Capítulo 4 (Parte II)

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Matteo entra no carro, liga o motor e de imediato liga a Berry.

- Matteo? Já me estavas a deixar nervoso, olha que eu sofro do coração. Noticias?

- Bastantes, já estou a caminho da esquadra. Mas antes de mais, faz-me um favor. Pesquisa por uma professora da escola da vila chamada Penélope, da área de ciências. Imprime toda a informação que conseguires sobre ela e deixa na minha secretária.

- Ok, tudo bem. Queres que deixe lá também o meu numero?

- Berry, eu estou a falar contigo por telemóvel. Bebes-te?

- Fumei. – disse Berry num tom muito sério. Um grave silêncio sente-se na linha telefónica. – ... Estava a brincar.

Matteo suspira, leva a mão à cabeça, reflete e desliga. "Haja paciência.", pensou.

Chegando à esquadra, ele dirige-se imediatamente para o seu escritório, e encontra um monte de papelada na sua secretária. E o numero do Berry. "Obrigadinha. Totó.", pensou Matteo, dando uma pequena risada.
Confortavelmente sentado, com os pés em cima da mesa, começou a folhear as páginas, enquanto lia em voz baixa.

- Penélope Woods, 26 anos, altura 1,66m... Licenciada em bioquímica na universidade de Oxford? E entrou no quadro de honra. Uau. Detida... por pose de químicos ilegais e suspeita de experiencias em cobaias humanas?! Bem, lá se foi o charme. – Matteo procura a sua fotografia nos ficheiros policiais. – Ruiva, olhos verdes... Bonita. Faz-me lembrar uma pirralha que eu conheço.

O investigador pega no endereço que está afixado e dirige-se para lá, na esperança de se encontrar com a tal rapariga. Já era tarde. Manda uma mensagem a Berry a avisar, só para prevenir.
Chega a um bairro algo solitário, mas rapidamente deduz qual a casa da rapariga. Avista, não muito longe, uma casa que aparentava estar cheia de vida, com flores e plantas a decorar, vasos, um grande quintal, um pequeno lago com sapos, e uma fonte com duas pequenas estátuas do que aparentavam ser deuses mitológicos. Ele bate à porta.

- Sim? – espreita uma rapariga, que aparentava ser mais nova do que o que sabemos que é, com um ar tímido mas doce, inocente.

- É-É a Penélope? Boa noite, o meu nome é Matteo.

- ...Ok. Em que é que lhe posso ajudar?

- Aquela fonte tem duas estátuas... São deuses gregos, não é?

A rapariga faz um ar impressionado. – Perséfone e Hades, sim. Sinto uma espécie de ligação com eles.

Matteo lembra-se: Ele está aqui pois ela pode ser uma eventual suspeita de homicídio!

- Ahh pois mas, certo, sou detetive da esquadra de Brighton e vim fazer-lhe algumas perguntas. – Ele mostra o distintivo. – Deixar-me-ia entrar?

- Sim, claro. Por aqui.

Assim que o detetive entra, sente um forte cheiro a... eucalipto? Era um misto de flores amistosas, na verdade. Deixava-o quase que menos tenso, relaxado. Em cada esquina, mil flores a florir, paredes feitas de trepadeiras. Parecia um reino encantado, dividido em pequenas divisões.
Ela guia-o até a sua sala, que aparentava ser um pouco mais humana. Sentam-se num sofá bastante largo.

- Então, o que o trás aqui, Sr. Detetive Alessi? – a rapariga dava pequenas risadas. Ela estava a falar com um tom quase de sedução... Quem era esta mulher?

- Hum... Pois, eu... - O cheiro da sala fazia a mente de Matteo vaguear, era difícil de permanecer concentrado. – ...O que é que eu vim fazer mesmo...?

Os Mistérios de MatteoOnde histórias criam vida. Descubra agora