Apenas uma simples troca de olhares, em um refeitório lotado de pessoas. Não houve palavras, nem toques, nem uma demonstração intensa de carinho ou algo parecido em público, mas para os donos dos pares de olhos verdes e azuis isso significou muito, os abalando fortemente. Cada um foi para sua mesa com seus respectivos amigos, tentando de uma forma quase impossível se concentrar em suas bandejas e terminar o café da manhã.
Dulce: Terra chamando Annie, Terra chamando Annie - bem do seu jeito nada discreto de ser, Dulce tentou chamar atenção de Annie que parecia realmente estar em outro planeta.
Annie: Dul você poderia ser um pouco discreta? Desse jeito todo mundo... - foi interrompida antes de terminar sua frase.
Dulce: Todo mundo vai perceber que está babando no moreno de olhos verdes sentado ao lado do Deb & Loide? Sinto lhe informar, mas todo mundo já percebeu - a riuva fez um gesto com as mãos indicando os amigos a mesa. Annie corou instantaneamente e abaixou a cabeça bem envergonhada.
Alex: Annie não precisa se envergonhar, sempre terá peguetes na vida, isso é tão normal - o amigo tentou quebrar o climão de timidez que se formou. Mas não adiantou muito, Annie se levantou.
Annie: Com licença, vou para o quarto me arrumar para a aula.
Dulce: Annie, por favor, não precisa fazer isso por bobeira - mas ela já tinha saído sem dar tempo de alguém falar algo mais. Dul se levantou na tentativa de fazer a amiga mudar de idéia - Annie, volta - mas de nada adiantou, ela já passava pela porta indo em direção aos dormintórios. De longe, sem ouvir nada, apenas observava Poncho bem atentamente tudo que acontecia, sua vontade ela levantar e ir atrás da Annie, mas achou melhor dar um tempo a ela, não queria sufocá-la ou assusta-lá, ela merecia ser tratada diferente, cada coisa no seu tempo.
*****
Ainda faltava 1 hora mais ou menos para o início das aulas, Annie já estava arrumada, suas coisas estavam separadas no quarto, bastava passar por lá e ir para sua sala, então resolveu dar uma volta pelo campus, ou melhor, pelo PCP, que se tornara um lugar especial para ela, queria ficar um pouco sozinha e relembrar o fim da noite de sábado. Já sabia bem o caminho e logo estava entre as árvores e bancos de madeiras, em especial hoje havia uns pássaros cantando alegremente, estava um dia bonito, ensolarado, com pouquíssimas nuvens ao céu. Após caminhar um pouco chegou ao local, aquele banco embaixo daquela árvore, o local do beijo. Foi meio que inconsciente, mas uma vontade de cantar a atingiu com toda força do mundo e automaticamente saiu palavras de sua boca cantadas numa melodia que não precisava de instrumento para ser perfeita.
En la tristeza de mi diario
En la soledad de mi habitación
En mi recuerdo más lejano
En mi primera lagrima de amor...
Não pôde terminar de cantar porque seu celular começou tocar a dispertanto daquele momento. Rapidamente tirou do bolso e viu o nome Mai na tela do celular. Como sua amiga podia saber que precisava dela?
Anahi: Mai que saudade - atendeu a ligação com um aperto no coração e os olhos lacrimejados de tanta saudade da amiga.
Maite: Saudade? E não me ligou? Esqueceu meu número ou o que? - brincou fazendo Annie sorrir de leve - caramba Annie não me abandona assim tão rápido.
Anahi: Perdão Mai, mas foi tanta correria desde quando cheguei que nem de celular lembrei, se passaram apenas 3 dias, mas parecem enternidade já.
