O Plano

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     Wilson chegou ao apartamento às onze da noite, a pedido de Alexandre.

    Já estavam dentro do carro quando Wilson perguntou:

— Para onde vamos senhor?

— Àquela casinha em Bangu. — Alexandre respondeu apreensivo.

      A casa que Alexandre se referia tratava-se do local de encontro com o Chefe Supremo. Era o local mais seguro em que Alexandre conseguia pensar no momento.

— Não demore Wilson.

— Irei o mais rápido possível. — Wilson respondeu acelerando o carro.

     Em pouco tempo eles estavam em Bangu. Alexandre estava pálido, sem cor, e seus olhos eram bizarramente vermelhos.

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     Gusmão não conseguiu dormir naquela noite. O fato de quase ter sido morto não deixava de circundar seus pensamentos. Em um desses momentos, Gusmão se viu examinando a quantidade de pessoas que sabiam que aquela viatura seria usada por eles na operação. Ele se viu descobrindo algo que mudava completamente a sua visão sobre o DP em que trabalhava. Somente Wellington, os dois detetives, Moreira, Milena e Henrique sabiam daquela operação.

     Alguém que estava naquela reunião plantou a bomba. Gusmão temia o que poderia acontecer a qualquer momento, e não pensou duas vezes antes de pegar o carro e seguir para a casa de Wellington, nem pegou o celular, diante dos fatos era bem provável que estivesse grampeado, ou até mesmo com uma bomba implantada.

     Do Leblon à Tijuca, na madrugada, o caminho era calmo e durou cerca de quinze minutos.

     Gusmão tocou a campainha. Ele temeu que Wellington ressentisse em abrir a porta, então anunciou seu nome, com um grito. As luzes da casa brilharam de imediato ao grito, e Wellington foi abrir o portão para que Gusmão pudesse entrar.

— Se você não gritasse, eu não sairia de casa. — Disse Wellington destrancando o portão.

— Faz bem. — Disse Gusmão entrando para que Wellington voltasse a trancar o portão.

— Não estamos em condições de confiar em ninguém. — Wellington disse.

— Não mesmo. Temos que conversar sobre isso.

— Entre, vamos para dentro. — Wellington disse virando se em direção a porta.

— Acho melhor não. — Gusmão sibilou.

     Eles se sentaram no degrau da entrada da casa.

— Nós precisamos descobrir quem planejou aquele ataque. — disse Gusmão franzindo o cenho.

— Tem alguma sugestão. — Perguntou Wellington.

— Veja bem. — Disse Gusmão. — Quem sabia da operação?

— Nós, a delegada Milena, os detetives e o delegado Moreira. — Respondeu Wellington.

— Você se esqueceu do doutor Henrique. — Gusmão observou.

— O seu pai nunca... — Wellington tentou replicar, mas Gusmão o interrompeu.

— Na nossa condição, todos são suspeitos até que se prove o contrário. — Disse Gusmão de modo sombrio.

— Certo. Mas como descobrir? — Wellington perguntou.

     Gusmão suspirou, acho que nós temos que morrer.

Um caso além da vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora