14 - Construção da trama

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Clichês e estereótipos

Clichê
1. gráf placa de metal, ger. zinco, gravada fotomecanicamente em relevo, obtida por meio de estereotipia, galvanotipia ou fotogravura, destinada à impressão de imagens e textos em prensa tipográfica.
2. p.ext. gráf o texto ou a imagem impressos por esse processo.
3. estl frase freq. rebuscada que se banaliza por ser muito repetida; lugar-comum, chavão.

Estereotipia
1. gráf processo de reprodução, em chapa ou clichê único e inteiriço, de uma fôrma de composição tipográfica obtida por metal líquido moldado.
2. p.met. gráf chapa ou clichê obtidos por esse processo; estéreo, estereótipo.
3. gráf espaço em uma oficina onde esse tipo de impressão é realizado.
4. psicop comportamento verbal ou motor repetitivo, produzido de forma quase automática, sem relação com a situação, e de aparência absurda.

Não sei vocês, mas achei muito curioso que o clichê e o estereótipo tenham vindo da mesma origem (a gráfica) e que suas primeiras definições sejam tão literais ao que usamos hoje em dia. Falo essas duas palavras há anos e nunca parei para pensar que elas vinham da mesma origem.

Será que as pessoas que trabalham em gráfica se comunicam assim: "Ô, Zé! Pega esse clichê e faz o estereotipo que o cliente tá pedindo!" "Caramba, Tonho, de novo esse clichê?". Deve ser legal!

Dos problemáticos o médico e o paciente, o professor e o aluno, a virgem e o estuprador maníaco, a inocente e o psicopata, aos mais melosos previsíveis como a feia e o bonitão que aposta com os amigos, obras com o título "o idiota do meu [insira aqui um grau de parentesco ou amigo ou vizinho]", a depressiva e o valentão, o ciumento e a boazinha. Claro que não podemos esquecer dos estereótipos sociais: bailarina e o skatista (obrigada, Avril Lavigne), o punk e o nerd (cláááássico), CEO de uma mega corporação e a virgem que tropeça no vento, a cheerleader e o nerd (e vice versa, o capitão do time e a nerd), o rebelde e a certinha, o inocente e a "vadia", o ateu e a super religiosa (evoluindo para padres/freiras com prostitutas/os).

Aliás, tramas colegiais são as mestras nos clichês. Além dos já citados ainda temos aqueles um tanto quanto questionáveis, tipo alunos tem uma vida sexual extremamente ativa e gays e transexuais/travestis/crossdressers que são muito bem aceitos no colégio e inclusive estão no topo dos mais desejados (e também tem uma vida sexual superativa).

Existe algo de errado no clichê?

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Gabarito: Teoricamente não. Inclusive muita gente gosta e tem o seu clichezinho de estimação. Afinal que outra explicação haveria para comédias românticas serem sucesso absoluto, bem como novelas, séries da Disney (ops) e toda sorte de obras mergulhadas em todos os clichês possíveis e imagináveis?

Sejamos honestos, pessoal, a vida é um grandioso clichê. E não existe nada debaixo do céu que já não tenha sido criado ou exaustivamente abordado.

Por mais únicas que as pessoas sejam, é impossível criar uma trama que não tenha pelo menos um pouquinho do que já vimos. Até porque se fosse assim não haveria identificação alguma.

A verdade é que o problema de uma trama não está no clichê, mas na falta de criatividade que torne a história única, apaixonante, envolvente.

Ou pior: a trama é interessante, mas já existem outras milhares iguais, falando da mesma coisa, com os mesmos personagens e as mesmas características. Às vezes até com a mesma ambientação.

O famoso mais do mesmo.

No século passado, por exemplo, vampiros e zumbis dominavam o cenário do gênero terror e gótico. Eram filmes, livros, quadrinhos e contos onde esses personagens eram os protagonistas ou antagonistas soberanos. Arrastavam públicos de diversas idades, sobretudo os adultos e jovens adultos. No atual século, porém, esses personagens foram morrendo pouco a pouco, perderam sua soberania como reis dos gêneros que ocupavam e tanto para a indústria cinematográfica quanto para a literária investir em uma obra com zumbis ou vampiros pode significar um grandioso tiro no pé.

Os Pecados Ao Escrever Uma FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora