CAPITULO 24 - O HOMEM DA INIQUIDADE

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Minhas mãos estavam sujas de sangue, tremendo deixei minhas lágrimas ainda cair em seu coração partido, seus olhos pararam de piscar, passei meus dedos em cima fechando-os. Respirei fundo pressionando os olhos e limpei o rosto, me ergui limpando a garganta e tomando coragem para me levantar.

—Você a matou! —Sara gritou.

—Não, você a matou e agora vou arrancar sua cabeça. —Ameacei.

—Não pode me vencer! Sabe muito bem disto! Você nem se quer tem um Deus.

—Você é tão fraca que tem medo de alguém como eu que não tem nada, nem mesmo fé. É patético! —Indaguei, ela correu em minha direção com sua espada, assim como mamãe lutei sem uma, usando apenas a força dos braços e a dor do coração. Sara deixou sua espada cair, surpresa levei dois socos no rosto, fiquei tonta e me afastei ligeiramente, ela agachou-se para pegar sua espada novamente mas corri gritando para impedir me atirando em seu corpo, caímos juntas ao chão e ela tentou fugir, persistentemente continuei em cima das suas costas enquanto ela rastejava igual a uma cobra, subi um pouco mais e ela se virou tentando me socar, segurei suas mãos e devolvi os socos, descontei toda a minha raiva fazendo ela sangrar, seu rosto ficou ferido e ensanguentado, continuei espancando ela até me cansar. Levantei um pouco tonta e peguei sua espada, Sara se arrastou lutando para se erguer, aproveitei e lhe dei vários chutes no estômago assim como Ruan fez comigo há algumas noites atrás, no fim usei sua própria espada dando uma apunhalada em suas costas, agora eu podia arrancar a sua cabeça.

—Você não se curvou a mim, mas já está no inferno! —Ela sorriu friamente com o rosto ensanguentado.

—Eu ainda não te matei, ainda posso escolher!

—Já matou sim! Já fez sua escolha!

—Victória! Não! —Nick pediu.

—Eu quero os pergaminhos! Diga onde está! —Perguntei a rainha.

—Somos exatamente iguais! Por que eu diria? Não tenho nada a perder! —Fiquei paralisada tentando encontrar uma forma de argumentar. Puxei a espada de volta retirando de suas costas, ela soltou um grito baixo envergonhada.

—Onde está? —Perguntei gritando.

—Vamos! Diga! —Brenda aproximou-se segurando firme o braço de Jade. A rainha gargalhou desinteressada de salvar sua filha.

—Você não pode me matar, precisa de mim para criar a cura.

—Eu não quero curar o mundo! Quero destruir ele! —Respondi olhando fixo em seus olhos.

—Victória! Por favor não! Não a mate! —Nick insistiu.

—Enquanto estas pessoas estiverem vivas serão obrigadas a segui-la. —Expliquei.

—Isto mesmo, terão que se curvar.

—Deixaremos todos morrer para salvar suas almas! —Continuei.

—O que? —Nick questionou minhas escolhas doentias.

—Quando todos morrer não haverá pestes, não haverá guerras, não haverá fome somente a morte. —Completei.

Ergui a mão para então derrotar Sara, mas uma bomba explodiu. O solo começou a tremer e a rachar. O estrondo ensurdecedor dos pedaços de terra caindo era assustador, e eu me senti como se estivesse presa em um terremoto. O ar estava cheio de poeira e o cheiro de terra fresca invadia minhas narinas enquanto corria para tentar encontrar um lugar seguro. Mas não havia nenhum lugar para se esconder, o chão continuava a se abrir diante de mim, revelando o abismo abaixo. O medo tomou conta de mim e eu me senti impotente. A rainha aproveitou para se erguer e se defender. Uma figura estranha apareceu no meio dos escombros, era Kiara, ela tinha asas negras.

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