My Dentist (Intersexual)

Breakfast

Lauren POV.

Eu comecei a despertar com uma sensação ruim de estar sendo observada, tentei me virar na cama mas paralisei ao sentir um corpo colado no meu, minha respiração falhou ao saber muito bem quem estava agarrada em mim. Abri os olhos com hesitação e me virei, Camila estava me olhando, com aqueles olhos pidões e chocolates, eu não sabia como essa mulher podia ser duas pessoas diferentes, ontem a estrupadora provocadora e sequestradora, agora um ser fofo e angelical, suspirei e beijei sua testa, a mesma sorriu com a língua entre os dentes.

"Bom dia." Ela sussurrou.

"Péssimo dia." Gemi em dor, meus músculos estavam me matando.

"Eu tentei levantar para fazer café mas estou com dor." Ela fez bico, ri ao saber muito bem o porquê.

"Eu não sei que demônio de pessoa você é Camila." Neguei com a cabeça. "Primeiro você me sequestra, me beija, transa comigo, isso tudo em um único dia, eu devo chamar a polícia por abuso sexual e sequestro?" Olhei-a divertida, apesar dessa mulher ser uma maluquinha ela parecia ser legal, nós precisávamos nos conhecer melhor.

"Passei o último mês cultivando um crush imenso em você, tenho sonhos eróticos, eu apenas extravasei ontem, e eu sei que você gostou." Ela riu.

"Você é louca Camila." Ri em desaprovação.

"Podemos nos conhecer no café da manhã." Ela deu de ombros.

"Vou fazê-lo." Me sentei na cama, gemendo ao sentir minhas costas estralarem.

Eu achei minha cueca no chão ao lado da cama e então a vesti, Camila e eu não tínhamos intimidade e eu estava com vergonha. Coloquei um dos meus jalecos e o fechei apenas para cobrir meu corpo, prendi o cabelo e fui ao banheiro para escovar dos dentes, sentia o olhar da maluca em mim mas eu não liguei. Quando terminei eu me virei para sair do banheiro e me assustei ao ver Camila sem o lençol em cima do seu corpo, esparramada na cama preguiçosamente. Sua bunda estava empinada e ela tinha os olhos fechados, corri desesperada para fora do quarto, que mulher era aquela? O corpo dela é de outro mundo, aquela bunda...

Eu como uma boa cozinheira acabei fazendo omelete para ela, eu sabia cozinhar mas tinha preguiça, fiz quatro para nós duas e tirei um suco de uva da geladeira, gritei por Camila e me sentei na bancada esperando-a. Eu estava pronta para cortar a minha omelete quando ouvi os passos de Camila, me virei para vê-la, praguejando em seguida ao perceber que ela andava nua na minha sala, vindo na minha direção, sem vergonha alguma. Desviei o olhar na hora, sentindo meu corpo esquentar apenas por olhá-la, maldita!

"Humm, omelete" Ela gemeu em satisfação e sentou-se do meu lado. Levei um pedaço do meu até a boca e suspirei, sentindo meu estômago agradecer, eu estava com uma fome desgraçada. "Beijo de bom dia" Senti os lábios molhados de Camila na minha bochecha, ri em cócegas.

"Beijo de bom dia então." Me virei para retribuir mas ela tomou meus lábios num selinho, arregalei os olhos e me afastei. "Pensei que iríamos nos conhecer Cabello." Repreendi.

"Ok, o que quer saber de mim?" Ela me olhou curiosa.

"Conte-me coisas sobre você, sua vida, essas coisas." Dei de ombros. 

"Meu nome completo é Karla Camila Cabello Estrabao. Eu tenho vinte quatro anos e trabalho numa boate, no bar. Moro com a Dinah, tenho uma irmã chamada Sofi, meus pais se chamam Sinuhe e Alexandro. Minha vida é normal, terminei a faculdade de letras há pouco tempo, sempre quis ser escritora, estou tentando achar oportunidades para lançarem um livro meu, eu não namoro faz muito tempo, nunca fui de namorar muito e nem de pegar muito, gosto de ser reservada e discreta." Ri em desdém pela sua descrição, sério? Ela quase me estrupou ontem! "Ei eu sou sim!" Ela riu. "É que você me despertou uma coisa tão estranha, tenho a necessidade de tê-la por perto, de beijá-la, descobri-la. Sei que não começamos muito bem mas podemos ser amigas." Ela sorriu. "Com benefícios claro." Revirou os olhos. "Como poderia desperdiçar essa dádiva de ter você na minha cama? Ainda mais com um brinde." Sorriu maliciosa.

