06 - Agatha Collins

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Ela sempre quis ir a Vinalia — ir só —, mas sua mãe e seus irmãos nunca permitiam. Porém, agora era diferente, ela estava determinada. Foi até os guardas que protegiam sua porta.

— Leve-me até minha irmã — ela ordenou.

— Mas... milady, sua irmã está em reunião a portas fechadas.

— Não sou sua lady, sou sua princesa. Agora me leve até minha irmã. Eu a esperarei na entrada da sala do Conselho.

Os guardas meio assusto a seguiram pelas corredores do castelo. Agatha já vinha pensando naquela alternativa de fuga já fazia um tempo, só não tinha ousadia suficiente para fazê-la. No entanto, já havia estudado as possíveis rotas de fuga e concluiu que a escada em caracol era o lugar mais apropriado para tal. Os guardas sempre descia a escada lentamente, meio desajeitados pelas pesadas armaduras.

— Senhora, deve nos esperar — disse um dos guardas, quando já estavam na escada. — Senhorita Agatha...

Mas a menina desceu a escada tão rápida, que quando os guarda chegaram ao fim dos degraus a menina havia sumido.

— Amanda vai nos matar. — Voltou a dizer o guarda. — Não diga isso a ninguém, está me ouvindo ? — ele gritou com o companheiro. — Vamos achar a princesa. Agora vá e me traga o Cedrick, ele conhece muitas pessoas para nos ajudar a procurar a princesa.

O outra guarda foi. O primeiro guarda ficou ali parado olhando de um lado para o outro para ver se conseguia ver Agatha, mas nada viu, então voltou a subir as escadas.

Agatha esperou um momento, como nada aconteceu ela saio de trás das escada, ajeitou o capuz e saio correndo para a primeira saída do castelo que daria na cidade.


Com o festim da Vinalia, Amanda havia ordenado que a segurança nas entradas e saídas do castelo fosse reforçadas, o que atrapalhou e muito os planos de Agatha.

— Vou ter que ir pelas masmorras — praguejou.

Foi correndo até as escadas que levavam para baixo, mas estava sendo vigiadas por dois guardas gordos. Ela parou e se escondeu atrás de uma coluna de sustentação.

Não seja burra, pensou. Sou a princesa e se ordenar para que eles abram caminho, eles o faram.

Então se revestiu de toda coragem que tinha e foi em direção aos homens.

— Princesa Agatha ? — disse um dos guardas meio assustado em ver a menina ali. — O que faz aqui ? Sua mãe e seu irmão sabem que está aqui ?

— Sabem sim — mentiu. — saia da frente, eu preciso ir lá em baixo.

Não seja burra.

E avançou para passar entre os homens, mas eles a pegaram pelo braço.

— Minha pequena senhora, não posso permitir que vá a uma lugar como aquele. Onde estar sua guarda pessoal ? — olhou nos olhos de Agatha esperando ver um bilho de verdade, mas percebera que a menina estava mentindo. — Me perdoe, minha pequena senhora, mas terei que lhe devolver para sua irmã.

— Me solte seu... — sabia alguns palavrão, mas não falaria, princesas não usavam essas vulgaridades. — Por favor, eu preciso ir lá.

Mas o homem não a soltou.  O pequeno pescoço de Agatha começou a ficar vermelho de raiva, então sentiu algo correr por sua espinha, quente. O homem gritou e começou a pular assombrando a mão. Agatha o olhou e viu que sua luva estava destruída e sua mão com a carne queimada. Ela havia feito aquilo.

— Oh... me desculpe — disse ela pondo a mão na boca, aterrorizada com o que fez. — Eu nunca quis... — Mas as palavras não sairam e ela correu rumo a escadas das masmorras tão assustada que nem se quer pensou em voltar.

Você foi burra, você foi burra.

O Legado dos Collins - Escudo de PapelOnde histórias criam vida. Descubra agora