O mistério de Alzira

dia de reflexão

Amanhece...

Já é dia, Carlos acorda e aguarda alguém aparecer, ele não está tão preocupado assim, sabe que não irá morrer, mas tem um pouco de receio do que pode acotencer.

Enquanto ninguém vem, ele volta a recordar do dia mencionado pela Laís, realmente ele foi cruel com ela, de fato ele tem razão em guardar rancor dele, porém nada justificar ela fazer o que está fazendo.

Ele era garoto, imaturo, magoou profundamente ela, mas qual o motivo de prender ele em uma cela feito um animal.

O tempo passa, e ele lembra de quando Rodrigo foi atingido na cabeça em frente à garagem de ônibus, agora vem as dúvidas, será que foram elas ou foi alguém a mando delas, delas não, da Lais.

Aparece a Laís, do corredor se ouve os passos dela, ela caminha em direção ao quartinho onde está Carlão. Ao chegar nas grades, ela idaga:
_ Está pronto para saber o que aconteceu?

_ Sim, claro. Pode falar, vocês que atingiram o Rodrigo na garagem de ônibus, não foi?

_ Sim. Éramos nós. Naquela rua não tem câmeras. Por isso mudamos o local de um cinema para aquela rua.

_ Mas por que bater nele, se eu que você quer machucar?

_ Seguinte Carlos, ele é seu melhor amigo. Precisávamos tirar ele de perto. Sabíamos se mudasse o local de um cinema para aquele lugar, ele aceitaria na hora. Como eu sei? Ele é homem e muito parecido com você por sinal.

_ Um homem de verdade, você diz.

_ Você não vale um centavo, eu posso te matar a qualquer hora e você fazendo piadinha.

Ele dá risada, resmunga um pouco e pergunta:

_ E no dia do tiroteio eram vocês?

_ Sim, também. Boa parte das coisas que aconteceram na vila Alzira nos últimos dias foram nós que fizemos, pode ter certeza.

_ Agora Laís, me conte tudo, todos os detalhes como planejaram tudo, como fizeram para executar tudo. Já que vou ficar tanto tempo aqui, gostaria de ouvir tudo, porque tempo eu terei. Não é mesmo Lais?

_ Tempo você terá mesmo. A noite eu te conto. O que você vai querer saber nessa noite?

_ O início. Como surgiu essa ideia, o motivo de se vingar de mim, enfim, o principio de tudo, tem como contar isso hoje a noite?

_ Sim, depois da sua janta. Pode ficar tranquilo, quero você inteiro, quero seu bem. Enquanto você estiver aqui estará seguro.

Ela sorri e começa a olhar para ele. Então, ele pergunta meio exaltado:

_ Já mudou de assunto, agora está falando de meu bem? Ficar preso é estar bem por acaso? não é, não mesmo. Mas Lais, vc me contará tudo.
Ele abranda a voz e continua:
_ Eu quero ficar livre dessa prisão, isso não é vida pra ninguém, quero saber como será sua vingança, eu espero ir embora logo daqui, não sei se aguento fica mais tempo aqui.

Ela continua a olhar para ele, escuta palavra por palavra dele, parece que ela sente dó da situação que Carlos se encontra no momento, apenas sorri e continuar a ouvir o desabafo dele.

_ Por que você está rindo, hein? Me fale. Lais, eu não quero ficar aqui, pelo menos me conta como será a vingança, como planejaram tudo.

E com um olhar penetrado nele somente comenta:

_ Tudo ao seu tempo. Agora coma o café da manhã que eu trouxe para você. Agora se afaste das grades para eu colocar sua comida, vamos não quero atirar em você.

Sem resistência, ele vai para o fundo da cela, e vê ela colocar a comida próximo das grades, ela se vai, então ele come dois pães com mortadela e um copo de café.

Entendiado, sem ter o que fazer, olha para as paredes, sem janelas ele não faz ideia da onde está, apenas torce para que a vingança seja o quanto antes para se ver liberto daquele local.

E nesse clima de reflexão, vem vários pensamentos sobre o paasado e acontecimento na vila Alzira.

Carlos relembra da vez que viu a Jasmine com o rapaz de camisa social azul marinho na lanchonete do Firmino, ele lembra que nunca mais viu ele.

Quem será aquele rapaz? Por que estava lá? Será ele um cúmplice nos acontecimentos. Mas qual o motivo de alguém aceitar fazer uma loucura dessa.

E o Firmino? Sempre trabalhou naquela lanchonete, e repentinamente ele se torna um grande amigo de quem quer me fazer mal.

Jasmine , Renata? E essas Garotas, quem são elas? Da onde que a Lais as conhece , como é que elas são loucas em aceitar essa loucura toda que é sequestra um outro ser humano.

Como será que Rodrigo está? Aliás, será que sentiram minha falta, será que alguém foi me procurar. Será que falta muito pra anoitecer.

Cadê a Laís para conversar? Algo pra fazer, assistir. Nada e nada, uma solidão de dar dó.

Não demora muito Carlos dorme durante a manhã até ser acordado pelo Firmino.

_ Vamos acorde Carlos, acorde, vamos.
Disse Firmino.

Ainda sonolento pergunta:

_ O que você quer? Fala logo, que eu tava dormindo, é o que o almoço?

_ Cala a boca seu abusado. Vamos se levante e vista isso.

Firmino joga uma calça jeans e uma camiseta pela grade. Carlo olha desconfiado pega a roupa começa a olhar e diz:

_ Agora sim, roupa nova pena que eu não vou sair com ela.

_ Vai sim, veste logo que vamos te mostrar um lugar.
Disse o Firmino um pouco impaciente

_ Que? Que lugar Firmino?

_ Vista-se que você vai descobrir.

Carlos vestesse e muito curioso pergunta novamente que lugar é esse que querem leva-lo, Firmino segurando uma arma diz para ter calma, que ele iria conhecer o lado de fora da cela. Mas caso tentasse fugir ele não pensaria duas vezes em atirar.

Carlão fica um pouco apreensivo, mas tranquilo, porque sabe se fizer o que estão pedindo nada irá acontecer.

Então Firmino abre a cela, Carlos sai e os dois caminham pelo corredor sem falar nada.
A esquerda havia uma porta, eles saem por ela, e entram numa espécie de depósito, cheio de latas de tinta, pincéis, azulejos, sacos de cimento.

Ao passar pela porta Firmino a fecha e empurra uma estante para frente da porta, dessa forma não era possível ver a porta que havia no depósito, apenas uma estante com algumas latas de tinta usadas.

Lá havia uma porta que dá acesso ao lado externo do depósito. Eles vão a caminho dessa saída. Até que se ouve um grito que dizia não.

Carlão, olha e pergunta:

_ O que foi isso?

_ Seu fim.

_ Como assim?

Firmino ri e corre para a porta e sai por ela. Carlos fica com medo de sair.
E agora? Sai ou continua lá dentro?