Baby Room

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Desculpem a demora, eu estava com um puta bloqueio.

Lauren POV.

"Não! Eu quero amarelo." Camila bufou, cruzando os braços, bebezona.

"Mas eu quero azul." Revirei os olhos.

"Lauren, nós nem sabemos o sexo, como comprar azul? Amarelo é para os dois." Olhei para a vendedora que sorria gentilmente, eu não iria descurtir na frente dela.

"Camila." Peguei pelo seu braço, afastando-nos da vendedora. "Azul não é exatamente uma cor masculina, isso é um tabu sabia?" Cerrei os olhos.

"Mas eu gosto de amarelo, amor." Ela fez bico, respirei fundo, merda, essa bico acabava comigo.

"Vamos fazer assim." Toquei seu ombro. "Nós pintamos todo o quarto de branco e uma parede fazemos listras amarelas e azuis, tudo bem?" Sorri.

"Hum." Ela me olhou, pensando. Por fim sorriu. "Isso é uma ótima ideia!" Pulou em mim, abraçando-me. Suspirei aliviada e agarrei sua cintura num abraço.

"Pronto, agora vamos comprar as tintas." Me afastei para puxá-la de volta a vendedora. Ela não tirava aquele sorriso do rosto, chegava a incomodar.

"Vamos levar as duas, e a cor gelo também." Sorri para ela.

-*-

Eu e Camila éramos um desastre quando se tratava de decisões, nós queríamos coisas totalmente diferentes para o quarto do nosso bebê, roupas diferentes e móveis, ou seja, ficávamos brigando por horas até chegar em um consenso e comprar algo que agradasse as duas. Ficamos cerca de uma semana para comprar tudo para o quarto do nosso bebê, que ficaria obviamente na minha casa já que tinha mais espaço e um quarto vago. Eu estava morrendo de amores essa semana, sair para comprar as coisas dele só me animava mais, eu realmente seria mãe. Eu queria que o quarto ficasse perfeito. Comprar as roupinhas foi uma tarefa completamente difícil para mim, eu pegava naquelas peças minúsculas e imaginava meu bebê nelas, sim, eu chorei na loja, não me culpem. Camila também chorou! Realmente, somos muito bobonas.

Hoje nós terminamos finalmente de comprar tudo que precisávamos, chegaria em alguns dias os móveis, teríamos que pintar o quarto antes que chegasse e Camila não queria chamar um pintor, queria porque queria pintar sozinha comigo. Eu sou péssima com tudo que envolve tinta mas eu não poderia negar, Deus, ela estava cada vez mais manipuladora, e seus hormônios eram assustadores, ela virava um demônio quando alguém contrariava ela, eu estava tentando fazer todas suas vontades.

"Eu vou pintar a parede e você os cantos, já que não posso me abaixar." Camila informou, já rolando o rolo de pintura na parede, fiz careta pela forma desastrada que ela estava fazendo. Isso ficaria horrível.

"Ok." Dei de ombros, pegando o menor e indo para o canto da parede pintar.

Os meses passavam rápidos demais, eu piscava e já estávamos três meses à frente. Camila estava em seus seis meses de gravidez, ela era a coisa mais maravilhosa grávida, sua barriga era redondinha e tão linda, eu as vezes me perco olhando-a pelo dia, seu corpo mudava cada vez mais. Eu gostava, óbvio, não apenas por estar tão linda com aquela barriguinha mas também pelos atributos da gravidez, seus seios estavam cada vez mais maiores, sua bunda também, inacreditavelmente estava maior. E eu não conseguia pensar nela mais linda como agora, ao contrário de mim ela estava odiando seu corpo, falava estar gorda, inchada, feia, enfim, inseguranças infinitas de uma mulher grávida. Mas eu sei que no fundo ela babava naquela barriga crescendo cada vez mais. Eu estava muito ansiosa, queria saber o sexo mas eu e Camila prometemos só descobrir no dia do nascimento, era agonizante saber que Ally tinha o sexo em mãos e eu não podia saber, mas também eu gostava da ideia de ter a surpresa no dia, seria mais emocionante.

Eu pisquei surpresa ao sentir um líquido molhado bater em meu rosto, desviei o olhar da parede e olhei para o lado, Camila ria com o rolo nas mãos, toquei meu rosto e percebi que era tinta branca. Olhei ameaçadoramente para Camila mas não pude deixar de escapar um sorriso, ver Camila rir era tão lindo, seu rosto se contorcia e ficava enrugado, ela mal percebia que quando parava de rir dava um sorriso de tirar o fôlego, com a língua entre os dentes, era a coisa mais linda de se ver. Mas agora eu não podia observá-la, eu entraria na sua brincadeira. Peguei meu rolo e escondi atrás do meu corpo, andando lentamente até Camila, ela ergueu a sobrancelha em desafio e esperou eu chegar até ela. Peguei-a de surpresa e colei nossos lábios, óbvio que eu aproveitaria do momento, beijar minha namorada era sempre maravilhoso. Assim que senti ela ofegante nos afastei, dei-lhe um sorriso sapeca e então molhei seu rosto com o meu rolo, deixando a parte direita coberta de tinta branca.

"Lauren!" Camila engasgou surpresa, afastando-se de mim incrédula. Deu-lhe a língua e voltei para a minha parede. Parei ao sentir algo molhar meu cabelo, Camila...

"Me fala que você não acabou de jogar tinta no meu cabelo cheiroso que eu lavei hoje." Falei ainda de costas, ela riu baixinho e eu me virei, vendo-a com o rolo pingando de tinta.

"Vai fazer o quê?" Cruzou os braços.

"Vou pegar você."

Corri até ela e quando consegui pegá-la peguei-a no meu colo e ela gritou, batendo em meus ombros. Saí do quarto e comecei a andar até o meu, rindo dos protestos de Camila. Quando cheguei no banheiro do meu quarto, desci ela do meu colo e abri o chuveiro, empurrando-a para a água, ela gritou mais uma vez e me puxou também para a água, gemi frustada ao sentir a água gelada me molhar inteira.

"Eu não queria me molhar!" Ela choramingou, tirando a roupa molhada do corpo, sorri com o bônus que ganhei vendo-a retirar a roupa. "Tire esse sorriso idiota, vou te deixar de greve até esse bebê nascer." Ela resmungou, me tirando de baixo do chuveiro.

"O que?" Gritei assustada. Não! Como assim? Três meses de greve? Sério isso? "Camila são três meses! Nem você aguenta isso." Grunhi.

"Claro que aguento, você não deveria ter feito isso, querida." Ela sorriu cínica.

"Era brincadeira." Cruzei os braços, eu odiava quando Camila fazia isso.

Quando nós saímos do banho eu ainda estava emburrada, ela não estava falando sério não é? Claro que ela não aguentaria! Eu coloquei uma boxer preta e uma camiseta normal, ultimamente eu estava colocando o mínimo que conseguia de roupas, estávamos no começo de verão e Miami era literalmente um inferno. Eu e Camila voltamos para o quarto para terminar mas eu me assustei ao voltarmos, aquilo estava horrível! A parede que Camila pintava estava toda estranha, havia vários buracos encobertos de tinta, estava toda torta a direção, e bem, aquilo era feio demais, nem com mil camadas iria ajudar. Olhei para Camila e ela gemeu frustada.

"Vamos chamar a porcaria do pintor." Ela bufou, cruzando os braços.

"Com certeza." Fiz careta.

My Dentist (Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora