Como um Homicida Narra um Epílogo

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Então, esse é aquele momento em que você com certeza deve estar se perguntando: Tudo deu certo? É isso? Foi assim que a vida dela acabou? Bem, como não sendo a vítima, não sou capaz de descrever as sensações e sentimentos, ou para onde vamos quando tudo acaba e todo aquele bla bla bla que as pessoas tanto querem saber. Entretanto, como culpada posso descrever cada um dos bons momentos que as torturas e golpes me proporcionaram, cada bom sentimento que os gritos me causavam, é algo que definitivamente indico. Porém, nem tudo são flores já diziam os antigos, não é mesmo? E bem... Nem tudo correu exatamente como o planejado, algumas coisas deram extremamente erradas – ninguém planeja levar um soco no estômago – mas no fim das contas o objetivo principal foi alcançado, por assim dizer, voltar para o hotel e ver todo o caos gerado depois dos acontecimentos que antecederam o adormecer das garotas, notar a confusão na face de cada um delas, a tentativa de entender o que estava acontecendo e todo o processo até notarem que a Blair havia sumido e as autoridades serem convocadas. Sem falar nos acontecimentos das semanas seguintes, as buscas pelo corpo ou uma tentativa de encontra-la, o julgamento do Sr.Blueprints e sua condenação apenas pelos crimes relacionados ao tráfico de substâncias ilícitas – tudo relacionado à Blair foi desconsiderado por falta de provas ou inconsistências – e por fim o enterro de um caixão completamente vazio realizado pelos Summers. Bem, eu estava o tempo todo lá e ninguém viu.

Sendo assim, você se questiona: Quais os planos daqui pra frente? O que você pretende fazer? O que fez com o corpo dela? Bem, tudo que posso dizer é que o corpo dela está num local onde nunca será encontrado, tão previsível, porém tão inimaginável... E quanto a mim? Bem, vou fazer o que sempre soube fazer de melhor, seguir minha vida sem culpas e como diz a letra da música "Ain't you ever seen a princess be a bad bitch?" Acho que essa é a parte do "The End", mas a grande verdade é que a vida continua depois disso e é essa exatamente a graça de tudo, não é mesmo? Bom... Para alguns sim.

- Olá, Tudo bom? – Perguntou o rapaz ao meu lado na cadeira de praia – No que está tão concentrada?

- Ah! Oi - Dei um breve sorriso avaliando-o – Tudo ótimo.

- Posso me juntar a você? – Deu um sorriso provocante – A propósito, me chamo Matt.

- É um prazer conhece-lo, Matt – Acenei com a cabeça, permitindo que se aproximasse mais.

- Ah... Acho que não posso chama-la de estranha, posso? – Olhou confuso – Qual o seu nome?

- Ah sim, desculpe – Dei um gole no suco – Blair, meu nome é Blair.

Vejo vocês no inferno, vadias. 

Garotas de PapelOnde histórias criam vida. Descubra agora