Capítulo 07 -AVC

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(RYAN)

Os dias iam se passando e a cada dia eu ficava mais próximo de Ema. Fizemos umas 4 cenas até agora e inúmeras transas reais fora das câmeras.

Agora ela esta deitada em meu colo no seu camarim.

- O que você vai fazer nesses dias que teremos de folga?- perguntei

- Teremos folga?- perguntou confusa

-Terça é feriado- falei - E já é sexta, estamos liberados por quatro dias- ela sorriu safada e me deu um selinho

- Eu estou livre e você?

- Estou pensando em ir para a praia, quer ir comigo? - perguntei

-Eu quero. Estou precisando tomar um sol na bunda- disse sorrindo

- Eu acho que ela está ótima- falei apertando seus glúteos

Quando iamos nos beijar seu celular tocou.

(EMA)

-Alô- falei enquanto Ryan mordia meu pescoço
- Ema-meus olhos lagrimejaram e senti meu coração acelerar
-Vitor?- perguntei fazendo Ryan parar o que fazia
-Meu pai está...
-...Nosso pai- o corrigi
-Ele não é mais seu pai e ele mesmo declarou isso! - Senti meu coração doer
-Vitor...-falei segurando o choro
- Como eu ia dizendo, meu pai está doente e insiste em querer te ver.
-O que o papai tem?- perguntei desesperada
-Ele teve um AVC que paralisou o lado esquerdo do seu corpo- Não aguentei mais e chorei alto
- Como ele está? - perguntei enquanto Ryan me olhava confuso
- O que você acha? - perguntou de volta
-Eu vou para aí o mais rápido que conseguir!
-Tudo bem, Tchau- disse grosso
-Tchau...Eu te amo!-falei e ele desligou na minha cara.

- O que houve? - perguntou Ryan

- Meu pai teve um AVC, e quer me ver- falei chorando e ele me abraçou

-Vai dar tudo certo, você vai ver- disse e soluçei- Quem sabe ele não te perdoa?

Assenti não acreditando que isso aconteceria, meu pai odeia meu trabalho.

-Eu vou viajar amanhã bem cedo- falei- Desculpe por não ir com você a praia!

-Eu posso ir com você? - perguntou e o olhei

- Eu acho melhor não. Meus pais me odeiam e não quero que você seja alvo desse ódio também!

- Eu não ligo- disse acariciando meu rosto- Somos amigos e não quero que você sofra sozinha.

- Você não existe, sabia? - falei dando um beijo em seu rosto-Acho que o anjo aqui é você!!

- Isso quer dizer que posso ir?- perguntou e suspirei assentindo -Você é do interior?

- Sim. Meus pais são fazendeiros, eu cresci no interior, com vários animais e plantas...- Suspirei- Era bem gostoso!

- Você tem mais irmãos e irmãs além de Vitor? - perguntou acariciando meus cabelos

- Além de Vitor, tenho uma irmã de 8 anos. Ela tinha só 4 quando a vi pela última vez- falei triste.

- Sinto muito- disse me dando um selinho

(...)

Me olhei no espelho e vi uma imagem estranha. Eu estava confusa e meu semblante demonstrava isso.

Eu estava com uma blusa florida de alças finas, uma jaqueta de couro preta, uma calça jeans e um all star.

Ouvi a campainha tocar e corri para atender.

- Oi- disse Ryan

- Oi- falei e ele sorriu de leve

- Está pronta?- perguntou e assenti

(...)

Entrei no avião e recebi alguns olhares de reprovação de várias mulheres.

-Elas me olham como se não soubessem que seus maridos batem punheta me vendo fazer um treesome- falei para Ryan enquanto nos sentávamos nas nossas poltronas

-Você é bissexual? - perguntou colocando o cinto

-Não, pelo menos não me considero. Já transei com mulheres em cena, mas nunca senti prazer! - me aproximei do seu ouvido- eu gosto de pica- ele gargalhou e algumas pessoas nos olharam

- Me lembre depois de procurar na Internet um vídeo lésbico seu!-mordeu os lábios e revirei os olhos

- Porque homens tem tanta fantasia em ver duas mulheres se lambendo? - perguntei

- Sei lá, mas é bom...Principalmente se alguma for gostosa igual a você- disse e sorri.

- Vou ficar convencida desse jeito! - falei e ele me deu um selinho

Uma aeromoça passou e nos olhou com os olhos arregalados.

- Posso ajudar vocês em algo?- perguntou

- Eu quero uma água. E você Em?- perguntou Ryan

- Não quero nada, obrigada- falei e ela saiu de perto de nós- Eu estou com sono!

- Dorme um pouco, vem cá- disse me fazendo deitar em seu peito

Me aconcheguei sentindo seu cheiro e dormi sentindo ele fazer um cafuné em minha orelha.

(...)

Senti minhas mãos suando e minhas pernas tremendo de ansiedade e até...Medo.

Eu estava em um táxi a caminho da fazenda dos meus pais.

- Calma anjo- Ryan disse segurando minha mão

-Eu não consigo- falei respirando fundo.

- Chegamos - o taxista falou e o paguei.

Saímos do táxi e encarei o enorme portão de madeira com uma placa em cima: Fazenda do amor.

Toquei a campainha e em segundos ouvi a voz de Maria, a caseira.

- Oi- Disse e respirei fundo
-Maria, sou eu...Ema- falei e ouvi um grito
-Minha menina, ai meu Deus! - ela parecia feliz
-Abre para mim, Maria- pedi e em segundos o portão foi aberto por ela.

-Que saudades- disse ela me abraçando forte

- Eu também estava Maria- falei segurando a emoção

-Você está linda-disse me olhando de cima a baixo

- Obrigada- falei e ela olhou para Ryan- Esse é o Ryan Thompson, meu amigo.

Eles se cumprimentaram e entramos na fazenda. Aquele lugar me fazia ter inúmeras memórias, boas e ruins.

Olhei para o pomar e tive a impressão de me ver criança escalando o pé de tangerina com Vitor. Quando avistei o parque suspirei, foi ali que fiquei sabendo que mamãe estava grávida de Luci.

Andamos mais um pouco e quando avistei a casa, meu coração disparou. Eu estava muito nervosa.

Meus pais estavam na área. Meu pai em uma cadeira de rodas e mamãe o ajudando a comer.

Quando ele me viu, fechou a cara e seus olhos lagrimejaram. Ele estava muito diferente e de certa forma até acabado.

Ele sempre foi um homem agitado e forte para sua idade, ele plantava, colhia, limpava a piscina, cortava a grama e até malhava. O ver magro, pálido, em uma cadeira de rodas acabou comigo.

Será que esse AVC, foi culpa minha?

-Oi pai- falei baixo e ficamos nos encarando

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