21 - I'm the next

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Abraço o seu corpo, fortemente.


''Liam, tive tantas saudades tuas!''


''Também tive saudades tuas Ruth.'' - o seu aperto em mim aumenta.


''Tu estás tão diferente...'' - ela afasta a sua cara e as suas mãos seguram a minha - ''Passaram quase cinco anos mas mudaste muito. Pareces mais homem!''


O seu comentário faz-me querer rir, mas não consigo.


''E já não és tão...rude.''


''Podemos ir?'' - pergunto e vejo-a suspiras, assentindo.


Ajeito a mochila no meu ombro e quando ela se vira para andar, pouso o braço sobre os seus ombros, caminhando ao seu lado.


''Gosto deste Liam.'' - ela comenta, passando um braço na minha cintura - ''Gostava que ele tivesse aparecido mais cedo.''


Também eu.


Estávamos no carro e ela dirigia para casa. Durante todo o caminho ficamos em silencio, até que decido quebra-lo.


''Ela era feliz?'' - pergunto, olhando para a janela.



''Ela sempre foi feliz.'' - Ruth diz - ''Mas ela ia gostar de te ter visto.''


Mais nenhuma palavra foi dita. Quando pisei o chão da casa onde vivi um conforto invadiu-me. Subi as escadas e abri a porta do meu quarto, vendo-o exatamente igual. Pouso a mala sobre a cama e sento-me nela. Deixo o meu corpo deitar-se para trás e acabo por adormecer assim.


-De Manhã-


''Liam?''


Sinto alguém cutucar-me no braço. Esfrego os olhos pela noite mal dormida e levanto a cabeça.


''A que horas queres ir ao cemitério?'' - a minha irmã pergunta.


''Agora.'' - levanto-me e espreguiço-me, ouvindo alguns ossos estalar - "Vou trocar de roupa."


Ela sai do quarto e fecha a porta, ouço-a descer as escadas e olho em volta. Pego na mochila e abro-a, tiro de lá roupa e troco-me com uma enorme lentidão, como se tivesse perdido metade da força do meu corpo.


Abro o armário, pouso lá a minha mala e quando vou para fecha-lo vejo lá outra mala.


A mala dela.


Agarro na mala e abro-a, vendo a roupa que ela tinja trazido à alguns anos quando vinha cá dormir um tempo.


Pego na camisola que está no topo e cheiro-a. Mas apenas cheira a velho. A abandonado.


Suspiro, guardo a camisola e a mala no armário, fecho-o e desço para a cozinha.


''Bom dia.'' - um homem que estava sentado a beber café levanta-se, estendendo a mão - ''Sou o Antony, não sei se te lembras de mim.''


Fico quieto por um tempo, mas acabo por estender a mão, apertando a sua.


''Sim, lembro-me.'' - assinto com a cabeça - ''Sou o Liam.''


''Este é que é o tio Liam?''


Olho para trás e um rapaz por volta dos sete anos está a olhar para mim. Tio Liam?


''Sim Carl, é o tio Liam.'' - a minha irmã responde e fico confuso - ''É filho do Antony, de outro casamento.''


Assinto e viro-me para o miúdo, vendo-o a encarar-me ainda. Baixo o meu corpo, ficando de cócoras e à sua altura.

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⏰ Última atualização: Mar 24, 2016 ⏰

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