêmio, que obviamente você já sabe o que é. Mas passados alguns dias eu já não queria mais a aposta. Estava disposto a pagar o preço. Mas não me deixaram sair. Selene me ameaçou porque tinha toda a história da aposta gravada, inclusive aquele vídeo que fui eu quem fiz claro mas não sabia que eles fariam aquilo.
- Olha eu voltei disposta a contar para os meus pais. Não ia contar pra você. E se acaso algum dia você ficasse sabendo e perguntasse, eu jamais diria que era seu.
- Isso não importa. Olha, tudo o que eu quero é que você me perdoe e que não afaste nosso filho de mim. Eu sei de todas as suas conquistas, sei de cada passo seu. Mas nunca soube dele e por mais que já tenha se passado muito tempo e que eu tenha perdido coisas que eu jamais vou recuperar, de alguma forma eu quero compensar a minha ausência na vida de vocês.
- E como você pretende fazer isso? Assim que eu sair desse hospital, vou voltar pra Londres pra terminar os meus estudos, produzir os últimos ensaios e me formar. De forma alguma vou deixar meu filho aqui.
- Então eu vou com vocês. E depois a gente vê no que vai dar. Pode ser?
- Eu também não sei se essa é uma boa idéia.
- E posso saber por quê?
- Tá legal. Eu não tenho uma boa desculpa ok? Só nao acho bom você ficar por lá me seguindo onde eu for.
- Você tem um namorado lá, é isso?
- Não. Claro que não. O único homem que frequenta minha casa é Michael, o fotógrafo.
- É ele que nosso filho fica chamando de papai?
- É. Mas só porque ele nunca teve uma presença constante e masculina na vida dele. E olha que Michael quase nem vai em nossa casa.
- Não me importo. Eu o conheço.
- Quem?
- Michael. Ele está aqui a alguns dias esperando você acordar.
- Meu Deus. Eu realmente virei a vida de todos a minha volta de cabeça pra baixo.
- Não exatamente. No caso do Michael, quem ligou fui eu. Somos amigos de longa data.
- Como assim? Era ele quem te passava as informações sobre mim?
- Uma parte sim. Mas depois vou ter que falar com ele sobre o fato de ele ter me escondido que eu tenho um filho.
- Acho que de certa forma ele entendeu o que se passava na minha mente. Ainda mais agora, sabendo que ele estava por perto e te falando sobre tudo durante os últimos anos. Mas de onde você conhece ele?
- Do colégio. É o Kinder.
- Sério? Ele mudou tanto. Não foi atoa que não o reconheci mesmo depois de tanto tempo.
- Então. Eu posso ir com vocês?
- Pode. Agora só nos resta saber quando que os médicos vão me dar alta.
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Do Passado Ao Para Sempre
ContoVocê já imaginou quanta coisa inesperada pode acontecer em um dia de natal? Nesse natal, Cecília ou Sissi como é mais conhecida pelos seus amigos, volta da faculdade onde esteve por 7 anos sem voltar pra casa somente falando com seus pais via inte...