O Manuscrito
Eram 8h13 da manhã, e Matteo é acordado pelo som de mensagem recebida. Era Berry, o seu chefe, que dizia "Ei, companheiro. Ontem foi um dia puxado, eu sei. Hoje não tens que vir à esquadra, portanto vê se descansas para amanhã estares fresco outra vez. Abraço.". "Sempre simpático este Berry", pensou ele.
Matteo não se levantou de imediato. Ele ainda ponderou sobre o que deveria fazer, não parava de pensar no dia anterior. "O que será que foi aquilo tudo? Será que a tal mulher era mesmo um fantasma? Não... Um espirito? Eu estou a ficar como o meu pai, daqui a nada estou a ocupar o lugar dele no asilo. Eu não vou deixar isto ficar assim, preciso de respostas."
E com um pulo, levantou-se da cama, tomou um banho relaxante, vestiu-se e olhou pela janela. Está bom tempo, o Sol brilha. Nem uma única nuvem. "O dia hoje tem de correr bem. E ser normal, por favor!"Saiu de casa e decidiu ir à Biblioteca Municipal. Ele costuma lá ir frequentemente em busca de se informar mais para o ajudar a resolver certos casos, e desta vez era mesmo necessário.
Ele queria uma secção que dissesse exatamente o que ele está à procura, até que passou por um pequeno corredor que dizia "O Paranormal". "Tem de ser aqui.", pensou ele. Meteu-se à procura de títulos, qualquer coisa que lhe desse alguma pista. Encontrou de tudo, livros satânicos sobre como invocar demónios, como ler símbolos gregos, ascender aos céus, como encontrar alienígenas. Mas o que ele realmente queria estava mesmo entre estes, e tinha como titulo "Reincarnação dos Espíritos". Leu algumas páginas só para ter certeza de que era este o certo, e dirigiu-se para o balcão principal para poder requisita-lo. Já fora do edifício, a ir para o carro, acidentalmente esbarra contra alguém e ambos deixam cair os seus livros. "Peço imensa desculpa" disse Matteo, ao que a outra pessoa respondeu "A culpa também foi minha, acontece". Ele olhou para ver quem era. Diante dele estava um rapaz, um pouco mais jovem que ele talvez, olhos verdes luminosos, cabelos loiros encaracolados, com uma camisa branca. Parecia um anjinho, e não é que a parte de trás da sua camisa tinha duas assas em dourado com brilhantes? Até parecia mentira.Quando está a entrar na porta do prédio, encontra Dália a fazer a limpeza do costume. Dália olha para Matteo, e dá um sorriso, mas rapidamente o perde quando vê o livro que ele trazia.
- Que livro é esse?! – Diz Dália, bruscamente e sem maneiras.
- Huh? Este? Ah, é... - Matteo é interrompido quando ele próprio se apercebe de que tem o livro errado. – Também não sei, não era este o livro que queria trazer. Bem, vou lá amanhã devolve-lo sendo assim.
- Deixa-me ver. Dá-mo cá! – Dália fala num tom alto e imperativo, como se estivesse desesperada por o ter.
Matteo não entende a atitude de Dália e prefere entrar logo no seu apartamento, para evitar um conflito. Agora curioso, ele decide espreitar e ver o que o livro dizia. Não deve haver mal, certo? Está um dia tão bonito, não é como se fosse chover.
Ele coloca-o em cima de uma mesa e lê o título, que diz "O Manuscrito dos Deuses". "Estranho.", pensou. Abriu a primeira página, e estava lá um grande desenho, como se fosse um mapa. Parecia o monte Olimpo numa margem, e na outra, o Submundo. Interessado, continuou a virar as páginas, mas o que lá estava eram escritas e símbolos que ele não reconhecia. Em cada página, havia vários desenhos astronómicos, botânicos e anatómicos, mas demasiado complexos e de aspeto incomum. Mas ao tentar perceber o que lá estava escrito, leu uma palavra que escrita era "epithymía", mas confuso, leu, em voz alta "Que choveria?"
De repente, de uma forma assustadora até, começou a chover torrencialmente. Matteo não estava a conseguir entender nada, nada fazia sentido e isso estava a perturbá-lo imenso. Decidiu contatar Berry.
- Matteo? – Disse Berry, impressionado. – Aconteceu alguma coisa?
- Berry, preciso que venhas ter comigo agora. Encontrei um livro todo marado e começou a chover, estou a passar-me.
- Matteo, não estás a fazer sentido nenhum. Espera, já estou a ir. Acalma-te e bebe um chazinho de camomila. Até já.
Assim que Berry chegou, Matteo abriu-lhe a porta muito rapidamente e fechou-a pelo trinco logo a seguir. Puxou Berry pelo braço e guiou-lhe até o livro.
- Isto. Esta coisa controla o tempo. Confia no que te digo.
- Matteo, vou voltar a dizer que não estás a fazer sentido nenhum, e isso vindo de ti é raro. Acho que devias ir ao médico.
- Berry, faz isto. Lê esta palavra – Disse o detetive a apontar para a mesma palavra – e deseja algo, qualquer coisa.
- Matteo...
- BERRY, FAZ ISSO! NÃO ACREDITAS EM MIM? – Matteo estava irritado, ele só queria mostrar que dizia a verdade.
- MATTEO, NÃO É POR EU OLHAR PARA ESTA PORRA – disse Berry, olhando para a tal palavra – QUE VAI FAZER SOL SÓ POR O DESE- Berry foi interrompido quando intensos raios de Sol brilharam pelo quarto. Teria estado a chover a tarde toda.
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Os Mistérios de Matteo
Misterio / SuspensoBrighton nunca esteve mais agitada. Matteo Alessi, um detetive prestigiado finalmente encontra a sua tão desejada ação, quando um desaparecimento bizarro e um corpo fantasma aparecem na sua vida. Acontecimentos sobrenaturais acontecem continuamente...