Me chamo Ángel San Romão.
Tenho 19 anos, sou modelo e acredito que sofro de bulimia. Sempre que fico ansiosa, nervosa, ou quando sinto que algo de ruim está para acontecer, me encho de comida. Como muitos doces e salgados e tudo que eu vejo pela frente, com o intuito de esquecer dos meus problemas. Mesmo sabendo que o prazer é momentâneo, eu sempre repito o mesmo erro. Após muito comer e chorar, vou para o banheiro e faço tudo voltar. Tudo que eu havia comido, acabei colocando para fora. Já é um ciclo vicioso, e por mais que eu tente, não consigo deixar de repetir.Os meus pais não sabem. Não quero dar mais motivos para brigas do que eu já dou.
Não sei até quando o casamento dos meus pais vai continuar, é cada vez mais frequente e comum os ouvi discutindo.
Moro com os meus pais, e a cada dia isso fica mais difícil, sempre tem motivo para uma discussão. Não aguento mais essa vida.
Vou descendo as escadas, e escuto uma de muitas brigas de meus pais, que com frequência, eu sou o motivo dela. Eu não sei como eles ainda estão juntos, não se separaram ainda por um milagre de Deus.
-EU NÃO QUERO, SIMPLESMENTE EU NÃO QUERO A ÁNGEL SENDO MODELO. VAI QUE ALGUM HOMEM SE APROVEITA DA INGENUIDADE DA MINHA FILHA, JÁ NÃO É O BASTANTE ELA TIRAR FOTOS SEMI-NUAS?
NÃO QUERO, ELA VAI SAIR DESSE TRABALHO. - Diz meu pai gritando-Mas meu amor, a Ángel pode escolher o que fazer, olha, você não escolheu fazer arquitetura? Então, ela também tem esse direito. - Disse minha mãe, calma.
Olho pra janela e vejo muitos dos nossos vizinhos nas portas ou nas janelas, procurando saber o motivo de tanta gritaria.
Saio dos meus pensamentos ao ouvir um estalo, e minha mãe com a mão no rosto.
E vejo um tipo de raiva muito incomum, e meu pai pega a chave do carro, bate a porta com muita força e sai, escuto o carro saindo da garagem, desço as escadas correndo e vou ao encontro da minha mãe.
-Mãe? - Digo enxugando as lágrimas que rolavam em seu rosto.
-Já passou minha filha.
Eu não sei o motivo que levou meu pai fazer isso com a minha mãe, mas eu não quero perguntar a ela sobre isso, então apenas a abraço e faço com que a mesma deite sua cabeça em meu colo.
-3 horas depois
Já eram 22:16 da noite quando recebi uma ligação:
Ligação Mode-On:
-Alô? Boa noite, com quem eu falo? - Indaguei, curiosa.
-Boa noite, aqui é do hospital Santa Maria, e quero lhes informar que o sr. Edgar San Romão, acabou de falecer. Sofreu um acidente de carro, dirigindo em alta velocidade, sem colocar o cinto de segurança, acabou perdendo o controle do carro, e bateu em um poste, que acabou caindo no carro. E quero também lhes informar que o corpo estará liberado amanhã. E meus pêsames a família.
Ligação Mode-Off.
Fiquei em estado de choque. Eu não consegui dizer uma palavra sequer.
Meu pai havia morrido, mesmo ele não me apoiando no que eu gostava, eu o amava, afinal ele ainda era o meu pai.
Minha mãe, que estava ao meu lado quando eu recebi a ligação, me cutucava para eu voltar ao planeta Terra.
-Filha, Ángel, o que houve? Quem ligou? - Perguntou preocupada.
-Mãe… - Comecei, trêmula. -Meu pai morreu.
-O quê? - Perguntou ela
-O meu pai, mãe. Ele… Ele sofreu um acidente, e - Comecei a chorar. Me abracei com minha mãe, que também deixava algumas lágrimas escaparem.
No Dia Seguinte:
Minha mãe mandou eu fazer as minhas malas, porque iríamos embora de São Paulo, e iríamos para Londres, morar perto de minha avó.
Já estava com minhas malas prontas, e esqueci de pegar os meus remédios.
Fui até o criado-mudo, em uma gaveta que estava trancada, e peguei os meus remédios, que ficam escondidos no canto, e os coloquei no fundo falso da minha mala, onde minha mãe não podia vê-los.
Peguei meu celular, e desci, a caminho da sala.
-Que bom que já está pronta filha. O táxi já está nos aguardando.
Minha mãe não quer mais ficar aqui em casa, por causa do meu pai, ela diz que cada canto da casa, ele estava presente, e em relação ao enterro do meu pai, minha mãe disse que não era bom pra mim ver meu pai sendo enterrado, e então ela deixou o enterro com a minha família paterna.
Eu já falei com o meu empresário sobre minha viagem, e ele disse que não teria problemas. Esqueci de falar o nome da minha mãe. Ela se chama Ângela São Romão. Viúva de Edgar San Romão.
Era uma tarde de sexta-feira chuvosa, e eu estava com o meu fone preto, ouvindo a música Story Of My Life da One Direction, que me definia naquele momento. Eu usava uma calça jeans rasgada em um joelho, e uma blusa de alça, e um moletom preto, não sei de qual marca.
Vi minha casa se distanciando cada vez mais, encostei meu rosto no vidro do carro, e comecei a lembrar dos momentos bons que vivi com meu pai.
Enxuguei com o fundo da mão, algumas lágrimas que escaparam.
Passaram-se alguns minutos, talvez horas no engarrafamento, até que chegamos no aeroporto. Compramos nossas passagens para Londres, e eu recebi uma ligação.
Ligação Mode-On:
-Alô?
-Angel, menina, sou eu, sua avó Angélica, vocês podem ficar despreocupadas em relação a casa, vocês vão morar na casa ao lado da minha. Que dia vocês vem?
-Já estamos no aeroporto, queríamos fazer uma surpresa.
Atenção senhores passageiros do voo 341, destino Londres, apresentam-se na sala de embarque.- disse a aeromoça.
-Vó, tenho que desligar. Já vou pegar o voo. Tchau.
Ligação Mode-Off.
Desliguei, e fui até minha mãe, que estava na porta da sala de embarque.
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A Cor Do Amor
RomantizmÁngel, uma adolescente que está começando sua carreira em uma família meio conturbada sofre uma grande perda, e se muda para Londres, onde conheçe e se apaixona pelo Antony. Ele, que sofreu por amor no passado, tem medo de se apaixonar novamente e...