13 - I Can't!

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13 - I Can't!

O caminho até ao hospital acabou por ser feito em silêncio, o que me enervou. Liam estaciona e eu abro a porta do carro, fazendo-o acelerar o passo até à minha porta e reclamar que não posso enforçar o joelho.

''Está quieta!'' - ordena ele.

''Está calado!'' - resmungo e saiu do veículo, apoiando-me nas minhas mãos.

As dores abdominais aumentaram com o passar no tempo e acabo por trincar o lábio inferior quando uma dor forte volta.

''Rach?'' - ouço Liam chamar quando fecho os olhos e baixo a cabeça - "Rachel, estás bem?''

O aperto nas minhas mãos aumenta sobre a chapa do carro. Abano a cabeça negativamente e quando sinto que vou cair sento-me no lugar do passageiro.

''O que se passa?'' - Liam baixa-se à minha frente - "Rachel, fala comigo.''

Volto a negar com a cabeça quando, pela primeira vez, tenho medo de começar a chorar quando falar.

''É o joelho?'' - nego - ''É o corpo?'' - assinto - ''Onde?''

Já sobrecarregada acabo por falar.

''Chama alguém!'' - digo entre dentes, grunhindo de dor e deitando o tronco sobre as coxas.

''Eu volto já.'' - ele diz, passando a mão pelo meu cabelo e levantando-se num ápice, afastando-se.
Em poucos minutos ouço vários passos e o som de rodas sobre o alcatrão da estrada.

''Já estamos aqui, vamos deita-la na maca está bem?'' - uma voz masculina e grave diz.

Eu assinto e abro os olhos. Liam está à minha frente com um casaco nas mãos.

''Veste isto.'' - ele abre o casaco e eu estendo o braço, deixando-o fazer esse trabalho.

Ele desvia-se e os médicos ajudam-me a levantar com extremo cuidado, dirigindo-me para a maca, e vou apertando os braços deles quando os picos de dor vão aparecendo.

A maca entra pelo hospital e ao passar pelo alto da porta faz o meu corpo reagir.

''Porra.'' - murmuro para mim mesma.

''Eu estou aqui.'' - Liam informa, parando e ficando pela sala de espera.

Ele acena antes de eu passar pelas portas com uma janela redonda, levanto a minha mão e volto a baixa-la.

(...)

Acabei por ser operada ao joelho, uma merda autêntica, e já fiz análises e exames. Deram-me algo para as dores e agora estão a levar-me para um quarto estúpido.

''Voltaremos com os resultados mais tarde.'' - o homem de cinquentas anos diz - "Alguma coisa use estes interruptores para chamar uma enfermeira.''

''Está bem.'' - assinto - "O rapaz que veio comigo pode entrar?''

''Vou chama-lo.'' - o médico sai.

''Olá.'' - diz alguém ao meu lado - ''Sou a Sophia.''

''Rachel.''

''Gosto do teu nome.'' - a morena que parece uma modelo diz - "O que aconteceu à perna?''

Cusca.

''Caí das escadas.'' - desvio o olhar para ela e vejo ambas as pernas engessadas -'' E tu?''

''Tive de ser operada a umas veias.''

Assinto e viro-me para o outro lado, vendo uma senhora  com idade para ser minha avó.

''Eu estou aqui por velhice mesmo.'' - a mulher diz e rio-me fraca, durante meros segundos devido à barriga - "Deve ter sido uma queda em grande, han?''

The Last RaceOnde histórias criam vida. Descubra agora