Kai estava deitado no chão da minha cozinha, ensaguentado e com a mão para estancar o sangue. Sabia como estava meu olhar naquele instante, olhava-o com raiva, de fato. Eu estava com uma raiva engasgada na garganta. Ele tentava esconder as caretas de dor enquanto eu o olhava.
— Não?— Eu disse, quase bufando.
— Bonnie, você não teve esse privilegio em 1994, não vou ter aqui. Agora, se....
Emiti um grunhiu impaciente do fundo da garganta ao me aproximar mais dele. O som impaciente era sério apenas em parte. Na verdade, o fato daquele bruxo esta tentando tanto ganhar o meu afeto ao ponto de enfiar uma faca em seu estômago, agradava-me de um jeito estranho.
— Eu vou curar você! okay? chega! já chega!— Rosnei, puxei o ar para os pulmões e concentrei-me para o feitiço, enquanto meus olhos estavam fechados sentia-me ser observada. Kai estava com aqueles olhos azuis cinzentos grudados em mim.
— Você é muito boa, Bonnie. — Sussurrou. Enquanto eu fazia o feitiço, as palavras que eu queria dizer ficavam lá, esperando. Assim que ele estava curado, abri meus olhos e encontrei os olhos azuis profundos olhando pra mim, ele piscou.
— Não sou boa, Kai.— Sussurrei de volta, minha expressão era séria, seca. Eu estava pensando no que planejava fazer naquele dia em que fomos a 1903, esfaqueá-lo, abandona-lo. Eu não era boa, definitivamente, quem não consegue dar a segunda chance a alguém, mesmo alguém como Kai... deve mesmo ser considerada boa?.
Ele sorriu e abaixou o olhar.
— Você é.— Insistiu.
8 dias depois:
— Dezembro é um bom augúrio para um casamento. — Comentou Kai, enquanto cuidava do jantar. Eu estava adoçando o suco enquanto ouvia The All American Rejects: It Ends Tonight. Kai aproximou-se de mim com um sorriso grudado nos lábios, estávamos num espaço estreito entre a pia a mesa. — Vou me casar em dezembro. — Suspirou. Revirei os olhos para ele.
— Problema seu.— Cantarolei, logo depois eu ri. Peguei a jarra de suco e abri a geladeira, colocando-a lá. Voltei minha atenção para o Parker que estava pegando algo no armário da cozinha.
— Como dizem? "Quando a neve de dezembro caí depressa, case, e o amor verdadeiro perdurará".— Ele tirou algum tempero guardado em um pote pequeno e levou com ele até o fogão.
— Vou desejar minhas condolências a mulher que casar com você.— Franzi os lábios depois de terminar minha frase. Kai franziu as sobrancelhas em confusão, balançando um pouco a cabeça negativamente. Arrastei uma cadeira e sentei-me a mesa.
— Isso foi rude.— Disse Kai, enquanto mexia na panela. Eu ri, e peguei meu celular no bolso da calça jeans escura que eu estava usando. Olhando algumas postagens no facebook. — Talvez nos casemos.
Quase engasguei com a minha própria saliva. — Quê!? — Olhei para ele com os olhos arregalados. Kai mostrou os dentes brancos em um sorriso satisfeito e depois, só seus lábios sorriam. — Você tem que ver a sua cara, Bon.— Disse, rindo.
— Seu comentário foi...
— Real.— Interrompeu.— Talvez a gente se case, quem sabe?
— Não vou me casar com você.
— Você não sabe disso.
— Eu não sou louca o suficiente pra me casar com você.— Continuei, agora caminhava até a geladeira novamente, precisava beber água, muita água.
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Sob-controle. (Bonkai)
FanfictionBonnie estava prestes a seguir com o seu plano de trair Kai e esfaqueá-lo, deixando-o para apodrecer no mundo prisão de 1903. Porém, uma estranha visão do futuro (Clarividência) a impede de seguir adiante com seu plano de vingança. Ao ver as consequ...