Doce Candy

Capítulo 10

Acordo de um sono muito bom. Logo, vejo que eu não estou no meu quarto. Demoro um pouco pra me lembrar que eu dormi no quarto do nerd essa noite.
Olho para frente e vejo o próprio sentado em uma cadeira, ele está colocando os sapatos. Quando ele termina, olha em minha direção.
—Olha quem madrugou hoje...
Madruguei? Que horas são?
—São.... — Ele olha no relógio e depois volta os olhos para mim. — Seis e meia da manhã.
—Eu não acredito... Acordei muito cedo. — Eu digo me espreguiçando e ficando sentada na cama.
—Dormiu bem?
—Sim. — De repente, me passa uma ideia na minha cabeça. Não me aguento de curiosidade e pergunto ao nerd. — Oliver, posso te fazer uma pergunta?
— É claro. — Ele diz. Agora está mexendo em alguma coisa nas prateleiras que ficam perto da porta do closet.
—Com que frequência isso acontece?
— Isso o que? — Ele me pergunta arqueando as sobrancelhas.
—Uma garota na sua cama?
— Se essa pergunta faz parte do seu plano pra me irritar, você ainda não conseguiu.
—Bom... Se você quiser, posso considerar essa pergunta como parte do plano. — Ele me olha e finalmente levanta da cadeira. — Então, você não vai me responder?
— Não estou com vontade. — Ele fica de costas, mas não fico com raiva dele.
— Saiba que eu vou descobrir sozinha então.
— Fique a vontade. Ah, e não esqueça que hoje eu venho te buscar para irmos almoçar com a minha irmã. Esteja pronta ao meio-dia.
— Tudo bem. E quando você vai resolver aquele assunto da autoescola? Já estou ficando entediada aqui.
— Vou resolver isso hoje mesmo.
— Ótimo!
—Tenho que ir, já está em cima da hora. E café já está na mesa. Tchau.
Ele sai e eu nem dou tchau. Me deito na cama novamente. Até parece que eu vou levantar cedo.

*************

Acordo pela segunda vez no dia. Pego o meu celular e vejo que já são dez horas.
Levanto, pego meu cobertor e travesseiro. Vou deixar a cama desarrumada. Ele que arrume quando chegar.
Vou para o meu quarto, abro o closet e jogo tudo lá dentro.
Sinto que o cheiro de tinta não está mais tão forte.
Vou para cozinha e o Bob me segue. Boto um pouco de água na tigela dele e ele a toma. Enquanto isso, eu tomo o meu café.
Termino e lavo a louça, não quero que aquele chato me dê outra lição de como lavar louças.
Pego a chave da porta e abro. Vou em direção ao apartamento da Angel. Quero chama - lá para ir comigo no ensaio da tal banda do Daniel. E também tentar descobrir alguma coisa sobre as pessoas que visitam o nerd.
Bato na porta várias vezes porém, ninguém me ouve. Toco a campainha e nada.
Resolvo então voltar para o apartamento.
Pego meu celular e mando uma mensagem para Sam.

"Bom dia loira!!!!!
Estou com muitas saudades. Quando vc vai aparecer por aqui???
Bjs. "
Espero alguns minutos para ver ser a Sam responde. Mas isso não acontece.
Provavelmente ela está ocupada. Ela nunca me deixa esperando.
Estou fazendo carinho no Bob, quando eu tenho uma ideia.
Me levanto em um pulo e vou pro escritório do nerd.
Procuro algumas coisas na mesa, mas só tem papel, faço uma bagunça enorme. Olho nas gavetas e não encontro nada.
Quero alguma pista se esse nerd teve algum relacionamento. E quem foi essa doida.
Vou pro quarto dele e procuro primeiro no closet. Só encontro roupas e sapatos.
Olho nas prateleiras perto do closet só encontro mais papel.
Noto que o notebook dele está em cima de uma mesinha. Ligo o mesmo. Quando eu acho que vou ter algum resultado, vejo que a porcaria do computador tem senha.
Me dá uma raiva tão grande que quase o jogo na parede. Mas me contenho.
Vou andando em frente à mesinha que tem ao lado da cama. Abro a gaveta da mesma.
Encontro um caderno, que só tem anotações desnecessárias.
Por fim, desisto. Resolvo ir tomar meu banho para o tal almoço.
Fico um bom tempo em baixo do chuveiro. Em seguida, penteio o meu cabelo. A cada dia que passa é um desafio pentear esse cabelo.
Consigo deixar uns cachos no cabelo. Isso faz a juba ficar baixa durante um tempo.
Coloco minha calça jeans preta predileta, um blusão da minha banda favorita: Metallica e também coloco os meus sneakrs pretos com listras brancas.
Já são onze e meia quando termino de me arrumar.
Me jogo no sofá e fico fazendo carinho no Bob. Fico assim até o interfone tocar.
E é o porteiro. Quase fico surda com os gritos que ela dá.
Custo pra entender o que ele quer dizer. Além de surdo ele é gago também.
O velho diz que o Oliver está me esperando em frente ao prédio.
Dou tchau pro Bob, pego as chaves e saio.
Vou de escada mesmo, odeio elevadores.
Chego no saguão do prédio e vejo o velho sentado. Vou até ele, pois tenho que avisar sobre os caras que devem ir entregar os meus móveis.
—Senhor Williams. — Chamo. — Senhor Williams! — Chamo mais alto. — SENHOR WILLIAMS! — Dessa vez eu berro e nada do velho.
— Olá Candice. — Diz alguém atrás de mim. Me viro para ver quem é. É o Daniel.
— Oi. Eu Tava chamando o seu avô, mas ele não me ouve.
— O aparelho dele deve estar desligado.
— Por que os velhos sempre fazem isso? — Ele ri um pouco. — Você pode me fazer um favor?
— É claro.
— Está para vir uns caras que irão trazer os móveis que comprei e provavelmente montá-los. Você pode recebe-los?
— Sim. Pode ficar tranquila.
— Ok. Aqui estão as chaves. Já vou indo.