A pesquisa é necessária, indispensável e essencial a partir do momento em que surge a ideia para qualquer história.
Não importa se a fanfic é sobre algo simples, com tema simples e personagens simples. Tem que pesquisar. Muitos autores ignoram a importância de uma boa pesquisa e escrevem fanfics loucas, com as mais malucas situações e personagens que são completamente fora de qualquer coerência, realidade e... enfim, nada faz sentido.
E não se trata apenas de fazer com que os personagens sejam iguais ao da história original (ou da vida real no caso de fanfics de celebridades), até porque o AU (universo alternativo) e o OOC (personagens fora do original) estão aí para isso, desde que sinalizados antes. Trata-se de seguir uma lógica no mínimo aceitável para que os leitores não entortem o nariz ou caiam na gargalhada durante a leitura.
Vamos aos exemplos? Vamos!
Em transtornos psiquiátricos: O personagem é autista, mas miraculosamente se cura graças ao amor. Se o autor tivesse pesquisado sobre o tema saberia que o autismo não tem cura porque não é uma doença. Por essa você não esperava, não é mesmo? Pois bem, é um transtorno e como tal pode ser tratado, controlado, mas nunca curado. Dizer que um autista se cura ou que ele se torna menos autista por qualquer motivo que não seja e terapia intensiva com prognóstico em tempo, é o mesmo que dizer que uma pessoa de baixa estatura ficou alta graças a um abraço em grupo.
Este exemplo é válido para todo tipo de transtorno psiquiátrico e traumas emocionais (incluindo depressão, bulimia, anorexia, bipolaridade e etc). Futuramente nos aprofundaremos melhor no tema assuntos delicados e polêmicos. Vocês não perdem por esperar.
Em caso de doenças fatais ou câncer: O personagem descobre que tem câncer terminal no primeiro capítulo e no segundo ele está curado com uma batucada da Bahia e duas bimbadas do par romântico. Talvez não no segundo, mas de qualquer forma a cura dele é surreal, absurda, ofensiva e sempre girando em torno do amor, normalmente com altas doses de cenas de sexo.
O amor é lindo, sexo é vida (disse o comercial de impotência), mas não tem poderes curativos. Mais uma vez: não tem poderes curativos.
Sabe o John Green? Já falamos dele em outros capítulos. Pois bem, para escrever "A Culpa é das Estrelas" ele levou um ano só com pesquisas, conhecendo intimamente a vivência de pessoas com câncer e então foi escrever. Ele não acordou um belo dia e disse "Tá aí, vou fazer um livro sobre dois adolescentes cancerosos, já que câncer é o assunto do momento, fazer umas pessoas chorarem e ganhar uns milhões de dólares". É preciso responsabilidade quando for abordar uma doença. Pessoas podem ser ofendidas.
Em caso de cenas de sexo: o personagem vai fazer um sexo oral no outro e a descrição é assim "Fulano chupou com força e voracidade a/o ****". A cena de sexo anal e a penetração acontece sem nenhum cuidado, lubrificação, preparação, nadica de nada. A personagem é virgem, inocente, insegura, mas se torna profissional altamente habilidosa assim que vai para cama com Justin Bieber, faz todas as posições, tem um orgasmo tântrico e o garoto está pronto para outra no segundo seguinte. O casal hetero dá uns amassos, sem penetração nem ejaculação, depois de nove meses a menina está parindo gêmeos
Mais alguém entortou o nariz para esses exemplos ou estou sozinha nessa?
É claro que cada menina e cada menino é de um jeito e em termos de sexo tudo é relativo, não estamos aqui para definir em caixinhas como todos são. Porém, você não precisa ter praticado uma relação sexual para entender que boca + força + genital é a pior combinação do mundo. E não é nem uma questão de preferência, porque a região é sensível e ponto final. Se tivesse pesquisado saberia que não existe nada mais corta clima do que receber um chupão ou uma mordida desnecessariamente forte lá (não confundir força com intensidade, grata).
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Os Pecados Ao Escrever Uma Fanfic
RandomGuia para leitores dizerem aos autores "Fanfic: você está fazendo isso errado" e os autores, novos e antigos, aprenderem a fazer certo.