Garotas de Papel

8. Como Eu sei o que vocês fizeram no VERÃO passado

É engraçado como bandidos definitivamente não tem palavra, por mais que afirmem que têm, não, eles não tem.

Acordei amarrada numa cadeira de ferro em um quarto extremamente escuro e úmido. Tentei me mover ou soltar as cordas que me prendiam, foi inútil.

Olhei para todos os lados tentando enxergar algo, o que quer que fosse para poder me localizar. Nada. Foi então que um barulho de metal contra metal ecoou no quarto e uma luz fraca surgiu do lado esquerdo da sala. A porta abriu.

- A bela adormecida acordou? - Oliver falou com uma voz fria e rude - Parece que sim.

- Então, o que faremos com ela? - Uma voz feminina dirigiu-se a ele - Precisamos ter cuidado, não eram esses os planos.

- Quem está aí? - Tentei ao máximo me mexer para descobrir quem era a dona da voz que me parecia tão familiar - Quem é você?

- Calma querida - Oliver suspirou, seu sotaque estava mais intenso - Tudo no seu tempo.

A garota moveu-se de um lado para o outro, parecia estar pensando no que fazer comigo.

- Vamos liberá-la - Falou de maneira sussurrada - Ela não pode ficar aqui.

- Acha mesmo que vou deixar essa inútil sair daqui sem pagar o que me deve?

- Oliver! Você não pode fazer nada com ela - Suspirou profundamente - Ela é importante.

Oliver aproximou-se de mim e apertou meu queixo direcionando meu olhar diretamente ao seu. Ele estava com raiva, me faria pagar caro.

- Espere o Blueprints saber disso - Olhou direto para onde a garota estava - Ele não vai gostar nada de saber que alguém que lhe deve dinheiro está à solta por aí.

- Esse não é o ponto, Oliver. Nós dois sabemos disso.

Ele manteve o silêncio olhando pra ela. Ao voltar seu olhar para mim, encheu a mão e deu um tapa certeiro na minha bochecha esquerda. Estava ardendo muito, acho que também havia sangue.

- Isso foi só o começo - Bateu de novo - Acho que estou gostando.

- PARE! - A garota gritou correndo para me livrar do próximo tapa - Já chega Ollie! - Segurou firme no braço dele e o lançou no chão - Não precisa fazer isso!

- Britt.

A garota era Britt, sim, a minha amiga de infância. Ok que sempre tivemos nossas rixas e inimizades, mas armar para mim? Bem, acho que isso é baixo de mais até mesmo para ela.

- Oi, Blair - Acenou sorrindo de maneira constrangida - Não queria que descobrisse as coisas dessa forma.

Mantive o silêncio enquanto ela desamarrava as cordas que me prendiam aquela cadeira.

A porta correu novamente.

- Oliver? Oh meu Deus! O que fizeram com você? - Rosie correu e colocou-lhe nos braços - O que vocês duas fizeram?

- Ele está bem, só um pouco desequilibrado - Britt sorriu - Bem, bastante desequilibrado.

Oliver levantou-se aos poucos e firmou sua postura.

- Não posso deixar que façam isso, Britt - Colocou a mão do lado direito da calça e alcançou um objeto metálico. Uma arma. - Ela precisa pagar por isso, nunca deixei ninguém sair impune- Apontou a arma para Britt fazendo-a sair de perto de mim - Ela não será a primeira.

Ele encostou o cano da arma na minha cabeça e olhou diretamente nos meus olhos com semblante de pena, desdém. Ele estava feliz em fazer aquilo.

- Seu joguinho acabou Blair - Pressionou o cano com mais força - Dessa vez não haverá ninguém para te salvar, mas como sou piedoso contarei até três para você poder pensar um pouco em sua vida - Deu uma leve risada - Um...

- Dois... - Britt me olhou de canto, ela iria ataca-lo.

- Três - Fechei os olhos com força e um barulho seco ecoou no quarto - Três?

Abri os olhos rapidamente, as lágrimas desciam sem parar. Olhei para o lado e Britt estava deitada no chão. Estava sangrando.

- Britt!

- A arma... A arma... - Olhei para o lado oposto e vi Oliver começando a se mexer a procura da arma - Ali - Britt apontou para o canto da sala

Rosie estava em choque no canto ao lado da arma, não parava de tremer, sua barriga parecia estar sangrando. Corri em sua direção e peguei a arma com cautela.

- Nos deixe sair daqui e nada de mal vai acontecer. Apenas nos deixe sair - Apontei a arma na direção de Oliver - Apenas...

Era nítido que não sabia usá-la, minhas mãos tremiam. Ele levantou

- Fique quieto! - Ameacei puxar o gatilho da arma - Não se mova.

Ele empunhou sua arma nas mãos e apontou para mim. Havia duas. Olhei de relance para Britt que balançou a cabeça levemente.

- NÃO! - Rosie gritou tentando se remexendo de forma esquisita - NÃO!

Puxei o gatilho.

***

- Ai meu Deus, o que eu fiz? O que eu fiz? - Respirei fundo - Por que você gritou garota? - Corri na direção de Oliver

Ele estava deitado no chão. Imóvel. Uma poça de sangue começou a se formar ao redor da sua cabeça. Estava morto. Ele estava morto.

- Não, não pode ser. Não! - Gritei comigo mesma - Não pode ser - Minhas mãos tremiam descontroladamente

Britt levantou-se devagar e me abraçou, sua barriga sangrava muito, fazendo sua blusa mudar de branco para vermelho.

Rosie estava de olhos fechados. Seu tórax não se movia. Parecia morta.

- O que aconteceu com ela? - Questionei em prantos - Foi você?

Britt apenas balançou a cabeça afirmativamente e tentou levantar. Falhou.

- Precisamos levar você ao hospital - Sequei as lágrimas - Não está bem.

- Você precisa fugir Blair - Me olhou no fundo dos olhos - Apenas suma por um tempo, essa gente é bem perigosa e vai querer se vingar.

- Mas... O Oliver não era apenas um capanga? - Ri de maneira histérica. O pavor tomava conta de mim - Apenas um capanga...

- Bem... Sabe o senhor Blueprints? - Acenei de maneira afirmativa - Apenas digamos que o nosso empresário e o Ollie compartilham algo além do dinheiro dos produtos.

- Você quer dizer que...

- Você acidentalmente matou Oliver Blueprints, Blair - Arfou - Você matou o filho de Raul Blueprints.

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Ooe pessoal! Tudo bom!?
Então, hoje venho aqui avisar a vocês que a partir de hoje a história vai possuir dia fixo de postagem! Sim! Toda segunda haverá um capítulo novo pra vocês.
Até a próxima semana! 😉