E aí, pessoas! Como vão? Bem, eu espero.
Fiquem agora com dicas valiosas, pessoais e extraídas da internet, de como criar uma boa personagem fictícia.
Guardem no coração:
1. Evite a Mary Sue
Se você estava dormindo no capítulo onde falamos sobre ela, Mary Sue é a personagem certinha, perfeita, idealizada, açucarada e sem nenhum defeito (ou com defeitos maquiados de "características que fazem dela ainda mais amável"). Sabemos o quanto você queria ser perfeito e também temos plena ciência de que alguns de seus leitores adorariam ser perfeitos. Mas se você quiser que sua história seja interessante, deixe a Mary Sue para as protagonistas da Malhação e da novela das nove, onde pelo menos temos boys e girls magia tirando a roupa para compensar a chatice, ok?
2. Separe-se do seu personagem
"Coloco muito de mim no meu personagem, ele como meu filho". Dois erros em uma frase. O que mais se vê por aí são filhos completamente diferente de seus pais em personalidade e ideologia, logo seu personagem ser seu filho não quer dizer que ele é uma cópia ou extensão sua, da mesma maneira que você não é extensão dos seus pais. O segundo erro é que a menos que você esteja escrevendo uma auto biografia, não se atreva a fazer personagem baseados em si mesmo. Além de ser narcisista, há o risco de escorregar na Mary Sue, afinal nem sempre somos honestos conosco e temos a tendência de nos atribuir qualidades que não temos ou piorar defeitos de acordo com nossa conveniência, quer seja para a Mary Sue perfeitinha da Malhação ou para a Mary Sue sofrida da Maria do Bairro. Pode colocar elementos seus, mas não você inteiro. Pode dar errado, além do risco de todos os seus personagens serem iguais.
3. Dê mais atenção as pessoas que te cercam
Todo escritor é um grande observador e também um fofoqueiro de marca maior. Podemos não colocar muito de nós em nossas personagens, mas isso não quer dizer que não colocamos muito de nossos amigos, parentes, conhecidos e colegas. Quem nunca, não é mesmo? Se Manoel Carlos teve a cara de pau de assumir publicamente que passava horas sentado na orla do Leblon só ouvindo a conversa alheia, quem pode nos julgar? Muitos autores andam por aí pegando transporte público, participando de festas e reuniões chatas de família/trabalho/igreja, jogando xadrez na pracinha, passeando com o cachorro e enquanto as pessoas abrem o livro achando que ninguém está ouvindo, tem um escritor com cara de paisagem registrando tudo mentalmente. Claro que essas pessoas podem ser apenas a base do personagem e os floreios quem faz é você, mas a verdade é que o mundo está cheio de pessoas fascinantes que viveram aventuras fantásticas que merecem ser registradas, muitas delas nem precisam abrir a boca, pois apenas a existência ou a figura delas, inspira. Talvez a sua melhor personagem já exista, você só não a encontrou ainda.
4. Crie um bom equilíbrio entre o vilão e o herói
Sem essa de fazer heróis chatinhos e vilões legais. Já vimos isso em Thor, onde o Loki com seu carisma absurdamente superior ao resto colocava todos os personagens no bolso e saía rebolando até o chão ao som da Ludmila de Asgard (deve existir uma), e não foi nada legal. Os filmes em si eram fracos e duvido que alguém esteja interessado em assistir qualquer continuação do Thor sem o Loki - exceto aquelas que querem ver o irmão do Gale (nunca sei quem é quem) sendo aquela magia toda. Não existe essa história de que todo herói é chato e todo vilão é legal. Voltamos a Mary Sue. O que faz os heróis serem "chatos" e os vilões legais é que as pessoas acabam se identificando com o lado negro da força, pois ele acaba sendo muito mais humano enquanto o lado jedi é "perfeito demais", "justo demais", "correto demais", enfim, chato demais. Não estamos pedindo para que você faça algo Disney, onde não existe pluralidade na vilania (vilões são apenas maus, sem nenhum vestígio de bondade ou explicação para sua maldade além da inveja contra o herói) nem no heroísmo (ele é apenas bom, leal e justo, sem nenhum momento onde ele questiona seus valores). Crianças precisam desses papeis bem marcados, gente grande não. Pedimos apenas que você humanize seus personagens e não puxe sardinha para o lado errado. Claro que um vilão pode ser interessante sem que isso afete o carisma do herói. Batman e Coringa, Demolidor e Wilson Fisk estão de prova, é possível. Mas se o final é para mostrar o triunfo do bem sobre o mal, Thor e The Vampire Diaries estão aí para provar que fazer uma história onde o vilão é mais carismático que o mocinho, é a receita do fracasso absoluto.
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Os Pecados Ao Escrever Uma Fanfic
RandomGuia para leitores dizerem aos autores "Fanfic: você está fazendo isso errado" e os autores, novos e antigos, aprenderem a fazer certo.