Abraço o seu corpo, fortemente.
''Liam, tive tantas saudades tuas!''
''Também tive saudades tuas Ruth.'' - o seu aperto em mim aumenta.
''Tu estás tão diferente...'' - ela afasta a sua cara e as suas mãos seguram a minha - ''Passaram quase cinco anos mas mudaste muito. Pareces mais homem!''
O seu comentário faz-me querer rir, mas não consigo.
''E já não és tão...rude.''
''Podemos ir?'' - pergunto e vejo-a suspiras, assentindo.
Ajeito a mochila no meu ombro e quando ela se vira para andar, pouso o braço sobre os seus ombros, caminhando ao seu lado.
''Gosto deste Liam.'' - ela comenta, passando um braço na minha cintura - ''Gostava que ele tivesse aparecido mais cedo.''
Também eu.
Estávamos no carro e ela dirigia para casa. Durante todo o caminho ficamos em silencio, até que decido quebra-lo.
''Ela era feliz?'' - pergunto, olhando para a janela.
''Ela sempre foi feliz.'' - Ruth diz - ''Mas ela ia gostar de te ter visto.''
Mais nenhuma palavra foi dita. Quando pisei o chão da casa onde vivi um conforto invadiu-me. Subi as escadas e abri a porta do meu quarto, vendo-o exatamente igual. Pouso a mala sobre a cama e sento-me nela. Deixo o meu corpo deitar-se para trás e acabo por adormecer assim.
-De Manhã-
''Liam?''
Sinto alguém cutucar-me no braço. Esfrego os olhos pela noite mal dormida e levanto a cabeça.
''A que horas queres ir ao cemitério?'' - a minha irmã pergunta.
''Agora.'' - levanto-me e espreguiço-me, ouvindo alguns ossos estalar - "Vou trocar de roupa."
Ela sai do quarto e fecha a porta, ouço-a descer as escadas e olho em volta. Pego na mochila e abro-a, tiro de lá roupa e troco-me com uma enorme lentidão, como se tivesse perdido metade da força do meu corpo.
Abro o armário, pouso lá a minha mala e quando vou para fecha-lo vejo lá outra mala.
A mala dela.
Agarro na mala e abro-a, vendo a roupa que ela tinja trazido à alguns anos quando vinha cá dormir um tempo.
Pego na camisola que está no topo e cheiro-a. Mas apenas cheira a velho. A abandonado.
Suspiro, guardo a camisola e a mala no armário, fecho-o e desço para a cozinha.
''Bom dia.'' - um homem que estava sentado a beber café levanta-se, estendendo a mão - ''Sou o Antony, não sei se te lembras de mim.''
Fico quieto por um tempo, mas acabo por estender a mão, apertando a sua.
''Sim, lembro-me.'' - assinto com a cabeça - ''Sou o Liam.''
''Este é que é o tio Liam?''
Olho para trás e um rapaz por volta dos sete anos está a olhar para mim. Tio Liam?
''Sim Carl, é o tio Liam.'' - a minha irmã responde e fico confuso - ''É filho do Antony, de outro casamento.''
Assinto e viro-me para o miúdo, vendo-o a encarar-me ainda. Baixo o meu corpo, ficando de cócoras e à sua altura.
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The Last Race
Fanfiction«Eu não tenho medo da velocidade. Tenho medo do amor.» A velocidade faz parte de mim desde que me lembro. O meu pai sempre gostou de carros e deve ser daí que herdei este fascínio por automóveis, velocidade e perigo. Infelizmente, vivo com a minha...