Um golpe na morte

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      O grupo que acompanhava Gusmão e Wellington era formado por dezenove policiais, todos tinham que esgueirar-se pelos muros e postes a fim de evitar os tiros incessantes.

— Vamos com cuidado. — Alertava Gusmão.

— Parece que o foco de tiros vem daquele barraco. — Um policial falou, e Wellington confirmou.

— Olha o matagal. — Wellington apontou, e Gusmão observou. — Tem alguém lá.

     Gusmão reuniu os policiais em três grupos, ordenou que um dos grupos fosse até o matagal de forma a surpreender os que ali estavam. O segundo grupo recebeu ordens para se dividir e cobrir todas as saídas possíveis. O terceiro, por sua vez, era o grupo em que estavam Gusmão e Wellington, que se designou a chegar ao barraco.

     A estratégia foi organizada sob o tiroteio que parecia não ter fim e uma correria de moradores que desciam o morro. Muitos desses moradores revelaram-se criminosos e foram detidos pela equipe que Gusmão ordenou que cobrisse as saídas.

     Araújo ainda sobrevoava o morro, mas agora a certa distância, pois logo que foi visto pelos criminosos o helicóptero virou alvo.

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     Wilson viu-se em uma situação complexa. A operação para sequestrar Beto tinha ido por água a baixo, já seria extremamente difícil deixar o morro com toda aquela troca de tiros, e para piorar, a polícia tinha fechado os pontos de fuga.

— O que a gente faz agora chefe? — Um dos homens perguntou a Wilson. — A polícia está lá em baixo, não dá mais para descer.

— Então vamos subir. — Wilson disse levantando-se e correndo em direção ao barraco.

     Por várias vezes ele quase foi atingido, mas conseguiu chegar a um amontoado de pneus que lhe serviu de barricada. Ele fez um sinal para que os outros o seguissem. Eles foram um de cada vez, entretanto, eles se descuidaram e não perceberam a chegada da equipe que Gusmão mandou para o matagal, dois dos cinco homens que acompanhavam Wilson foram mortos.

     Wilson ordenou para que o restante ficasse bem escondido, era o único modo de não serem mortos. E se esconder, incluía cessar os disparos.

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     Méier e Beto eram os únicos no barraco naquele momento. E foi uma surpresa para eles, o ataque que sofreram.

— Parece que pararam de atirar. — Beto disse ainda ofegante.

— Olha direito pô. — Méier disse recarregando uma pistola.

— Ta tudo calmo mermão. — Beto disse baixando a AK que ele portava.

     Um tiro fez com que Beto ficasse absolutamente imóvel de medo. O tiro acertou a parede a menos de cinco centímetros de sua cabeça. Seu momento pétreo foi interrompido pelos gritos de Méier:

— Sai daí mermão. Ta mira dos cara.

Beto se jogou no chão e perguntou a Méier:

— De onde veio o Tiro?

— Acho que os polícia ta na área.

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— Bom tiro Wellington. — Gusmão afirmou observando a movimentação no barraco.

     O morro estava mais silencioso agora, não havia mais som de tiros. Gusmão, Wellington e a equipe, estavam quase rastejando a fim de não serem vistos pelos indivíduos presentes no barraco.

Um caso além da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora