01 - Amanda Collins

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Dezesseis anos depois - Início do Torneio Mundial Entre Nações.

Ela estava em um trono prateado feito especialmente para aquela ocasião. Na gigantesca arena, usada uma ou dois vezes para eventos do reino. Ao lado esquerdo do trono se encontrava Clarice Collins, mãe de Amanda, o irmão mais velho, Tomás, comandante do Exército Vermelho e a pequena princesa Agatha, uma menina de doze anos, nascido do segundo casamento de Clarice Collins com o falecido Edmundo Collins, um primo de terceiro grau. Edmundo já era um homem velho, muito velho quando Agatha nasceu.

Nas arquibancadas vários lordes da Nação do Fogo e alguns de nações vizinhas. Olhando com mais atenção, Amanda viu o odioso Carlos Avelar, comandante do Exército Azul. Ela o odiava tanto. 

Também era possível ver o estandarte do grifo da Casa Argo; o leão dourado dos Forchins; o touro negro dos Sivan; o dragão orgulhoso da antiga e poderosa família Lencaster; e a lua minguante da soberbo família Avelar, entre muitos outros grandes senhores do fogo.

No centro da arena em filas se encontrava os participantes do Torneio Mundial entre Nações.

A misteriosa Nação do Gelo, no extremo norte do continente, havia enviado apenas cinco jovens - três rapazes e duas moças - alguns diziam que aqueles seriam os futuros reis e rainhas de Palas (capital da Nação do Gelo). A Nação da Floresta dos reis selvagens e das terras alagadas, mandaram vinte homens músculos como touro, e três crianças que no máximo tinham doze anos. A Nação do Vento enviara apenas três pessoas, entre elas estava a princesa Lya Lewis, filha de Brandon Lewis, rei do deserto de Abel. A Nação da Grama mandaram somente camponeses de pele cinzenta, dez deles. A ilha Button, da Nação do Trovão, havam enviado oito rapazes esfarrapados com espadas curvas na cintura. Dantes, capital da Nação da Água enviara também o herdeiro do trono, Thos Manchester e outro filgado chamado Rick II, da grande Casa Morais. As ilhas Nimaria da Nação da Chuva e a ilha Fontoches da Nação da Pedra mandaram dez jovens, cada. Já a própria Nação do Fogo disponibilizou oito jovens super dotados para as disputas.

No reservado real os membros do conselho se acomodaram em suas cadeira de ébano, próximo da rainha. Entre eles estava Pai Sion, um velho senhor de oitenta anos, comandante da divisão militar de investigação denominado Wut (fúria), também conhecida como Exército Branco. Pai Sion servia a rainha como informante. Bryon Collins, contador do reino e tio da rainha. Artur Renn, o Magistrado do reino e o príncipe Ernesto Kalk da Nação do Aço. O príncipe se sentara ai, ao lado de Amanda, já que estava prometido a ela.

- É muito bom saber que ainda temos amigos do outro lado do oceano - disse o príncipe, olhando para o rosto de Amanda. A última vez ele a viu fora a dez anos atrás, uma criança tímida e feia, agora um mulher bonita e que governava o país mais poderoso do mundo. - Como está minha rainha de beleza ?

- Bem! - resmungou Amanda, rudemente. - Muito bem por sinal. - Fez-se um silêncio constrangedor, principalmente para Ernesto. - Quinze anos se passaram, nós, os Collins demos abrigo para você e sua irmã. Ajudemos vocês a reconquistar suas terras e a coroa de sua pai e sua irmã nem ao menos nos mandou um carta de agradecimento. Você é um estrangeiro, Ernesto. Não me ama, não pode me amar. Você não consegue, nunca conseguiu. ― Era verdade. ― Um estrangeiro ambicioso nunca governará meu povo, não como os Collins governam. Esse povo não se curva para qualquer um. - Então se virou e olhou nos olhos do rapaz. - Eles são quentes como brasa e para governá-los você teria que ter as chamas, mas os Kalk não as tem, pois não são Collins.

O rapaz deu um aceno com a cabeça e se pôs a olhar para a arena, meio assustado.

- Amanda... - ele chamou ela ainda olhando para a frente.

- O que você quer, Ernesto.
- Você é a mulher mais bonita que já vi - ele disse sem nunca tirar os olhos da arena.

Amanda o olhou meio assustada. A boca em formato de um 'o'. Há dez anos atrás ela esteve loucamente apaixonada por aquele rapaz, mas nunca teve coragem de lhe dizer, talvez nunca havia dito por que não havia necessidade, ele sabia, no fundo. Amanda sofreu nessa época sem ter coragem para verbalizar os sentimentos que estranhamente pareciam voltar a tona depois de tantos anos. Achei que tivesse me curado disso, pensou ela. Ele estava ali, ao seu lado e lhe dizendo que ela era bonita... ah como ela queria que isso tivesse sido a dez anos atrás.

Ela tentou não corar, em todo caso, nada sentia por aquele estrangeiro ambicioso. Seu coração é que se arrumasse com essa dor toda.


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Olá pessoal  ;)
Eu sei que o começo e sempre chato,  mas eu juro que vai melhor assim que a estória for desenrolando.

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O Legado dos Collins - Escudo de PapelOnde histórias criam vida. Descubra agora