Capítulo Dezessete

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Hoje já é quinta-feira, e estou um pouco atrasada para minha segunda aula na autoescola. Dormi demais.

Levantei, me arrumei e agora estou tomando café.

— Sam, já estou indo para aula. — comentei, e ela nem me deu bola. Fui assim mesmo. Sei que depois Sam vai ligar para mim, perguntando onde eu estava.

Saí do prédio e fui andando pelas calçadas da Inglaterra. Nunca vi um lugar tão tumultuado como aqui.

Na Virgínia não era assim. Lá é um lugar calmo; mesmo quando era hora das pessoas saírem para seus trabalhos ou escola, não havia tanta gente pelas ruas.

Provavelmente, Seattle se parece com a Inglaterra nesse quesito.

Não me lembro muito bem, saí de lá muito nova.

Eu espero o sinal fechar e atravesso a rua. Logo, chego ao prédio da autoescola. Entro e noto que não havia pessoas nos corredores. As aulas já começaram.

Vou para sala onde minha turma está. Entro, peço licença para o professor e me sento em uma das cadeiras que estavam sobrando ao fundo da sala. Não gosto de sentar na frente.

Depois de quase meia hora, sinto meu celular vibrando no bolso. Paro para ver e constato que era Sam. Eu sabia que ela faria isso.

"Onde vc tá?"

"Eu estou na autoescola. Esqueceu? A gente se vê depois." — Eu a respondo.

"Ok." — Ela me manda logo em seguida.

Volto a prestar atenção na aula.

Já são nove e meia da manhã e, finalmente, a aula termina. Já estava cansada de ouvir aquele cara falando. A voz dele me irrita. Apesar de estar gostando muito de fazer uma coisa que eu queria tanto, que é aprender a dirigir, não gosto de ter aulas teóricas. Essa parte é muita chata. Estou doida para sair por aí dirigindo. Mas antes disso, sei que preciso um pouco de teoria.

Dou tchau para os meus colegas de classe, que parecem ser legais e saio do prédio.

Não acredito em quem me esperava do lado de fora. Angel e Sam.

— O que vocês fazem aqui? — Eu pergunto, surpresa.

— Estávamos te esperando. — Responde Sam.

— Para darmos umas voltas por aqui. — Angel concluíu.

— Tudo bem, vamos então.

Estávamos andando por muitos lugares. Alguns bonitos, outros chatos.

Paramos em frente a um parquinho. Tinha escorrega, gangorra e balanço.

— Candy, lembra que a gente foi em um parquinho desses, quando tínhamos sete anos?

— Claro. Nunca vou esquecer do dia em que uma certa criança loira me empurrou no balanço, eu caí e quebrei o meu braço. — respondi, fingindo raiva.

— Ah, quanto ressentimento, Candy. — Ela disse. — Foi sem querer. Mas eu sei que você se divertiu. Chegamos muito sujas no internato.

— E eu estava tentando não demonstrar que eu estava com dor.

— Você nunca gostou de ir em hospitais.

— Ao contrário de você, não é Sam?

— Claro, eu não podia perder a oportunidade faltar aula.

— Pelo visto, vocês tem ótimas histórias. — Comentou Angel.

— Com certeza. — Eu disse com um sorriso no rosto.

Doce CandyOnde histórias criam vida. Descubra agora