Capítulo 8

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Annie muito envergonhada, ainda secando as lágrimas, não conseguia responder ao Poncho. Ele insistiu na pergunta:

Alfonso: O que aconteceu Annie? Algum problema? - ele estava ficando preocupado com a situação.

Anahi: Fique tranquilo, não aconteceu nada - enfim respondeu, mas ainda olhando pro lado oposto de Poncho.

Alfonso: Como assim não aconteceu nada? Você estava num sono tão gostoso e do nada começou se contorcer e notei que estava chorando. Algum pesadelo? - Ao falar, Poncho foi aproximando sua mão de Annie e tocou a tocou no ombro - Quer dividir comigo? - perguntou de uma forma serena e amigável.

Annie sentiu um choque ao toque de Poncho, mas de alguma maneira que não sabia como explicar, se sentiu protegida, segura. "Como isso é possível? Mal conheço esse garoto e ele já me faz sentir assim" pensou.

Anahi: Na verdade não foi um pesadelo, mas sim um sonho, muito bonito por sinal - disse enquanto lembrava do que havia sonhado.

Poncho ficou mais confuso ainda. Um sonho bonito que a fez chorar daquele jeito.

Alfonso: Mas Annie, parecia que você estava sofrendo muito, como isso pode ter um sonho bonito?

Annie respirou fundo, quase um suspiro. Ela queria contornar a situação sem ser preciso contar nada ao Poncho, mas ele realmente parecia estar preocupado. Nunca era fácil falar sua história para alguém, ainda mais alguém que ela acabara de conhecer, mas tinha quase certeza que ele não ficaria quieto até ela contar o sonho.

Anahi: Acho que foi mais que um sonho. Parecia uma lembrança - suspirou novamente - sonhei com minha irmã - ao dizer isso olhou para o Poncho. Ele pôde notar o quanto seus olhos estavam vermelhos e inchados. Sua expressão era de dor. Era uma cena difícil de presenciar. Sua vontade era fazê-la se sentir bem, queria abraçar, queria cuidar daquela menininha que parecia tão frágil e indefesa. Deixar ela chorar tudo que estava guardado.

Alfonso: Mas Annie, o que tem de ruim nisso? - sua cabeça dava cambalhotas.

Annie começou se revirar na poltrona como se estivesse procurando algo. Logo achou onde o livro "A culpa é das estrelas" que ela estava lendo no início da viagem, começou folhear e encontrou um pedaço de papel. Ficou olhando e acariciando. Um esboço de sorriso se formou em seus lábios. Esticou seu braço em direção ao Poncho, entregando o pedaço de papel.

Anahi: Essa é Ana, minha irmã.

Poncho olhou o papel e viu que se tratava de uma foto. Pela resolução podia perceber que era imprensa direta de um computador.

Alfonso: Que linda, vocês duas se parecem, ela mora com seus pais? - terminou de dizer e olhou para Annie que estava de cabeça baixa se preparando para falar.

Anahi: Ana morreu a 2 anos - Poncho notou que uma lágrima rolou pelo seu rosto.

Alfonso: Annie, sinto muito - disse sem graça, agora começava entender a intensidade da situação.

Anahi: Tudo bem, não tinha como você adivinhar. Ela estava num avião explodiu e... - sua voz sumiu em meio a frase, por mais que ela tentasse, era difícil demais.

Poncho percebendo a dor que Annie sentia ao lembrar de Ana, sentiu seu peito apertar e um nó se formou em sua garganta. A vontade de abraça-la era imensa, mas não tinha certeza se ela ia se sentir bem com um abraço de alguém recém conhecido, afinal eles eram apenas colegas de viagem. Então só levou a mão até seu ombro.

Alfonso: Annie eu sinto muito mesmo, dá pra ver o quanto você a amava e o quanto sente a falta dela, mas pense que ela estar num lugar melhor agora.

A Música Une CoraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora