CAPÍTULO 09

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ÁNGEL:

-Mãe, porque você nunca me contou isso?

Mas você também não me respondeu. Você contou a ele sobre mim? Ele sabe que eu sou filha dele?

-Desculpe por ter escondido isso. E ele não sabe sobre você, quando eu ia contar pra ele que estava grávida, peguei ele com minha amiga. 

-E você gosta dele?

-Sim, eu nunca esqueci o seu pai biológico. Sempre senti um carinho pelo Edgar, mas não era ele que eu realmente amava. Por isso, por saber que mesmo ele ter me aceitado com um filho que nasceria em poucos meses, ele e me aceitou, e ele te criou, cuidou, deu carinho, sobrenome, te amou como se realmente fosse seu pai, tudo isso aumentava o carinho e afeto pelo Edgar, tentei me apaixonar por ele, mas foi em vão. Mas isso não importa agora.

Só lhe peço, que tente se aproximar do Philip, e depois de um tempo, eu vou contar tudo o que devia ter feito a muitos anos pra ele. 

Eu a abracei, e por mais que eu não conseguisse entender o porquê de tudo, sabia que ela fez tudo isso por mim.






Decido passear um pouco, para acalmar as idéias.

Descobrir que tinha um pai, que não era seu pai, me deixava confusa. E eu sei que a vocês também. Mas fui andando, já estava anoitecendo, começou a chover de repente, e eu comecei a correr, correr pra me abrigar da chuva, entrei em um beco apertado, e senti alguém passar por trás de mim, fiquei assustada, mas não ousei olhar pra trás, continuei correndo como se não soubesse que havia alguém atrás de mim. A chuva era forte fora do beco, quando finalmente saí de lá, senti mãos frias segurarem em meu braço.

Meu coração só faltou sair pela boca, ele me puxou, fazendo eu virar de frente pra ele. Era um homem, que aparentava ter uns 47 anos, o que ele queria comigo?

-Vai a algum lugar, princesa? - Falou e minha espinha se arrepiou. 

-Na..não...só estou ..de..passagem. - Disse gaguejando.

-A é? Um, fique mais um pouco, tenho planos pra você, pra nós dois.

Disse, e começou a beijar meu pescoço, aquilo era nojento, estava me causando ânsias, até que dei um chute com o joelho no meio de suas pernas, e ele me soltou, e se contorcia de dor. Aproveitei e sai correndo.

-Socorro, socorro, alguém me ajude. - Gritei desesperada. -Socorro, Socorro.

Gritei mais uma vez ainda correndo. 

Olhei pra trás, e o homem se aproximava de mim, com um sorriso malicioso.

Estava com muito, muito medo.

-Socorro, me ajudem.

Ouvi passos que estavam à frente, e imaginei que alguém se aproximava. E estava certa, um rapaz, que parecia com alguém que eu conhecia, mas que tinha fisionomias diferentes. Ele se aproximou, e eu me agarrei a ele, sem mesmo saber se ele me ajudaria.

-Você está bem?

Perguntou o garoto, que eu reconheci, era o meu Tony, mas a voz também era diferente, embora fosse igual.

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