Capítulo Dois

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Acordei exatamente, às seis da madrugada para me arrumar, pois a Sam diz que eu demoro muito no banho. Enquanto eu fazia as minhas arrumações no quarto, a Sam entrava no banho. Quando tudo esteve arrumado, fomos tomar café.
No refeitório, encontramos de cara com Missy Collins e suas três fiéis seguidoras. E, pelo visto, elas tinham recebido o nosso presentinho ontem.Cheguei perto dela e comecei a falar: — Eu me diverti muito com os gritos de vocês ontem. — falei baixo, quase sussurrando, e abri o meu habitual sorriso sarcástico.
— Eu digo a mesma coisa. — Disse Sam.
—Sabia que aquele sapo devia ser obra de vocês. Eu não sei como vocês arranjam tantos bichos para colocar no meu quarto! — Ela disse com aquela voz nojenta dela.
—Vamos Sam. Tenha um bom dia querida Missy. — E deixamos Missy bufando. Tomamos café rindo sobre a nossa travessura. Admito que foi bem infantil, mas são as travessuras mais engraçadas.
Terminamos o café e voltamos para o nosso quarto. Pegamos tudo que nos pertencia e fomos direto para a saída. Lá, encontramos Steven, o jardineiro. Nos abraçou e me entregou o meu cachorro Bob. Ele ficou encarregado de cuidar do meu mascote quando a diretora Francine o descobriu.
—Irei sentir muita a falta de vocês meninas! — Disse o próprio. — Principalmente do meu amigo aqui.
— Também vou sentir saudades de você Steven. E muito obrigado por ter cuidado do Bob pra mim.
— Foi um prazer! —Ele nos levou até o táxi e nos ajudou a colocar nossas coisas lá. Entramos no mesmo e partimos. Uma nova vida vai começar pra mim e pra Sam longe daquele lugar, onde vivemos muitas coisas.
A Sam vai comigo até o aeroporto, de lá, vamos pegar caminhos diferentes. Ela vai para o Kansas e eu, para Seattle. Não estou muito animada em passar uma temporada lá. Porque o meu pai não me dá muita atenção. Mas infelizmente, preciso pegar dinheiro com ele para viajar.
Já a Sam, tá super animada. Vai passar uma temporada na fazenda do pai dela e depois, vai para Nova Iorque viver com o avô e fazer faculdade.
Chegamos no aeroporto e fizemos o cheking.
— É chegou a hora de nos despedirmos. — Eu disse.
—Sim. Vou sentir tanto a sua falta! Principalmente de nos metermos em confusões.
—Eu também. Não sei se vou conseguir ficar longe de você por muito tempo.
— Se você quiser me fazer uma visita no Kansas ou até mesmo em Nova Iorque, pode ir.
— É claro que vou! Agora me dá um abraço. — E nos abraçamos.
— Boa viagem ruiva!
­— Boa viagem loira!
E fomos em direções opostas. Nunca pensei que, depois de nove anos juntas, isso fosse acontecer.
Mas essa é a vida. E mesmo ela estando longe de mim, vou perturbá-la pelo celular.
Assim, ela não vai se esquecer de mim. Infelizmente, eu irei sozinha no avião. O Bob vai no compartimento das malas e animais. E é claro, que eu irei na primeira classe! Detesto andar na classe econômica. Porém, isso não vem ao caso.
Encontro minha poltrona e sento nela. Estou na poltrona do corredor. A poltrona da janela está vazia. Se alguém não aparecer, eu vou sentar nela.
Odeio sentar no corredor! Porém, para meu azar o dono da poltrona chega.
— Com licença, por favor. — Diz o cara. Ele é bem alto, magro e tem cara de nerd. Para variar, está usando uma camiseta do Stars Wars. E ainda é todo desajeitado. Na hora de se sentar, ele quase caiu, e eu fiquei segurando o riso.— Bom dia senhoras e senhores. E peço que todos coloquem os seus cintos de segurança. — Diz a aeromoça no alto falante.
Logo após, o avião decola e aparece uma aeromoça perto de mim que começa a falar.
— Vocês gostariam de comer ou beber algo?
— Não, obrigada. — Eu digo.
— Eu gostaria de beber um suco de laranja. — Fala o nerd ao meu lado. Sério? Um suco de laranja? Se eu fosse ele, eu pediria uma vodka, apesar de eu não beber. Depois de alguns minutos a aeromoça volta com o pedido do cara. Se olhar bem, até que ele não é feio. Só tem cara de nerd.
Abro minha mochila, que é a única coisa que pode vir comigo, para pegar meu celular e ouvir música. De repente, sinto algo gelado no meu colo. Olho pra ver o que é e vejo que o nerd derrubou suco em mim. Agora o meu conceito sobre ele acabou totalmente.
— Desculpa. Eu não queria te sujar. — Ele começa a falar e eu, o fuzilo com o meu olhar. — Deixa eu te limpar — fala, nervosamente, tirando um lenço do bolso da calça. Observo — o, paralisada, passar o pano no meu colo.
Após o meu estado de estupor, finalmente abro o bico:
—Para, não toque em mim! - gritei, e ele afastou as mãos de mim, erguendo-as num sinal de "estou rendido". —Você deveria ter mais cuidado."
— E você devia ter mais calma.
— Você não me diz o que fazer!
— Pelo visto, estou sentado ao lado de uma adolescente rebelde.
— Rebelde é o meu segundo nome. Quer saber? Vou ao banheiro me limpar. Com licença! — digo me levantando.
— Toda.
Entro no banheiro e pego um pedaço de papel higiênico para me limpar.
Não consegui fazer muito. Minha calça continua molhada. Então resolvo voltar para o meu lugar.
Me sento e vejo que o nerd está usando o notebook. Noto que ele está acessando a sua conta no e-mail. E o seu nome é Oliver Monroe.
Eu acho que ele está fingindo que eu sou invisível, pois desde que eu voltei, ele não falou nada. Nem me olhou!
Mas também não dou a mínima pra esse nerd!
Pego o meu celular para finalmente ouvir música e vejo que tem muitas chamadas perdidas. É um número desconhecido. Então eu não vou ligar de volta.

