"I Want Stay With Him"

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Apertei mais uma vez o casaco contra meu corpo e ajeitei as luvas. Estava ficando cada vez mais frio. Assim que me dei conta que estava na porta do cemitério,parei por um instante. Respirei fundo umas quatro vezes e finalmente entrei. Estava vazio, e o céu nublado e escuro só fazia eu ficar com medo. Sim, medo.

Procurei pelo túmulo em que estava meu pai e minha mãe, assim que vi, agachei perto e deixei as flores preferidas da minha mãe,margaridas.
-Olá mamãe,papai. Acho que vocês já devem estar sabendo da novidade...
Eu estou com medo, por que raios vocês tinham que ir? Pra me deixar sozinha aqui? Perdida. Tem algo errado comigo. -minha voz saia falha por causa das lágrimas e o nó na garganta,pingos pesados e gelados caíam no meu rosto se misturando com as lágrimas.

-Deveria ir pra casa,querida. -ouvi uma voz doce e suave por trás de mim e virei meu rosto, dando de cara com uma senhora loira, ela aparentava ter uns 60 anos,provavelmente no meio daqueles fios loiros, há fios brancos se misturando.

-Eu vou... -forcei um sorriso e a senhora se aproximou de mim.

-Seus pais? -ela chegou ao meu lado e analisou as fotos deles.

-Sim,como sabe?

-Olha para sua mãe. Igual a você,bonita como você.

-Obrigada, você é uma senhora muito gentil.

-Sabe, eu estou com câncer, não há cura mais, e eu venho aqui todas quintas ver o meu marido. Logo eu vou o encontrar novamente, e, querida, não foi nada fácil quando ele faleceu. Eu pensei que ia junto com ele, depois de algum tempo, eu descobri essa maldita doença.Fiquei tão focada na morte dele que descuidei de mim. Sabe o que eu decidi querida? Decidi que não podia deixar minha família aqui, meus filhos,netos... Não podia deixá-los aqui. Você tem que ser forte. Mesmo se estiver sozinha, tem de ser forte. À propósito,você não estar sozinha. Eles estão com você,eles sempre estão você,aqui -ele apontou para o lado esquerdo do meu peito. -No coração. Agora segue sua vida. Você é jovem, se apaixone,conheça pessoas,lugares... Siga sua vida. Não se descuide. -ela por fim terminou de falar e eu já estava chorando novamente.

-É difícil. E sinto tanta falta deles. -eu já me entreguei,estava chorando e soluçando, logo a senhora me envolveu em seus braços e me deu um abraço protetor e caloroso.

-Você sempre vai sentir falta deles... Sempre. E você não pode esquecer da sua vida, aposto que seus pais gostariam que você seguisse sua vida.
-Eu vou. -eu disse e tirei o excesso de lágrimas que estavam em meu rosto.

-Agora vai pra casa.

-Espere. Pode se encontrar comigo na próxima quinta?

-Claro. Estarei aqui,me chamo Gloria.

-Rose. Até quinta,Gloria.

-Até. -ela deu um sorriso amigável e eu saí.

Fui caminhando lentamente até a saída,apenas escutando o som das minhas botas se chocando com as pedras do chão. Os pingos de chuva continuaram mais fortes se misturando com algumas lágrimas que caíam sobre meu rosto. Peguei meu celular do bolso do casaco e liguei para Harry. Sim,Harry.

-Alô? Harry?

-Oi,Rose? Tudo bem?

-Ham... Você pode se encontrar comigo na cafetaria próximo ao Central Park?

-Sim,claro. Tô chegando aí.

Guardei o celular novamente no bolso e caminhei um pouco mais depressa para a cafetaria. Assim que entrei uma onda de ar quente passou por mim me aliviando do frio que estava lá fora. Ela não estava cheia, tinha algumas pessoas. Sentei um pouco no fundo onde tinha uma mesa com duas cadeiras, próximo a janela. Em menos de 10 minutos vi Harry entrando pela porta, e assim que me viu,deu um sorriso encantador. Sorri de volta e o mesmo caminhou até minha direção.

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