"Camila!" Ri corando. "Você é uma besta." Dei-lhe um tapa fraco.

"Agora é sua vez." Ela sorriu, pegando mais um pedaço da omelete.

"Hum, meu nome completo é Lauren Michelle Jauregui Morgado. Tenho vinte e cinco anos e sou dentista." Ri. "Moro sozinha desde os quinze, meus pais não tinham uma boa condição de vida e eu queria dar-lhes um futuro que eles não conseguiram sozinhos, então eu sai ralando até conseguir ter uma vida estável e poder ajudá-los como eu posso, mas agora eles já estão melhores de situação. Aliás, seus nomes são Clara e Michael, tenho dois irmãos, Taylor e Chris. Eu tenho um cachorro mas ele está na casa da minha amiga, ela terminou o namoro e queria uma companhia canina." Fiz uma careta ao lembrar da Vero. "Minha vida é só trabalho, eu passo o período do dia na clínica e depois eu venho para casa e relaxo, não gosto de sair e não sei o que é namorar faz anos, eu não ligo se sou encalhada e essas coisas, gosto da minha vida como está." Dei de ombros.

"Nós vamos nos ver além do dentista não é?" Camila me olhou.

"Se você quiser, sim." Sorri.

"Desculpa por ontem, eu estava um pouco fora de mim mas eu não me arrependo de nada."

"Eu também não."

Nós ficamos nos olhando por um tempo até eu perceber que nos encarávamos muito tempo, voltei a comer meu omelete diante dos meus pensamentos, Camila é uma mulher interessante, tirando o lado maníaco por sexo, eu adoraria tê-la na minha vida como amizade, e na minha cama também, por que não? A mulher sabe como enlouquecer qualquer um e também sabe ser uma mulher de verdade na cama, gosto do seu jeito dominador e sexy, poderia classificar ontem como a melhor transa da minha vida, com certeza. Depois que terminamos o café Camila disse que teria que ir embora, eu concordei óbvio, até porque eu queria dormir até de noite, era final de semana e eu estava acabada por ontem.

"Me passa seu número." Ela me entregou o seu celular.

"Pronto." Digitei meu número num contato e lhe entreguei de volta.

"Vem comigo até a porta." Ela sorriu, concordei.

Levei-a até a porta e esperamos seu táxi chegar, quando o mesmo dobrou a esquina Camila me puxou para beijá-la, aproveitei seu segundo beijo que ela me dava, nossas línguas em contato deixava-me alucinada, me fazendo querer mais dos seus beijos, terminei deixando um selinho, afastando-me dela em seguida.

"Até outro dia Jauregui." Ela sorriu.

"Tchau." Acenei quando ela entrou no táxi.

Eu fiquei olhando o carro sair da rua um pouco perdida, eu não sabia o que estava sentindo em relação á Camila, ela me embaralhou e me deixou sem saber o que raciocinar. Fechei a porta e me joguei no sofá, deixando minha cabeça encostar na almofada e então fechei os olhos, deixando as cenas das últimas horas passarem pela minha cabeça, no shopping, no cinema, o beijo, aqui em casa, o sexo, quando acordamos, o café da manhã, nossa conversa, era tão estranho que em vinte e quatro horas uma pessoa deixasse uma marca tão grande, que um relacionamento não me deixou, meu relacionamento com Alexa era tão estranho, nossos beijos eram estranho, ela só transava comigo quando estava bêbada, foram rara as vezes que ela dizia que me amava, eu realmente não sabia porquê namorávamos, bom, quando ela morreu eu sofri, mas não foi uma dor de ter saudade da nossa rotina e sim da pessoa, apesar de tudo ela era minha melhor amiga desde a escola e eu a amava, pena que não era recíproco, talvez ela só estava comigo por ter consideração da nossa história juntas, da amizade. Deixei meus pensamentos ofuscados e me levantei, indo direto para o meu banheiro e me despindo, eu precisava mesmo era de um bom banho e minha cama, dormir a tarde toda e chamar Vero para conversar sobre essa confusão que era Camila Cabello.