***********

Até que enfim cheguei em Seattle!
Não aguentava mais ficar nesse avião. Me levanto, pego minha mochila e saio em disparada. Entro no saguão do aeroporto e vou direto fazer o meu cheking. Em seguida, vou atrás da minha mala e do meu cachorro Bob.
Logo, avisto minha mala, que estava perto de uma mala a qual, tinha um nome conhecido: Oliver Monroe.
De repente tenho uma ideia. Olho para os lados e concluo que ninguém me olhava.
Então peguei a mala do nerd e levei para uma sala que continha uma placa na porta dizendo : "Achados e perdidos".
Entro e a deixo lá, já que não tinha ninguém.
Esse nerd vai se arrepender de ter derrubado aquele suco em mim!
Por culpa dele estou fedendo a laranja!
Saio do aeroporto e vou direto para um táxi que está estacionado.
Entro e dou o endereço da minha casa para o motorista.
Em menos de dez minutos estou em casa.
Pego a minha chave e coloco na maçaneta. Torço para ser ainda a mesma chave.
Consigo abri- lá agradecendo por essa vitória.
Entro e o Bob logo faz a farra dele. Coloco minha mala super pesada no chão. Noto que a casa continua do mesmo jeito desde que eu fui embora.
Também vejo que a casa está super silenciosa.
— Pai cheguei! — Começo a chamar por ele. De repente assim ele apareça. — Pai! Tô em casa. — Será que ele esqueceu que eu voltava pra casa hoje? Se bem, que eu não duvido nada disso. — Pai! — grito mais alto.
Ouço barulhos de passos.
Uma mulher que aparenta ter uns quarenta anos aparece na porta da cozinha. Ela continua do mesmo jeito que eu me lembrava: alta, magra e com os cabelos encaracolados. Tudo bem que tem alguns fios brancos e algumas poucas rugas no rosto.
— Jessie! — grito e corro para abraça - lá. — Ela começou a trabalhar pro meu pai assim que a minha mãe se foi. Fiquei pouco tempo com ela. Embora fora o bastante para me apegar à ela.
— Minha querida Candy! Como você cresceu! — ela está com a expressão um pouco triste.
— E você achou que eu iria ficar daquele tamanho pra sempre? — rio um pouco e logo volto a falar. — Então.... Cadê o senhor Augusto Weasley?
Ela fica mais apreensiva e hesita em falar. Então pergunto de novo.
— Jessie, cadê o meu pai?
— Candice..... O seu pai....
— O meu pai o que Jessie?
— Ele faleceu.
— O que??  




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