Capítulo IV

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Bom dia.

— Bom dia — Tyler respondeu, olhando por cima da edição matinal do Times. Emily estava parada na porta da sala de jornal, e parecia hesitante. Com os cabelos úmidos do banho matinal, parecia adorável como uma rosa, apesar de usar apenas seu robe atoalhado branco. Havia uma trouxa de roupas sujas sob seu braço direito.

— Espero que não se importe — Emily sorriu, olhando para o roupão. — Estava pendurado no banheiro de hóspedes.

— Não me importo — ele respondeu, dobrando o jantar e convidando-a a sentar-se à mesa. — Ainda não contratei uma cozinheira, mas comprei algumas caixas de cereal.

— Adoro cereal — Emily respondeu.

— Onde estão Helga e Carmen?

— Lá em cima. Estava imaginando se poderia colocar nossas roupas em sua lavadora enquanto elas tomam banho. Estas são as minhas e as de Carmen. Helga usa basicamente plástico, e assim...

— É claro que pode usar a lavadora. — Tyler levantou-se para levá-la até a lavanderia. Despejando o dobro da quan­tidade recomendada de detergente, jogou as peças imundas dentro da máquina. — O que quer fazer com as roupas de Helga? Tenho uma mangueira no fundo do quintal...

Emily riu.

— Se tiver outro roupão, ela poderá usá-lo enquanto de­cide o que quer fazer.

— É claro. Pode pegar no meu armário. E não se preocupe, porque costumo guardar os chicotes e as correntes na garagem — Tyler brincou, notando sua expressão preocupada.

— Melhor assim!

Seu sorriso parecia refletir os raios de sol que entravam pela janela da lavanderia. Vendo-a usando seu roupão, os cabelos limpos presos num rabo de cavalo, era difícil acre­ditar que vivera nas ruas até o dia anterior. Ainda não podia crer na própria sorte. Roxanne jamais duvidaria de um rosto tão inocente!

— Conversou com Helga sobre o cruzeiro? — ele perguntou, preparando-se para as más notícias.

— Sim, conversei.

— E o que ela disse?

— Hummm... Não posso repetir exatamente, mas acho que ela vai concordar. Eventualmente. Não se preocupe — Emily riu, divertindo-se com sua expressão temerosa. — Quando falei sobre toda a comida que costumam servir num navio, ela quis saber se demoraríamos a partir.

Tyler massageou as têmporas. Às vezes se perguntava se não teria feito melhor recusando a promoção e perma­necendo em Boston. Nenhum valor monetário justificava tamanha tensão. Bem, como não conseguiria controlar Hel­ga, o melhor que tinha a fazer era desistir e relaxar. Na pior das hipóteses, se ela se comportasse mal, acabaria re­cebendo sua passagem de volta para Boston e bem longede Roxanne.

Tyler segurou o braço de Emily e levou-a para fora da lavanderia.

— Felizmente ainda temos uma semana antes do cruzeiro. Estaremos muito ocupados até lá. Por que não con­versamos sobre o que temos a fazer durante o café da manhã?

Helga resistira, mas acabara aceitando a idéia de passar horas num salão de beleza, cuidando da aparência. E ali estavam elas, três clientes silenciosas esperando pela deci­são magnânima de Maxime, o famoso cabeleireiro. Tyler deixara seu cartão de crédito aos cuidados dele, e exigira que fizesse o melhor por elas.

— Mas... seu cabelo é maravilhoso! — ele exclamou ao analisar os cabelos de Emily. — Ralph, venha cá! Olhe só para esse cabelo! Não é lindo? Estou pensando o que fazer com ele.

Esposa Temporária (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora